Hormínio foi muito mais do que desportista, era empreendedor visionário, madeireiro e proprietário da Fazenda Rio Formoso
Hormínio Antunes de Souza
Por Agência 24h
Faleceu nesta sexta-feira (15), em São Paulo, de causas naturais, aos 94 anos, Hormínio Antunes de Souza — figura marcante na história de Bonito e imortalizado no nome da antiga “Ponte do Hormínio”, sobre o Rio Formoso.
Na década de 1980, Hormínio foi muito mais do que desportista: era empreendedor visionário, madeireiro e proprietário da Fazenda Rio Formoso, com 2.500 hectares. A ponte que cortava sua propriedade, oferecendo vista para uma belíssima cachoeira e sendo cenário de milhares de fotos e banhos de turistas, acabou ficando conhecida como “Ponte do Hormínio”. Ao lado dela, outra ponte na Rodovia do Turismo completava a ligação por onde passam hoje mais de 300 mil visitantes por ano.
Com a substituição da estrutura de madeira por concreto armado, “Ponte do Hormínio”, passou a se chamar “Ponte Rosita Ovando Rodrigues”
Em março de 2024, após intensa discussão na Câmara Municipal e um abaixo-assinado de moradores, o prefeito de Bonito, Josmail Rodrigues (PSDB), sancionou leis que alteraram os nomes das duas pontes. A sobre o Rio Formoso, antes “Ponte do Hormínio”, passou a se chamar “Ponte Rosita Ovando Rodrigues”, homenageando a vizinha de propriedade e também pioneira do turismo. Já a ponte sobre o Córrego Bonito, antes “Ponte do Mateus”, foi renomeada “Ponte Professor Waldemar Martins”.
As homenagens, propostas pelo vereador Ilson Casanova (União Brasil), reconheceram figuras fundamentais no desenvolvimento do turismo local. Pela legislação, não é possível batizar logradouros com o nome de pessoas vivas, razão pela qual Hormínio não foi oficialmente homenageado na ocasião.
Rosita Ovando Rodrigues, nascida em 1927, foi responsável por transformar o Recanto Poliana em um ponto histórico do turismo local, abrindo espaço para camping, acolhendo viajantes e cedendo área para a construção da igreja e da escola que deram origem à Ilha do Padre, hoje o Eco Park Porto da Ilha.
A icônica ponte era cenário para fotos de turistas
O professor Waldemar Martins, por sua vez, foi precursor do turismo rural e defensor da preservação do Rio Formoso. Criou o primeiro hotel-fazenda da região em 1997 e liderou o movimento pelo asfaltamento da estrada até a Ilha do Padre, além de viabilizar a chegada da rede elétrica — marco decisivo para o crescimento turístico.
Para o jornalista e cidadão bonitense Bosco Martins, Hormínio merece reconhecimento equivalente:
“Quando chegamos, na década de 1990, para construir o primeiro Hotel Fazenda Rural do Formosão, a energia elétrica ainda era produzida por uma pequena usina hidrelétrica, construída pelo Hormínio, que usava a força do Rio Formoso. Ele era uma figura correta e ao mesmo tempo exótica. Lembro-me de quando o conheci, ao lado do irmão Nilson. Até então, só ouvia histórias sobre aquele homem de 1,90m de altura, cabelos compridos até a cintura, que logo se tornou grande amigo meu e de meu pai, Waldemar. Bonito deve a ele muito do que é hoje.”Hormínio Antunes parte, mas a correnteza do Rio Formoso seguirá levando sua história adiante. À filha, Pedrina, familiares e amigos, ficam os mais profundos sentimentos e a certeza de que o nome de Hormínio permanecerá vivo na memória e no coração de Bonito,” finalizou Bosco Martins.