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MS inaugura ainda este ano a 1ª usina de hidrogênio verde do Centro-Oeste

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O empreendimento deve atrair investimentos na ordem de 2 bilhões de reais até 2030.

Por Assessoria de Comunicação RBCIP e UFMS

O mercado promissor de hidrogênio verde será impulsionado no Centro-Oeste, com o acordo de cooperação entre a Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), Rede Brasileira de Certificação Pesquisa e Inovação (RBCIP) e a empresa Green World Energy Hydrogen (GWE) para a construção da primeira usina de hidrogênio verde na região. O reitor da UFMS, Marcelo Turine, enfatizou a importância estratégica da parceria.

“É um marco significativo para a Ciência, Tecnologia e Inovação no Brasil, uma parceria estratégica visando à construção da primeira usina de hidrogênio verde no coração do Centro-Oeste brasileiro, em Mato Grosso do Sul”, destacou.

reitor da UFMS, Marcelo Turine, e o diretor-presidente da RBCIP, Marcelo Fiche (Foto: UFMS)

Para ajudar a reduzir um dos gargalos da atividade no Brasil, que é a carência de mão de obra especializada para operar as usinas de hidrogênio verde e seus derivados, 500 especialistas como professores e engenheiros serão capacitados nas instalações, por ano, para atuarem no mercado brasileiro e internacional.

O empreendimento deve atrair investimentos na ordem de 2 bilhões de reais até 2030. Na avaliação de Marcelo Fiche, o Brasil deve usar suas fontes naturais para produzir além do hidrogênio verde, produtos oriundos do H2V que gerem valor adicional na comercialização de commodities.

“Há uma tentativa de aproveitar a produção de hidrogênio para gerar maior valor agregado em produtos que o Brasil produz. Essa parceria da RBCIP com a UFMS e GWE defende que ao invés de exportar aço, o país pode vender para fora aço verde, amônia verde, hidrogênio verde, em substituição do cinza e agregar valor. Essa atividade resulta no nascimento da própria cadeia de produção de equipamentos na indústria, fortalecendo o setor no país. No mercado interno, existem oportunidades de descarbonização para diversos setores industriais importantes como cimento, aço, alimentício, fertilizantes, petroquímico, dentre outros”, afirma Fiche.

O CEO da empresa Green World Energy Hydrogen (GWE), Marcelo Vieira, explica que na usina, dentro da UFMS, também serão feitos estudos de rotas importantes para o hidrogênio: o gás sintético, o diesel verde, chamado de HVO, o metanol verde, a amônia verde e os fertilizantes verdes. Além disso, serão realizados estudos EVTEA – de viabilidade técnica, econômica e ambiental.

“O objetivo desse trabalho é, também, tornar a usina um centro de excelência em pesquisas de hidrogênio verde no Centro-Oeste do país para que empresas privadas possam desenvolver suas pesquisas”, informa o CEO.

Atualmente, o Brasil não fabrica efetivamente o hidrogênio verde, mas possui alguns projetos em andamento. No entanto, um estudo internacional, feito pela consultoria alemã Roland Berger, aponta que o Brasil tem potencial para se tornar o maior produtor mundial em hidrogênio verde. O país tem 87% da sua matriz energética oriunda de fontes renováveis como hidrelétricas, painéis solares e eólicas. Apesar disso, o Brasil ainda possui grande capacidade de expansão dessas fontes.

Produção mundial 

Um estudo da Deloitte Brasil aponta que o comércio global de hidrogênio pode gerar mais de US$ 280 bilhões em receitas anuais de exportação até 2050. Em relação aos investimentos, mais de US$ 9 trilhões deverão ser injetados na cadeia global de abastecimento de hidrogênio limpo para ajudar no alcance do net zero até 2050. Desse total, cerca de US$ 3 trilhões serão investidos em economias em desenvolvimento.

Em 2021, a demanda global por hidrogênio em todo mundo foi de 94 milhões de toneladas. A maior parte desta demanda foi produzida por meio de fontes fósseis, geralmente gás natural. A estimativa é que até 2050, a demanda pelo combustível de baixo carbono chegará entre 350 e 530 milhões de toneladas por ano. Com o aumento do consumo, os países de todo mundo tentam usar energias renováveis para cumprir o Acordo de Paris, com a redução do efeito estufa agravado pelas emissões do carbono. A guerra na Ucrânia e a elevação do preço do gás russo fizeram com que vários países europeus antecipassem os seus planos de transição energética, em particular, os investimentos em hidrogênio renovável.

Entre os principais países que atuam no setor de hidrogênio, destaca-se a Alemanha como grande importador, bem como a Austrália e o Chile como grandes exportadores. Já a China é o maior produtor de hidrogênio do mundo, com uma produção anual de cerca de 33 milhões de toneladas, a maioria de origem fóssil, mas pretende ter uma produção anual de hidrogênio verde de 100 mil a 200 mil toneladas até 2025

Diante da expansão das novas fontes de energias renováveis, no cenário nacional e internacional, o hidrogênio verde (H2V) vem ganhando espaço e expandindo suas possibilidades. No contexto da descarbonização do planeta, em uma busca por maior sustentabilidade, ele pode ser usado como fonte de energia limpa, sendo uma solução possível para diminuir a emissão de gás carbônico no planeta, extraído de fontes limpas e renováveis.

A usina

A usina de hidrogênio verde será construída nas instalações da UFMS em Campo Grande e será um centro de excelência em pesquisa e desenvolvimento, com foco na produção sustentável de energia e na mitigação dos impactos ambientais, destacando com um hub tecnológico de pesquisa no uso sustentável do hidrogênio.
“Esta iniciativa reafirma a posição da UFMS na vanguarda da inovação científica em sustentabilidade, e reforça nosso compromisso transparente com o desenvolvimento sustentável da região e do país como um todo. Aproveitando esta oportunidade única, buscamos modernizar nossas práticas, impulsionar a economia regional e promover o uso de energias sustentáveis”, afirma Marcelo Turine.
A usina de hidrogênio verde deverá ser inaugurada em meados deste ano e terá como objetivo principal explorar diversas rotas para a produção de hidrogênio verde, incluindo o uso de água subterrânea e fontes renováveis de energia. Além disso, a parceria entre a UFMS e a RBCIP prevê o envolvimento de profissionais de diversas áreas, desde engenharia e química até economia e gestão ambiental, para garantir a viabilidade técnica, econômica e ambiental do projeto.

 

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