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Puxada pela celulose, floresta plantada pode chegar a 2 milhões de hectares em MS

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Setor florestal foi responsável pela geração de 27,2 mil postos de trabalho em 2022, sendo 14.901 vagas efetivas e 12.312 empregos indiretos em toda a cadeia produtiva

Associação Sul-Mato-Grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas projeta crescimento de 42,8%. Expansão do setor florestal coloca o Estado entre as principais potências da bioeconomia. O impulso no setor se deve à indústria de celulose e papel e produtos florestais. Mato Grosso do Sul é o terceiro estado (depois de MG e PR) com a maior base florestal do Brasil e um dos principais produtores de celulose do mundo.

Demanda da indústria de celulose faz crescer áreas de floresta plantada (Foto: Divulgação)

A área de floresta plantada em Mato Grosso do Sul pode crescer 42,8% nos próximos sete anos, aumentando de 1,4 milhão de hectares para 2 milhões de hectares, segundo projeção da Reflore-MS (Associação Sul-Mato-Grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas).

A expansão do setor florestal coloca o Estado entre as principais potências da bioeconomia, segundo o diretor-executivo da Reflore, Dito Mário. Segundo ele, somente este ano a área de floresta plantada aumentará mais 300 mil hectares.  “Acredito que até 2030 podemos chegar a 2 milhões ou até mais. Isso vai depender dos investimentos que poderão vir nos próximos anos”, diz o executivo.

Júnior Ramires, presidente da Reflore-MS, também atribui a expectativa aos investimentos já anunciados, garantindo crescimento do setor por pelo menos os próximos 10 anos. “As perspectivas são muito boas, uma vez que as fábricas do Estado precisarão ser abastecidas, daí a gente deve atingir os 2 milhões de hectares nos próximos cinco ou sete anos”, prevê.

Até 2022 o plantio, principalmente de eucalipto, ocupava 1,1 milhão de hectares. Em 10 anos, entre 2012 e 2022, a área praticamente triplicou, passando de 453,190,07 hectares para 1.135.177,07 hectares.

O crescimento a partir de 2024 será sentido principalmente por conta da instalação de duas novas unidades de produção de celulose, em Ribas do Rio Pardo, que já está em construção, e em Inocência, a partir de 2025.

Dito Mário, diretor-executivo da Reflore-MS (esquerda) e Osmar Bastos, apresentador do programa Agro E, da Rede Educativa (Foto: Reprodução)

As principais regiões de plantio de eucalipto são Três Lagoas, com abrangência de cinco municípios (Água Clara, Brasilândia, Ribas do Rio Pardo, Santa Rita do Pardo e Três Lagoas) e Costa Leste (Aparecida do Taboado, Paranaíba, Inocência e Selvíria). Dos 79 municípios de MS, apenas 8 não têm plantio de eucalipto. São eles: Bodoquena, Bonito, Corumbá, Deodápolis, Eldorado, Ladário, Rio Negro e Taquarussu.

PRINCIPAIS MUNICÍPIOS COM ÁREA DE FLORESTA PLANTADA

    • Água Clara                  134.477,88
    • Brasilândia                  133.958,71
    • Inocência                      50.312,24
    • Ribas do Rio Pardo       218.130,35
    • Santa Rita do Pardo        49.623,30
    • Silvíria                           89.858,87
    • Três Lagoas                  263.921,21

SEGMENTOS DA INDÚSTRIA FLORESTAL EM MS

  •  CELULOSE
  • CARVÃO PARA SIDERURGIA
  • CAVACOS PARA GERAR ENERGIA (BIOMASSA)
  • MADEIRA SERRADA
  • PAINEIS DE MADEIRA
  • MDF – PLACA DE FIBRA DE MÉDIA DENSIDADE
  • HDF – PLACA DE FIBRA DE ALTA DENSIDADE
  • MDP – PLACA DE DENSIDADE MÉDIA

Segundo o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), a Arauco, fábrica de celulose chilena, que vai instalar uma unidade em Inocência, trabalha com base florestal de aproximadamente 200 mil hectares de terra arrendada. “São 60 mil hectares já plantados de eucalipto e praticamente 140 mil hectares já arrendados na região para fazer a base florestal para o próximo plano. Fase que nós estamos hoje”, afirmou.

INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS E MILHARES DE EMPREGOS

Fábrica de celulose da Suzano em Três Lagoas (Foto: Divulgação Reflore-MS)

De acordo com a Semadesc, o setor florestal de Mato Grosso do Sul foi responsável em 2022 pela geração de 27,2 mil empregos, sendo 14.901 diretos e 12.312 indiretos. O crescimento deve continuar nos próximos anos, com os investimentos já em andamento no Estado, como o da nova fábrica de celulose da Suzano, em Ribas do Rio Pardo, no valor de R$ 14,7 bilhões e da nova planta da chilena Arauco em Inocência, com investimentos no valor de R$ 15 bilhões.

Mato Grosso do Sul conta com três fábricas de celulose em plena operação, todas no município de Três Lagoas, uma da Eldorado Brasil, com capacidade de produção de 1,8 milhão de toneladas de celulose por ano, e duas da Suzano, que produzem 3,25 milhões de toneladas de celulose ao ano.

Além disso, a Suzano está construindo mais uma fábrica de celulose no estado, em Ribas do Rio Pardo, que será a maior planta industrial de celulose do mundo, com produção de 2,55 milhões de toneladas anualmente.

O Projeto Cerrado, da Suzano, planeja aumentar a área plantada da empresa para 600 mil hectares de eucalipto na região de Ribas do Rio Pardo. Além disso, MS também conta com florestas de eucalipto da Bracell, na região de Água Clara, e da Arauco, em Inocência.

EXPORTAÇÕES

No primeiro quadrimestre de 2023 os produtos florestais foram responsáveis por 16,62% do total das exportações de Mato Grosso do Sul, movimentando US$ 496,5 milhões, segundo dados do Boletim Casa Rural – Floresta Plantada, divulgado pela Federação da Agricultura (Famasul).

“Considerando o faturamento, a celulose foi o produto florestal mais exportado por Mato Grosso do Sul no primeiro quadrimestre de 2023, com participação de 99,44%. O segundo lugar ficou para o papel, com 0,40%, e para a madeira, com 0,16%”, destacou o boletim técnico.

Ainda segundo os dados da Famasul, foi registrado um crescimento de 10,7% no valor exportado, para US$ 496,5 milhões em quatro meses, ante os US$ 448,3 exportados no mesmo período do ano anterior.

No total, 36 países importaram insumos florestais de Mato Grosso do Sul no primeiro quadrimestre do ano.

PLANO ESTADUAL

Dentro da política estímulo à expansão do setor florestal, o governo aperfeiçoou o Plano Estadual para balizar o crescimento da indústria também em outros segmentos, como o de madeira serrada e fabricação de placas/painéis, além de consolidar a produção de celulose e carvão siderúrgico.

Cada segmento utiliza diferentes tipos de tecnologia e manejo no cultivo de eucalipto e pinus. Com a reformulação, o Plano traz, também, capítulo do uso de madeira como insumo de energia renovável e sistemas sustentáveis de floresta plantada integrada a lavouras e pecuária.

(Com informações da Reflore, Semadesc e Governo de MS)

 

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