Governador cria agência para dar força à política de desenvolvimento econômico do Estado
O governador Eduardo Riedel vai tirar da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) a gestão da política de desenvolvimento econômico e atribuir a prospecção de investimentos privados a uma agência, nos moldes já adotados em alguns estados. A busca e a coordenação de fontes de recursos públicos para financiar projetos também saem da esfera da Semadesc para se concentrar na agência.
Em entrevista ao jornal Correio do Estado, Riedel falou sobre o novo foco, de buscar novos empreendimentos com base nas evidências do potencial produtivo do Estado, cada vez mais diversificado e tecnologicamente competitivo.
“Vimos exemplos de estados e municípios do Brasil, como Rio Grande do Sul, que recém-criou sua agência, Minas Gerais, a cidade do Rio de Janeiro, o Paraná, que tem uma boa agência, e chegamos a um formato inovador”, afirmou Eduardo Riedel ao Correio do Estado.
A criação da agência ainda depende da aprovação de projeto a ser enviado a Assembleia Legislativa. A inovação frisada na fala do governador se deve a ideia de uma agência de composição público-privada.
“Será uma estrutura muito enxuta, uma executiva que administrará os recursos da agência, que poderá captar recursos tanto do poder público quanto da iniciativa privada”, detalhou o governador.
Como funciona uma agência – Em estados como Paraná (Invest Paraná) e Rio Grande do Sul (Transformar RS), essas agências atuam como pontes entre os setores público e privado. Elas ajudam não apenas na captação de investidores, mas também com consultorias, como, por exemplo, para indicar as melhores cidades e regiões daqueles estados para os modelos de negócios pretendidos.
“É mais estratégico do ponto de vista promocional”.
A política de crescimento econômico, que estava descentralizada, ganha força ao concentrar as ações, que passam a ser mais objetivas e menos técnicas. O mundo dos negócios passam também por processos de inovação tecnológica e alinhado aos conceitos ambientais, responsabilidade social e governança, que se aplicam tanto no setor público como corporativo.
Há uma transformação dos negócios que envolve a construção de um mundo inclusivo, ético e ambientalmente sustentável e isso muda a estratégia de captação de investimentos. Hoje toda política de crescimento está interligada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), com a meta de colocar o mundo em direção a um futuro sustentável e socialmente justo. Alcançar os objetivos pode criar oportunidades bilionárias. Dai o plano estratégico do governo de estabelecer as bases de um estado inclusivo e sustentável.
A sigla ESG traduz os conceitos que norteiam os empreendimentos, tanto público quanto privados, corresponde às práticas ambientais, sociais e de governança, estabelecendo um marco sob o qual as organizações passaram a levar em consideração seu desempenho social e ambiental, além de seus resultados financeiros.
Exportações – Segundo divulgou o Correio do Estado, além de promover investimentos em novos empreendimentos dentro do Estado, agregando valor à produção, a agência idealizada pelo governo do Estado também deve incentivar exportações, como faz hoje a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), que funciona na estrutura do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).
Pantanal – A captação de recursos para o Fundo do Pantanal caberá a agência. A compensação por serviços ambientais sairá desse fundo. Esses serviços já estão em vigor, mas o financiamento via Fundo do Pantanal, seria fundamental para ampliar a área de preservação do bioma.