Ranking dos Estados com os melhores índices de desenvolvimento humano do Brasil (IDH) mostra MS na 9ª posição
Por Agência 24h
Bem posicionado no ranking do crescimento econômico, Mato Grosso do Sul foi listado no relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) na 9ª posição do ranking dos estados com os melhores índices de desenvolvimento humano (IDH).
Os dados referem-se ao ano de 2022, segundo relatório divulgado em março deste ano, mostrando que o estado saiu a 10ª posição (com IDH de 0,729) para a 9ª posição (0,742). O IDH de MS é considerado alto, segundo a classificação do Pnud.
Segundo estudos, o desenvolvimento socioeconômico está atrelado às mudanças qualitativas nas condições de vida da sociedade, na qualidade e eficiência das instituições e
também das estruturas produtivas do país. Portanto, tem como elemento principal, a
melhoria no nível de bem-estar.
Pensar em desenvolvimento econômico é pensar em modernidade, em mão de obra qualificada e valorizada, em inovações tecnológicas produzidas por empresas domésticas, em eficiência da estrutura produtiva e também governamental.
O IDH é a combinação de três elementos fundamentais que influenciam a qualidade de vida dos cidadãos: renda, acesso à educação e saúde de qualidade. MS tem pontuação 0.742, índice classificado como alto entre as quatro categorias do IDH.
A pontuação do IDH varia de 0 a 1, sendo que quanto mais próximo de 1, melhor é a condição de vida na área pesquisada. É um indicador usado no mundo todo para medir o grau de evolução da qualidade de vida e fundamental para que os governantes definam as prioridades na definição das políticas públicas e investimentos.
Estados com maior IDH no Brasil – Cada estado possui suas particularidades que contribuem para sua posição no ranking. O Pnud classifica os resultados em quatro categorias: muito alto (acima de 0,8), alto (entre 0,7 e 0,799), médio (entre 0,5 e 0,699) e baixo (até 0,499). Os 10 estados que se destacam no cenário nacional são:
- Distrito Federal: 0.814
- São Paulo: 0.806
- Santa Catarina: 0.792
- Minas Gerais: 0.774
- Rio Grande do Sul: 0.771
- Espírito Santo: 0.771
- Paraná: 0.769
- Rio de Janeiro: 0.762
- Mato Grosso do Sul: 0.742
- Goiás: 0.737
Qualidade de vida – Um outro levantamento socioeconômico, aponta MS no Top 10 dos estados com melhor qualidade de vida.
Realizado pelo Portal Brasil em Mapas, o levantamento colocou Mato Grosso do Sul com a sexta melhor qualidade de vida entre os estados do Brasil. O cruzamento de dados levou em consideração o IDH, taxa de homicídios e taxa de desemprego, medida pela desocupação.
O estado de São Paulo posiciona-se em primeiro lugar no ranking, seguido de Santa Catarina e Distrito Federal. Em quarto lugar ficou o Paraná e Rio Grande do Sul, em quinto. Após o Estado, que ocupa sexta posição, estão Rio de Janeiro, Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso.
Crescimento econômico – Os investimentos em ações sociais, que refletem na melhora da qualidade de vida e composição do IDH, tem relação com o crescimento econômico.
Em março, relatório divulgado pelo Banco do Brasil, apontou que Mato Grosso do Sul registrou crescimento econômico de 6,6% no ano passado, o terceiro maior entre todos os estados brasileiros.
O índice supera a taxa nacional, que ficou em 2,9%. Com isso, o Estado fica atrás apenas do Mato Grosso, com 10,3% de crescimento, e do Tocantins, com 10,1%. De acordo com a Resenha Regional do BB em quarto lugar no ranking aparece Alagoas, com 6,5%, e Paraná com 5,9%, na quinta posição.
Entender o IDH e analisar seu impacto pode auxiliar governantes e formuladores de políticas públicas a direcionar esforços e recursos de maneira mais eficaz. Por exemplo, áreas com IDH mais baixo podem receber mais investimentos em educação e saúde, promovendo assim uma melhoria na qualidade de vida da população local.
A análise do IDH também serve como um indicativo para o potencial de crescimento de cada região. Investidores e empresários tendem a buscar áreas com IDH mais alto para novos negócios, o que por sua vez pode acelerar o desenvolvimento dessas regiões.
Em resumo, o Índice de Desenvolvimento Humano é uma ferramenta essencial para compreender não apenas o nível de desenvolvimento atual de uma região, mas também para planejar seu futuro.
Os estados que apresentaram os melhores índices, como Distrito Federal e São Paulo, demonstram que é possível alcançar uma alta qualidade de vida quando há um investimento equilibrado em educação, saúde e geração de renda.
Ranking global
O IDH do Brasil cresceu de 2021 para 2022, ao passar de 0,756 para 0,760. Por outro lado, o Brasil caiu duas posições no ranking global da organização da ONU, passando da 87ª para a 89ª posição, entre 193 nações. Em 2020, o Brasil estava na 84ª colocação, com 0,758 de IDH. Com isso, o país ainda não retomou ao índice de 2019, antes da pandemia de covid-19, quando estava com o IDH em 0,764.
Entre 1990 e 2022, o IDH do Brasil cresceu 22,6%, registrando quedas apenas nos anos de 2015, 2020 e 2021. Os dados do Pnud ainda mostraram que, desde a pandemia, vem crescendo a distância entre IDHs de países ricos e pobres, revertendo a tendência de aproximação desses índices que vinha sendo observada desde 1990.
Para a especialista da Oxfam Brasil, organização que atua em temas como desigualdade e justiça social, nem mesmo políticas de transferência de renda como o Auxílio Emergencial e posterior Auxílio Brasil, que hoje virou Bolsa Família, foram capazes de retomar o IDH ao nível pré-pandêmico.
“Apesar da política de transferência de renda, muitas famílias continuavam sem ter condição de manter a sua alimentação minimamente adequada. Mais do que olhar o valor, precisamos olhar o conjunto do cenário, como estavam os preços, o nível de desemprego e a precarização dos postos de trabalho”, completou.
O Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) apontou que houve uma redução de verbas das políticas sociais no Brasil até 2022, último ano do governo Jair Bolsonaro. “O resultado do desmonte das políticas públicas no Brasil, entre 2016 e 2022, resultou na piora das condições de vida da população brasileira, que, de certa forma, se refletem no IDH”, destacou a integrante do Colegiado de Gestão do Inesc, Nathalie Beghin.
O ranking global é liderado por Suíça, Noruega, Islândia, Hong Kong, Dinamarca e Suécia. Os países com os piores índices são Somália e Sudão do Sul.
Fotos: SEAD – Monique Alves
Referência das imagens sobre programa de trasnferência de renda: Mais Social de R$ 450 garante comida na mesa e gás de cozinha para famílias do interior de MS – Secretaria de Estado de Assistência Social e dos Direitos Humanos (sead.ms.gov.br)