Exposição conta com 50 fotografias e um documentário que oferecem um olhar profundo sobre as práticas agrícolas da comunidade Tuyuka e da Guima Café.
Por Agência 24h*
Estreia no próximo dia 22 de junho, no museu interativo Nelson Silva Soares, na cidade de Costa Rica, no Mato Grosso do Sul, a exposição “Raízes da Gastronomia”, uma instalação itinerante que apresenta a interconexão entre tradição e inovação na produção de alimentos.
A mostra destaca os aspectos históricos e culturais das comunidades indígenas e sua relação com as mais modernas técnicas de agricultura regenerativa, uma das chaves mitigadoras da emergência climática. A produção de café em fazendas sustentáveis de Minas Gerais também é destaque na exposição, que visa conscientizar e expandir o conhecimento sobre o tema por meio de uma seleção cuidadosa de imagens, documentário (disponível no https://abrir.link/RbvqR) e artefatos que ilustram a jornada desde o cultivo até a mesa.
A comunidade Tuyuka, localizada no Amazonas, é um dos destaques do projeto devido à sua importância na cidade de São Gabriel da Cachoeira, onde sua produção abastece não apenas as escolas locais, mas também parte da população. Além disso, a Guima Café, uma empresa situada em Varjão de Minas, na região do Cerrado Mineiro, é outra protagonista com suas práticas de agricultura regenerativa certificadas pela Regenagri, instituição britânica de cafeicultura regenerativa.
A exposição conta com 50 fotografias e um documentário que oferecem um olhar profundo sobre as práticas agrícolas da comunidade Tuyuka e da Guima Café. Além disso, há um generoso acervo de instrumentos utilizados na agricultura tradicional e indígena.
Passado e novas práticas
“A ideia inicial do Raízes da Gastronomia tinha como foco a gastronomia brasileira”, comenta Fabiano Moreira, idealizador do projeto. ”Ao apresentar a mostra ao mercado patrocinador (Lei Rouanet), percebemos o potencial em direcionar nossa pesquisa para a gastronomia indígena e descobrimos a agricultura regenerativa. A partir daí, surgiu a ideia de conectar o passado ancestral do cultivo indígena às modernas práticas de regeneração do solo.”
A instalação, que está dividida em três corredores temáticos – Passado Ancestral, Amazônia, Cerrado – mostra como as práticas agrícolas indígenas mantém a floresta em pé, nela o público conhecerá o cultivo de uma variedade de alimentos, como mandioca, banana, abacaxi, cupuaçu, açaí, cará, maracujá do mato pela comunidade Tuyuka. Além disso, poderá se encantar com a produção de café da fazenda Guima, que integra mata nativa em seu espaço e possui bolsões para armazenagem e distribuição de água. Toda a exposição foi cuidadosamente elaborada para demonstrar que a combinação de agricultura e floresta pode criar um ecossistema saudável e produtivo.
“O lugar, a receptividade dos indígenas, o modo de vida e, principalmente, a força deles, que certamente vem da alimentação, me impressionaram”, relata Fabiano Moreira sobre a sua experiência na comunidade Tuyuka. “O que mais me marcou foi o sabor dos alimentos. Tive o privilégio de experimentar o biju, feito com a farinha de mandioca que eles produzem, a paca cozida com molho de pimenta e cebolinha, o suco de açaí puro, entre outras delícias típicas da Amazônia.”
A exposição “Raízes da Gastronomia” já passou pela cidade de Piracicaba, no interior de São Paulo. O projeto contemplado pela lei Rouanet tem patrocínio da John Deeree e da SLC Agrícola, apoio do Instituto SLC e Acriart, e realização do Ministério da Cultura