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Renda da agricultura cai 25,37% em Mato Grosso do Sul

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Por outro lado, Valor Bruto da Produção Pecuária cresce 2,60% e setor de bioenergia avança em áreas de produção de alimentos

Por Agência 24h*

Elevação nos custos de produção e crise climática, além das variações cambiais, afetam em cheio a agricultura, em contraponto à pecuária e o setor de bioenergia. De acordo com os dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o Valor Bruto da Produção (VBP) Agropecuária teve um recuo de 17,90% no país. Em Mato Grosso do Sul o tombo é maior – queda de 25,37%.

A renda do agro em MS na comparação de 2023 com 2024 alcançou em julho R$ 59,8 bilhões, o que coloca o Estado na 7ª posição no ranking de renda do agronegócio no país, que tem renda estimada em R$ 1,1 trilhão.

No celeiro da agropecuária de Mato Grosso do Sul, a agricultura ainda ocupa o maior espaço, com fatia de R$ 39,8 bilhões na renda total. O fraco desempenho do setor de grãos, atribuído à crise climática, que fez diminuir a área de plantio se deve, segundo os analistas, não só ao fator climático, mas, sobretudo, ao alto custo de produção e queda de preços por conta o aumento da oferta global de grãos. De qualquer modo, as condições climáticas desfavoráveis afetaram todas as culturas.

No conjunto, a salvação é a pecuária, que tem estimativa de render R$ 19,9 bilhões em Mato Grosso do Sul, embora o valor represente 33,38% no VBP da agropecuária estadual. A estimativa para a pecuária em 2024 é de uma variação positiva de 2,60% em comparação a 2023.

Ao lado da produção pecuária, que tem seu crescimento puxado pelas exportações e expansão da indústria de processamento de proteína animal, avança o setor sucroalcooleiro, generosamente beneficiado pelos incentivos oficiais dentro da política de transição energética, fazendo expandir as usinas de biocombustíveis de cana-de-açúcar e de milho.

Produção de grãos

De acordo com os últimos dados disponibilizados pelo Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA/IBGE), em Mato Grosso do Sul a produção agrícola total estimada para 2024 é de 95,48 milhões de toneladas, com área de 7,16 milhões de hectares. Isso representa decréscimo de 13,1% em relação à produção, e -1,24% em relação a área colhida estimada. Entre as culturas tradicionais, no entanto, é esperado aumento na produção de amendoim (1ª safra), algodão herbáceo e arroz.

Na distribuição da produção pelas Unidades da Federação, Mato Grosso do Sul é o 6º maior produtor nacional de grãos, com participação de 7,83%. São Paulo lidera o ranking com 29,72%, seguido por Mato Grosso, 15,55%; Goiás, 10,63%; Paraná, 9,36%; e Minas Gerais, com 9,08%,

Pecuária

Na pecuária, o Estado contava com rebanho de 18 milhões de cabeças até julho, suínos com 1,801 milhões (+1,50%), aves com 114 milhões (-4,23%) e peixes com 701 mil (- 4,78%). Em termos de evolução, a maior variação positiva foi observada para o grupo de ‘Bicho da Seda’, com 6,020% em relação ao mesmo período do ano passado (2023).

Do ponto de vista regional, alguns municípios se destacam em tamanho e participação dos rebanhos. Os destaques são os municípios de Corumbá, Campo Grande, Dourados, Aparecida do Taboado, Aquidauana, Porto Murtinho e Ribas do Rio Pardo nos quantitativos de rebanho entre os grupos de animais.

Bioenergia

Com 20 usinas de etano operando, Mato Grosso do Sul deve contar com duas novas plantas nos próximos meses, com o início de operação das unidades da Inpasa, em Sidrolândia, e da Pedra Agroindustrial, em Paranaíba. Mas os projetos seguem surgindo para novas usinas. Recentemente, foi anunciado também investimento do Grupo Agroterenas para reativação da antiga Usina Aurora, em Anaurilândia.

A entrada do Mato Grosso do Sul em 2022 na produção de etanol de milho trouxe aumento de 25% na produção do biocombustível na última safra. A participação deve aumentar nessa safra com as operações da recém inaugurada unidade Neomille, do Grupo CerradinhoBio, em Maracaju, e da segunda unidade da Inpasa.

De acordo com a Associação de Produtores de Bioenergia (Biosul), nessa safra o setor teve a 4ª maior área colhida de cana-de-açúcar do país, com 630 mil hectares, com processamento de mais de 40 milhões de toneladas para a produção de etanol, biometano e biogás e o etanol de 2ª geração. O setor também passou a agregar o etano de milho.

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