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Mais longe de Santos e Paranaguá, produção se volta para a Bioceânica 

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Estudo mostra que o comércio exterior será muito mais competitivo nos mercados da Ásia-Pacífico se cruzar os Andes por terra

Mudando a rota – caminho para o mercado asiático passa por aqui

Publicação do Ipea  (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) mostra que há uma tendência de as exportações brasileiras se tornarem uma forte alavanca da Rota Bioceânica, pelo fato de ser a logística mais viável economicamente. Estudo considera que “a saída das exportações brasileiras pelos portos do Atlântico está cada vez mais distante da produção. O mesmo ocorre com as importações brasileiras de bens industrializados ou de insumos para as regiões Centro-Oeste e Norte”.

Com a implementação do corredor de exportações ganhando velocidade, a questão já é avaliada pelos setores produtivos de carne. Houve um teste mal sucedido de cruzar os Andes com carga de carne. Há barreiras naturais, sanitárias e alfandegárias.

A carne bovina (junto com o algodão) apresenta-se com grande potencial de viabilizar o transporte via Bioceânica, dada sua escala e o tipo de carga conteinerizada.

Mato Grosso do Sul está no eixo do corredor, com papel fundamental na interconexão das exportações. Forte produtor com balança comercial ascendente em itens que são exportados ao mercado asiático, MS foi protagonista no projeto embrionário da ligação bioceânica, que começou em 2004 com a proposta da integração ferroviária entre Santos-SP e Corumbá-MS, que se estenderia pelo território boliviano (via Santa Cruz de la Sierra) para alcançar os portos marítimos do Chile e do Peru. Mas o modal ferroviário sucateado enterrou o projeto, derivando a ideia de um traçado rodoviário, com a possibilidade de conexão intermodal futura, demandando investimentos em ferrovia é hidrovia.

O estudo aborda as trocas comerciais e a dinâmica do comércio exterior voltado ao mercado asiático. A publicação Fronteiras do Brasil – o litoral em sua dimensão fronteiriça”, aponta MS entre os cinco articuladores das exportações, com crescimento de 139%. A estatística é do período 2010-2021, mas o ritmo foi proporcionalmente similar nos últimos dois anos, com altas taxas de crescimento.

Diante da perspectiva da logística de menor custo, o Estado pode ampliar em muito as portas do mercado na rota Ásia-Pacífico, cada vez mais ávido por alimentos que, no Centro Oeste brasileiro, tem larga produção.

Destacado no estudo do Ipea como terceiro maior exportador de carne, atrás apenas de Mato Grosso e Goiás, Mato Grosso do Sul vai avançar, tanto do ponto de vista econômico quanto demográfico, pela demanda por forças de trabalho. Segundo o Ipea,  “o Brasil avança para o Oeste na demografia e na economia, especialmente no setor exportador”.

“O corredor rodoviário bioceânico criará grandes vantagens para Mato Grosso do Sul e as regiões próximas, especialmente no caso das exportações de três tipos de produtos: celulose, carnes desossadas de bovino e pedaços e miudezas comestíveis de galinha”.

 

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