O projeto “Canastras e Eucaliptos” começou há um ano e a primeira captura de um tatu-canastra, uma fêmea de 37 quilos, ocorreu em março
Por Agência 24h*
A Suzano, maior produtora mundial de celulose e dona de extensas áreas de eucalipto em Mato Grosso do Sul, junto com o ICAS (Instituto de Conservação de Animais Silvestres), está monitorando o comportamento do tatu-canastra (Priodontes maximus) em suas florestas, para traçar estratégias para proteger a espécie, que é a maior do mundo.
O projeto “Canastras e Eucaliptos” teve início em abril do ano passado com a formalização da parceria. Em julho, começaram os trabalhos de campo, que incluíram o reconhecimento da área, a busca por vestígios do tatu-canastra e a instalação de armadilhas fotográficas. A primeira captura para monitoramento detalhado ocorreu em março deste ano.
A fêmea adulta, com aproximadamente 37 quilos e 1,52 metros, foi capturada em uma área da empresa – a Suzano não divulga a localização exata dos avistamentos para proteger as espécies – para realização de exames clínicos, que incluíram hemograma, análises bioquímicas hepáticas e renais, swabs (coleta de fluidos) nasais e orais, além da coleta de amostras de fezes para avaliação da saúde do animal.
“A captura do primeiro tatu-canastra por meio do projeto em parceria com o ICAS é fundamental para compreendermos melhor os hábitos desse gigante do Cerrado e, assim, aprimorarmos nossos processos com foco na conservação da biodiversidade em nossas áreas. É importante ressaltar que todo o manejo florestal da Suzano é desenvolvido com foco na proteção ambiental, o que inclui o plantio em mosaico, programas de restauração ambiental, monitoramento da fauna e implantação de corredores de biodiversidade para conectar fragmentos do Cerrado, dentro e fora de suas áreas”, afirma Renato Cipriano Rocha, coordenador de Meio Ambiente da Suzano em Mato Grosso do Sul.
O tatu-canastra também recebeu um transmissor GPS, que fornecerá, durante três meses, informações valiosas sobre seu comportamento. O transmissor registrará um ponto de localização a cada sete minutos e, com o acelerômetro integrado, permitirá identificar o tipo de atividade (parado, caminhando, cavando, etc.) durante a movimentação noturna.
Esse passo, explica Gabriel Massocato, biólogo do Programa de Conservação do Tatu-canastra e do ICAS, é essencial para avançar no conhecimento sobre a espécie e para desenvolver estratégias de conservação mais eficazes nessas paisagens. “Com a captura do primeiro indivíduo na área da Suzano, iniciamos o monitoramento do deslocamento da espécie em um ambiente composto por Cerrado e plantações de eucalipto. O objetivo é conservar o tatu-canastra, independentemente de onde ele esteja. As plantações de eucalipto são uma realidade no estado e estão em expansão. Ao compreender o comportamento da espécie nessas áreas, conseguimos otimizar os corredores ecológicos, promovendo a conectividade e permitindo a circulação dos animais com mais segurança”, ressalta.
Conservação ambiental
O projeto “Canastras e Eucaliptos” também tem colaborado para o avistamento de outras espécies que habitam áreas da companhia. As armadilhas fotográficas implantadas para detectar a presença dos tatus já flagraram espécies como Queixada, Cateto, Anta, Tamanduá, Irara e Onça-parda.
A Suzano possui uma área florestal de 808,469 mil hectares em Mato Grosso do Sul. Deste total, 249,807 mil hectares são destinados exclusivamente à conservação da biodiversidade. Nessas áreas, já foram identificadas mais de 1,5 mil espécies: 770 plantas, 388 aves, 136 artrópodes, 92 mamíferos, 68 peixes 61 répteis e 41 anfíbios.
Fonte: Infomuts – Informação Inteligente