A disputa se prolonga há mais de cinco anos em torno do negócio de R$ 15 bilhões
No dia 27 de novembro, Joesley Batista, da J&F Investimentos, e Jackson Wijaya, dono da Paper Excellence (PE) se encontraram em Frankfurt, na Alemanha, para uma reunião pessoalmente. Os executivos discutiram sobre o conflito judicial em torno da Eldorado Brasil, mas não chegaram a um acordo. A disputa se prolonga há mais de cinco anos em torno do negócio de R$ 15 bilhões.
De acordo com o Valor Econômico, a reunião contou coma presença do empresário indonésio dono da PE, do presidente da Paper Excellence no Brasil, Cláudio Cotrim, de Joesley Batista e do advogado Francisco de Assis e Silva. A proposta de realizar o encontro veio do presidente do tribunal arbitral do caso Eldorado, o espanhol Juan Fernández-Armesto.
Segundo fontes que acompanham o litígio, Batista reforçou sua intenção de cancelar o negócio e devolver o valor já desembolsado pela Paper por ações da Eldorado.
A holding aproveita de uma manifestação recente no contexto de uma ação civil pública atualmente movida pelo Ministério Público Federal (MPF) em Mato Grosso do Sul, que pede a nulidade da venda da produtora de celulose. A justificativa seria a necessidade da PE ter o aval do Congresso Nacional e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para viabilizar o negócio, devido ao capital estrangeiro da companhia.
Nesse contexto, a PE ainda acusa a holding dos Batista de tê-la intimidado no encontro em Frankfurt. “Como moeda de barganha, Joesley argumentou ter articulações políticas no Brasil e que, por isso, a melhor alternativa seria iniciar a negociação numa folha em branco”, informou, em nota.
Wijaya ainda teria indicado a Joesley que a multinacional está aberta para um acordo em torno da indenização por perdas e danos que será estabelecida pelo tribunal arbitral, após consumar a compra do controle da Eldorado. “A Paper lamenta que a intenção do empresário brasileiro não tenha sido buscar a melhor solução para as partes, mas sim uma tentativa de intimidação alegando eventuais articulações que talvez possam ‘respaldar’ sua resistência de reconhecer a decisão arbitral e entregar a empresa que vendeu, seguindo com o litígio na Justiça do Brasil”, informou a PE na nota.
A J&F, por sua vez, informou que não fez nenhum tipo de intimidação. “Pelo contrário, apresentou de boa-fé uma proposta generosa para sanar uma ilegalidade cometida pela Paper Excellence, que mentiu ao declarar no contrato que detinha todas as autorizações legais necessárias para a concretização do negócio”, disse, em nota.
Fonte: Valor Econômico