Incêndios florestais consumiram área de 2,03 milhões de hectares. Área queimada corresponde a 13º do bioma
Por Agência 24h*
O fogo já consumiu uma área de 2,03 milhões de hectares no Pantanal, segundo relatório do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). Isso equivale a 13% do Pantanal. De acordo com o órgão, neste mês de agosto, com a seca extrema, os incêndios aumentaram em 107%. Dados do Laboratório de Aplicações de Satélites da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa/UFRJ) mostram que havia a previsão de, em sete meses, a área queimada atingir 1 milhão de hectares, mas a marca foi alcançada com relativa antecedência.
O Cemaden apontou que o nível de seca atual causa diferentes impactos socioeconômicos e ambientais negativos, ampliando a preocupação não só para o Pantanal, mas também para a Bacia do Rio Paraná, que está em um dos extremos de Mato Grosso do Sul.
“A projeção do Índice Integrado de Seca para agosto deste ano alerta um agravamento da seca em diversas regiões do Brasil, com destaque para Amazonas, Acre, Mato Grosso, Pará, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais e São Paulo. Essa situação exige atenção e ações preventivas para minimizar os impactos socioeconômicos e ambientais”, informou o relatório técnico do Cemaden.
“Na Bacia do Rio Paraná, a seca continua se intensificando, variando de severa a extrema em grande parte da região. Esse cenário mantém a área em estado de alerta, demandando medidas estratégicas para mitigar os impactos, especialmente o risco de incêndios”, complementou.
Atualmente, não há uma definição de impacto que aborda o cenário de prevenção dessas condições de estiagem extrema. As medidas a serem tomadas neste momento são de caráter emergencial, a fim de tentar mitigar os impactos negativos que já estão sendo sentidos.
Um deles envolve a fumaça que passa a ser registrada em municípios com maior proximidade aos incêndios.
Em Corumbá e Ladário, ontem, o sol não conseguiu aparecer por conta da densa fumaça que cobriu o céu desde as primeiras horas do dia até noite adentro.
O Ministério do Meio Ambiente colocou em andamento o 2º Plano de Ação Brasileiro de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (PAB) em uma tentativa de dar resposta a esses problemas de estiagem.
Essa ferramenta, que conta com o envolvimento do Cemaden, deve ser ampliada para áreas além do Nordeste, e a Região Centro-Oeste estaria na rota para a questão dos efeitos das secas ser trabalhada.
“Reconhecemos a importância de ampliar o escopo desse plano para além do semiárido, abrangendo todo o território nacional”, afirmou a pesquisadora do Cemaden Ana Paula Cunha, durante evento realizado em junho.
PREJUÍZOS
Outra medida em andamento é incluir na pauta da 22ª reunião ordinária do Conselho Deliberativo do Desenvolvimento do Centro-Oeste, em 12 de setembro, a criação de uma linha de financiamento para mitigar os prejuízos econômicos que empresários do setor de turismo, comércio e serviços, além de pecuaristas, estão tendo com o fogo no Pantanal.
A partir dos incêndios, o turismo sofre pane, por exemplo. A discussão envolve oferecer juros de até 6% ao ano e recurso extra para que seja captado pela iniciativa privada.
Em 2021, após a tragédia dos incêndios do ano anterior, houve a liberação de cerca de R$ 160 milhões.
(*) Com informações do jornal Correio do Estado