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Pesquisa sugere caixa corta-fogo para controle dos incêndios no Pantanal

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O fogo tem se espalhado pelo Pantanal e só nas primeiras semanas de novembro já foram registrados mais de 3 mil focos de incêndio, conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Além da onda de calor, o tempo seco e a queima provocada pela ação humana também contribuem para o cenário preocupante em Mato Grosso do Sul. Como uma forma de contribuir para o controle dos incêndios florestais, um estudo desenvolvido por pesquisadores da UFMS propõe a ‘caixa corta-fogo’ .

O projeto, que surgiu no Laboratório de Dinâmicas Espaciais do Campus do Pantanal (Cpan),  visa fornecer e instalar unidades de incineradores de resíduos domésticos, com o objetivo de prevenir a queima desordenada no dia a dia das comunidades do Pantanal Sul. O objetivo é localizar, mapear e estudar as regiões que são propensas a incêndios florestais. Em seguida, a proposta é implementar a caixa corta-fogo como uma estratégia prática para regular o uso do fogo em comunidades que não dispõem de serviço de coleta de resíduos.

A professora do Cpan e responsável pela pesquisa, Ana Carolina Faccin, explica que o projeto de pesquisa-ação começou a ser desenvolvido há pouco tempo, em 2023. “Em resumo, a ideia é selecionar áreas habitadas afetadas por incêndios florestais recorrentes no município de Corumbá e distribuir ou construir unidades de caixas incineradoras de lixo doméstico, a fim de evitar a queima descontrolada no cotidiano dessas comunidades pantaneiras”, detalha.

A pesquisa foi selecionada no edital Mulheres na Ciência Sul-mato-grossense, da  Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect). O diretor científico da Fundect, Nalvo Franco de Almeida Júnior, reforça que os incêndios representam uma ameaça direta às comunidades locais do Pantanal, que dependem dos recursos naturais do bioma para subsistência, pesca, turismo e agricultura. “Portanto, projetos de pesquisa como o da professora Ana Carolina não apenas contribuem para o avanço do conhecimento, mas também têm um impacto social direto nas comunidades, demonstrando de forma clara a responsabilidade da academia em relação ao bem público. Isso é fazer tecnologia social”, afirma.

De acordo com a pesquisadora, os incêndios florestais têm consequências ambientais e financeiras, causando danos ao patrimônio das famílias, além da vegetação e fauna do nosso país. “Acreditamos que controlar esse tipo de queimada doméstica será benéfico para prevenir incêndios florestais potenciais em uma região que já enfrenta secas históricas na bacia do Rio Paraguai e falta generalizada de água em áreas habitadas”, destaca.

A iniciativa também envolve a colaboração de outros pesquisadores, como o professor Élvis Ramos, também do Cpan; os professores Ricardo Castillo e Robson Simões, da Universidade Estadual de Campinas; Thainan Nornato, do  Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais; Lígia Lopes de Santana, da Fundação de Meio Ambiente de Ladário; e o professor Mateus Sampaio, da Universidade Estadual Paulista. O projeto tem um prazo de até dois anos para ser implementado.

Texto: Elton Ricci, com informações da Fundect

Fotos: Ana Carolina Faccin

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