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Projeto prevê transformar resíduo de cana-de-açúcar em hidrogênio verde

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Projeto é desenvolvido pelo Instituto Senai de Inovação em Biomassa, Instituto Fraunhofer Umsicht e a Adecoagro

Por Agência 24h* 

Na busca por uma matriz energética limpa e sustentável, o Instituto Senai de Inovação em Biomassa, localizado em Três Lagoas, realiza a pesquisa “H2filter” para o desenvolvimento de hidrogênio renovável a partir de resíduos da indústria sucroenergética. A iniciativa utiliza tecnologia alemã e tem como principal motivação a economia circular com geração de valor.

Os estudos são feitos em parceria com a Adecoagro, uma das maiores produtoras de energia renovável do mundo, e conta com financiamento da Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial), do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), além de apoio técnico do Instituto alemão Fraunhofer Umsicht.

De acordo com a pesquisadora do Instituto Senai e a responsável pelo projeto, Vivian Vazquez Thyssen, o estudo busca produzir hidrogênio renovável a partir dos resíduos da indústria sucroenergética de forma eficiente e sustentável. “A ideia é aproveitar ao máximo os subprodutos do processo da Adecoagro e transformando-os em hidrogênio limpo.

As matérias-primas utilizadas para produção de hidrogênio renovável neste projeto são a palha; o bagaço; e a torta de filtro prensa, composta por resíduos solúveis e insolúveis, equivalentes ao precipitado (lodo) formado na etapa de clarificação do caldo de cana-de-açúcar.

Muito além de buscar eficiência energética em cada uma de suas operações, a Adecoagro desenvolveu seu negócio sob padrões de sustentabilidade e economia circular. “Apoiar iniciativas que resultam em novas formas de energia a partir de subprodutos de nossa produção faz parte de nossa política de investimento para transição energética”, destaca Mariano de Santis, Diretor da Adecoagro.

 Tecnologia exclusiva de conversão de resíduos

A parceria técnica com o Instituto Fraunhofer Umsicht vai possibilitar a utilização de tecnologia avançadas, para aproveitamento integral dos resíduos, para conversão em hidrogênio renovável que pode ser utilizado tanto para produção de energia quanto como insumo industrial, contribuindo para a descarbonização industrial e sustentabilidade ambiental.

De acordo com João Gabriel Marini da Silva, Diretor do Instituto Senai de Inovação em Biomassa, o laboratório localizado em Três Lagoas/MS conta com estrutura de conversão de biomassa residual que incorporam a tecnologia patenteada de Reforma Termo-Catalítica (TCR) desenvolvida pelo Fraunhofer UMSICHT. A inovação revolucionária tem a capacidade de gerar hidrogênio, combustíveis sintéticos e biofertilizantes a partir de diversos tipos de biomassa residual como resíduos de plantas de biogás, lodo de esgoto, resíduos de madeira, resíduos de biomassa industrial, grãos gastos, lodo de reciclagem de papel, palha, esterco de cavalo ou gado e outros resíduos agrícolas.

A pesquisadora Vivian Vazquez Thyssen ressalta que o uso da tecnologia permitirá os primeiros passos da pesquisa que consiste em uma série de testes e validações para fazer hidrogênio em um ambiente controlado em escala de laboratório. Em seguida, o processo passa por uma etapa de otimização para adequar a tecnologia para as condições regionais e o projeto será finalizado com a validação da inovação de produção do hidrogênio em escala piloto, para que no futuro a empresa atinja uma escala industrial, tornando a produção do hidrogênio renovável a partir de biomassa de resíduos da Adecoagro eficiente e viável para o mercado.

Benefícios

 A geração de hidrogênio renovável a partir de resíduos do setor sucroenergético representa ganhos ambientais que incluem redução das emissões de carbono, pois se trata de uma fonte de energia limpa. “O processo contribui para a gestão mais sustentável dos resíduos gerados”, explica a doutora Thyssen.

Do ponto de vista econômico, o hidrogênio verde reduz a dependência de fontes não renováveis e contribui para segurança energética, além de gerar novas oportunidades de negócios e empregos na cadeia de valor do setor sucroenergético.

Sobre a Adecoagro

Com sede em Luxemburgo e acionistas em todo o mundo, a Adecoagro (NYSE: AGRO) é um dos principais produtores de alimentos e energia renovável da América do Sul, presente em três países. No Brasil desde 2004, a Companhia atua na produção de açúcar, etanol e cogeração de energia elétrica com três unidades industriais: Usina Monte Alegre (MG) e o cluster formado pelas usinas Angélica e Ivinhema, ambas no Mato Grosso do Sul. Juntas, elas possuem capacidade de moagem de 13,7 milhões de toneladas de cana por safra. Reunindo mais de 7.000 colaboradores e colaboradoras no Brasil (julho de 2024), a Adecoagro caracteriza-se por um modelo de baixo custo de produção, alta flexibilidade e processos inovadores, sendo reconhecida como uma das mais competitivas do segmento sucroenergético mundial. Para mais informações, consulte nosso site www.adecoagro.com/pt

Sociedade Fraunhofer

A Fraunhofer-Gesellschaft, sediada na Alemanha, é a principal organização de pesquisa aplicada do mundo. Seu principal objetivo é preencher a lacuna entre a produção acadêmica e a indústria, sendo a inspiração para a criação dos Institutos Senai de Inovação.

Fundada em 1949, a organização realiza pesquisas aplicadas que impulsionam o desenvolvimento econômico e servem a um benefício mais amplo para a sociedade. Possui 76 institutos em toda a Alemanha e seus serviços são solicitados por clientes e parceiros contratuais na indústria, no setor de serviços e na administração pública.

No Brasil, com a intensificação das ações do governo alemão em pesquisa, a Fraunhofer-Gesellschaft identificou várias formas de iniciar novos projetos em parceria com empresas e organizações locais. Devido à crescente demanda brasileira por tecnologias inovadoras e de ponta, a Fraunhofer-Gesellschaft viu grande potencial no mercado para a introdução de soluções tecnológicas e atividades de pesquisa.

Fraunhofer UMSICHT – O Fraunhofer UMSICHT é pioneiro em ações para um mundo mais sustentável. Com pesquisa em economia circular, gestão de carbono, hidrogênio verde e sistemas de energia locais, ele faz contribuições concretas para alcançar os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas.

O instituto desenvolve tecnologias, produtos e serviços inovadores e industrialmente viáveis para uma economia circular. O foco está no equilíbrio entre desenvolvimento econômico socialmente equitativos e sustentáveis.

O instituto possui três unidades na Alemanha. Em 2021, o Fraunhofer UMSICHT gerou um faturamento de mais de 57,8 milhões de euros com uma equipe de 608 funcionários.

(*) Fonte: Sistema Fiems

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