Inpe aponta que o Pantanal, nos estados de MS e do MT, registrou 880 focos de queimadas em 2024, crescimento de quase 900% em comparação ao mesmo período de 2023
Equipe de bombeiros de MS foi instruída para atuar em bases instaladas no Pantanal para prevenir incêndios de grandes proporções como os registrados no ano passado
Por Agência 24h*
As chuvas estão abaixo das médias históricas, o que afeta diretamente o ecossistema, possibilitando mais focos de incêndios. A quantidade acumulada nos primeiros cinco meses deste ano é a segunda maior dos registros nos últimos 15 anos de levantamento, ficando atrás apenas de 2020.
O número de focos de incêndios no Pantanal cresceu quase 900% nos primeiros cinco meses do ano, ante o mesmo período de 2023. Já foram 899 queimadas, ante 90 registros entre janeiro e maio do ano passado, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), órgão ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia. Os dados consideram territórios de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. O levantamento não aponta quais as áreas mais vulneráveis em todo o território do Pantanal, mas o que se tem notícia é de maior número de focos na parte norte.
Nos dois estados, no entanto, foi instalado um sistema de prevenção integrado, com a instalação de diversas bases do Corpo de Bombeiros, com apoio de brigadistas, reduzindo assim os riscos de as queimadas virem a tornar incêndios de grandes proporções, como ocorreu no ano passado.
“Felizmente, todos os setores e a sociedade pantaneira estão alertas porque têm consciência de que se nada for feito, há possibilidade da repetição de grandes incêndios. É preciso atuar rapidamente reforçando as brigadas e contando com o apoio das comunidades locais para evitar uma catástrofe”, afirma Cyntia Santos, analista de conservação do WWF-Brasil.
De acordo com o Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec), as chuvas do início do ano giravam em torno de 600 e 800 milímetros, índice consideravelmente menor que a média de 1.400 mm para o período.
Amazônia
Na Amazônia foram registrados 10.647 focos de queimadas nos primeiros 5 meses deste ano, aumento de 107% em comparação aos cinco primeiros meses de 2023, equivalente a um número 131% superior à média dos três anos anteriores nesse período.
Os estados de Roraima e Mato Grosso concentram a maioria dos focos de incêndio no bioma amazônico em 2024, entre janeiro e maio, quase 80% das queimadas ocorreram em ambos estados, na sequência vem o Pará totalizando 12% do total.