Estado aumenta área de plantio, mas El Niño afetou a produtividade, que caiu principalmente na região Sul, onde estão quase dois terços das lavouras de soja
Por Agência 24h*
A safra 2023/2024 trouxe um misto de expansão e desafio para os produtores de soja em Mato Grosso do Sul. Com um aumento de 5,2% na área plantada, atingindo 4.214.000 hectares, o estado enfrenta uma significativa queda de produtividade devido às condições climáticas adversas. Gabriel Balta, coordenador técnico da Aprosoja/MS, explica que a produtividade média caiu para 48,84 sacas por hectare, uma redução de 21,8% em relação ao ciclo anterior. “Essa diminuição resulta em uma produção total de 12,347 milhões de toneladas, representando uma retração de 17,7%”, destaca Balta.
A queda na produtividade pode ser atribuída principalmente às condições climáticas desfavoráveis. “A falta de chuva e o aumento das temperaturas foram os principais fatores para a redução da produtividade”, comenta Gabriel Balta. Dados do Centec MS indicam que as temperaturas médias entre setembro e dezembro de 2023 foram 3,5 graus mais altas, e de janeiro a abril de 2024, 2,5 graus mais altas do que no mesmo período do ano anterior. Além disso, a precipitação foi entre 40% e 60% menor do que o esperado. Esse cenário foi exacerbado pelo fenômeno El Niño, que intensificou as alterações climáticas em Mato Grosso do Sul.
Para enfrentar esses desafios, a tecnologia e as práticas de manejo adaptativo se tornam cada vez mais importantes. “Investir cada vez mais em monitoramento do clima dentro da lavoura é uma solução. Mas o caminho a ser explorado é a irrigação”, sugere Balta. Mato Grosso do Sul possui abundantes recursos hídricos que ainda são subutilizados, e o avanço nessa área depende também de melhorias na infraestrutura elétrica do estado.
Imagem do destaque – Foto: Foto: Jaelson Lucas – AEN-PR