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STJ retoma julgamento de conselheiro do TCE-MS que guardava R$ 1,6 milhão em caixas de sapato

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Julgamento sobre lavagem de dinheiro contra  Ronaldo Chadid será retomado na quarta-feira. Desde dezembro de 2022 três conselheiros do TCE-MS estão afastados acusados de corrupção

Conselheiros Ronaldo Chadid (centro), Waldir Neves (dir) e Iran Coelho das Neves (esq)
Por Celso Bejarano – Agência 24h

Está na pauta do STJ (Superior Tribunal de Justiça): na quarta-feira, dia 15, a corte retoma, depois de dois adiamentos, o julgamento acerca da denúncia contra o conselheiro do TCE-MS (Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul), Ronaldo Chadid, e a então chefe de gabinete dele, Thaís Xavier Ferreira da Costa, por suspeita de lavagem de dinheiro.

Cerca de R$ 1 milhão e 600 mil foram apreendidos pela Polícia Federal nas casas do conselheiro e da assessora no dia 8 de dezembro de 2022, data em que foi deflagrada a Terceirização de Ouro, operação que pôs fim a um esquema supostamente fraudulento em que o TCE-MS contratava empresa para prestar serviço à corte. Parte do dinheiro estava guardada em caixas de sapato. Chadid alega, por meio de advogado, que não é crime guardar dinheiro em casa, embora seja uma atitude temerosa por correr o risco de ter a casa invadida por ladrões.

  • As investidas da PF afastaram, desde então, além de servidores do TCE, os conselheiros Ronaldo Chadid, Waldir Neves e Iran Coelho das Neves, estes dois ex-presidentes da Corte de Contas.

Desde dezembro de 2022, os três são monitorados por tornozeleiras eletrônicas e não podem nem sequer frequentar o prédio do TCE.

Em maio do ano passado, o MPF (Ministério Público Federal) denunciou os três conselheiros por fraude a licitação, falsidade ideológica, falsificação de documentos e apropriação de dinheiro público.

Ainda maio de 2023, o MPF denunciou Chadid por ele supostamente ter arrecadado dinheiro para arquivar um procedimento que questionava a legalidade da licitação que definiu a empresa CG Solurb, em dezembro de 2012, como vencedora da concorrência pela coleta de lixo em Campo Grande.

O MPF pede também que o conselheiro em questão devolva R$ 1,6 milhão, soma apreendida em sua casa no dia da operação da PF, que contou com a ajuda da CGU (Controladoria Geral da União) e Receita Federal.

De acordo com as investigações, que constam na denúncia do MPF, Chadid teria comprado com “dinheiro vivo” terreno em condomínio de luxo, carro zero, reformado apartamento e ainda comprado eletrodomésticos e celulares. Chadid nega a acusação.

Na quarta-feira (15), a Corte Especial do STJ, integrada por 15 ministros, retoma a análise da denúncia que, até agora conta com dois votos favoráveis e nenhum contra as investigações.

Desde que foram afastados do TCE, em dezembro de 2022, período de um ano e quatro meses, os conselheiros investigados recebem, em dia, os salários, em torno de R$ 40 mil mensais.

Imagem da foto do destaque mostra o dia (8.12.22) em que a sede do TCE-MS foi alvo de agentes da PF, CGU e Receita Federal.

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