Paraguai trabalha com proposta de ramal de 1.500 km no trajeto da Rota Bioceânica para transporte do gás argentino
Por Agência 24h*
Ao mesmo tempo que a Petrobras intensificava conversas com empresas argentinas para viabilizar a importação de gás aproveitando a infraestrutura instalada entre Argentina e Bolívia e entre Bolívia e Brasil (nesse caso o Gasbol), autoridades paraguaias apresentavam ao governo de Mato Grosso do Sul projeto da construção de um gasoduto de 1.500, com o mesmo objetivo, trazer o gás de “Vaca Muerta”, atendendo a necessidade de suprir o Brasil e viabilizando uma rota energética trinacional.
Segundo informações divulgadas pela Reuters, o gerente-executivo de Gás e Energia da Petrobras, Álvaro Tupiassú, confirmou os entendimentos, que envolvem outras companhias brasileiras. As conversas se intensificaram depois que a Bolívia anunciou a redução da oferta de gás natural.
Em abril, a Petrobras assinou com a empresa estatal de energia da Argentina Enarsa um Memorando de Entendimentos (MoU) para estudos de parcerias no segmento de gás natural. O executivo da Petrobras destacou que a Argentina tem “importantes” reservas de gás, “Há infraestrutura instalada, entre Argentina e Bolívia, entre Bolívia e Brasil, que poderia permitir, já em poucos meses à frente, que uma parte desses gás, ainda que pouco, ainda que sazonalmente, de forma flexível, pudesse fluir entre os países”, disse Tupiassú, durante participação no evento S&P Global Commodities Insight.
“Nós temos informações de que há empresas já discutindo, a Petrobras é uma delas, com empresas argentinas e com a empresa boliviana, formas de fazer com que possa haver essa passagem da Argentina via Bolívia para o Brasil”, afirmou, sem informar, no entanto, sobre eventuais prazos para a conclusão de possíveis acordos para a realização dessa importação de gás natural.
ROTA ENERGÉTICA
Na terça-feira, comitiva do Paraguai com empresários e autoridades apresentaram ao governador Eduardo Riedel um projeto para implantar um novo gasoduto, ligando países sul-americanos a Mato Grosso do Sul. Este corredor energético daria mais competitividade e potencial a toda região.
“Estive recentemente no Chaco Paraguaio, onde percorremos e avaliamos novas perspectivas econômicas para região. O gás (natural) é um grande ativo para alavancar e potencializar o desenvolvimento do Mato Grosso do Sul. Trata-se de uma agenda estratégica ao Estado e ao País”, avaliou o governador.
Este projeto apresentado de novo “corredor energético” faria ligação Argentina, Paraguai, Brasil, podendo chegar ao Chile, seguindo o trajeto da Rota Bioceânica nesta nova conexão Atlântico e Pacífico.
O ministro de Indústria e Comércio do Paraguai, Javier Giménez, participou do encontro e destacou a importância do projeto e a boa parceria com o Estado. “A reunião foi muito boa. O Estado do Mato Grosso do Sul é companheiro do Paraguai e o governador tem uma visão clara e estratégica sobre a industrialização do Estado. Assim como Paraguai é de suma importância a logística, a questão energética, assim como o comércio. Esperamos que este diálogo siga avançando”.
O empresário Giuliano Franco, CEO da empresa Zeus Energy, ressaltou que a reunião foi muito produtiva e que o projeto do novo gasoduto será uma opção estratégica ao Paraguai, Mato Grosso do Sul e todo Brasil. “O gás natural passa a ser uma alternativa como garantia de segurança energética ao Brasil, uma opção muito competitiva, que vai contribuir ao desenvolvimento das indústrias do Estado, assim como a produção de agricultura”.
Ele ressaltou que inicialmente este gás (natural) viria da Argentina, passando pelo Paraguai e entrando no Mato Grosso do Sul por Porto Murtinho. “Assim se conectaria com o sistema brasileiro de gás. Em uma segunda etapa poderia vir da produção de gás no Paraguai, que tem alto potencial, mas falta infraestrutura e investimento”.
A comitiva ainda teve a presença do embaixador do Paraguai, Juan Ángel Delgadillo, do vice-ministro de Minas e Energia, Mauricio Bejarano, assim como do empresário Marco Pappalardo e do assessor sênior de Rediex, Carlos Gil, e o deputado estadual Zeca do PT
Também participaram da reunião o vice-governador Barbosinha, o secretário de Governo e Gestão Estratégica, Rodrigo Perez, o secretário-adjunto da Semadesc, Walter Carneiro Júnior e Paulo Henrique Gomes Antello e Silva, Assessor de Riscos e Conformidade da MSGÁS.
(*) Com informações do governo de MS, CNN e agências