O padrão também se mantém durante os meses seguintes e pode ocasionar veranicos durante o inverno, informa o portal Meteored
Por Agência 24h*
Com a aproximação do Inverno e a formação iminente de um novo La Niña, uma das primeiras perguntas que nos vêm à mente é se o fenômeno irá influenciar o clima de Junho de alguma maneira, especialmente após os cenários climáticos extremos presenciados em Estados como o Rio Grande do Sul.
O fato é que, na primeira quinzena de Junho, o clima vai se manter bastante seco, com chuvas pouco volumosas na maior parte do país – exceto no litoral nordestino e extremo norte, onde as chuvas volumosas continuam. Essa é uma notícia excelente para a população gaúcha, que sofreu com chuvas intensas no último mês.
Além disso, embora frentes frias consigam fazer as temperaturas caírem durante alguns dias no Sul e no Sudeste, tudo indica que os termômetros vão marcar temperaturas mais quentes que o normal para essa época do ano em praticamente todo o país.
Mas, será que esse padrão vai se manter ao longo de todo o mês de Junho? E quanto ao inverno, que começa oficialmente no dia 20? Para responder a essa questão, vamos observar e analisar alguns dos fenômenos climáticos mais importantes e também as previsões numéricas de longo prazo.
Temperatura da Superfície do Oceano e La Niña
No Oceano Pacífico Equatorial, é possível perceber a formação de uma grande região com temperaturas superficiais mais frias do que o normal – o que marca o início da formação de um evento de La Niña.
Entre os impactos que um evento de La Niña pode causar, estão:
- Região Sul: Secas severas.
- Região Sudeste: Possíveis secas, com baixa previsibilidade.
- Região Centro-Oeste: Possíveis secas, com baixa previsibilidade.
- Região Nordeste: Aumento na precipitação e vazão de rios.
- Região Norte: Aumento na precipitação e vazão de rios.
No entanto, o fenômeno ainda não se configurou de verdade – ainda vai levar algum tempo para isso acontecer. Por isso, o La Niña ainda não deve influenciar o clima brasileiro durante o Inverno – mas com certeza será um fator importante a ser observado durante o próximo verão.
Mesmo sem influência direta do La Niña, há outros fenômenos em jogo que devem auxiliar na formação de um clima mais seco durante o mês de Junho, como a Oscilação Antártica e a Oscilação de Madden-Julian – que, já na primeira quinzena do mês, ajudam a deixar o clima no Brasil mais seco que o normal.
Anomalias de chuva previstas para junho
Esse panorama se reflete nas previsões dos modelos numéricos, que indicam volumes de chuva mais baixos que o normal em praticamente todo o Brasil durante o mês de Junho – padrão que também se mantém durante os meses seguintes, Julho e Agosto.
A exceção são duas regiões: o Nordeste, onde as chuvas continuarão volumosas nas regiões litorâneas; e o extremo norte do país, incluindo os Estados de Roraima e Amapá, onde as pancadas de chuva permanecem mais frequentes do que o normal durante o mês de Junho.
Anomalias de temperatura previstas para Junho
Além disso, num geral, os modelos numéricos estão indicando temperaturas acima da média em grande parte do Brasil, padrão que deve se manter consistente ao longo de todo o Inverno. Em outras palavras, tudo indica que Junho será um mês mais quente do que o normal.
Entretanto, isso não quer dizer que não haverá dias mais frios ao longo do mês. Frentes frias ainda podem avançar pelo país e causar quedas bruscas de temperatura, especialmente no Sul e no Sudeste.
Mas ainda assim, na média, tudo indica que o clima estará pelo menos 2ºC mais quente que o normal em algumas regiões, o que sinaliza inclusive a possibilidade de ocorrência de Veranicos – que são períodos de estiagem acompanhados por calor intenso, forte insolação e baixa umidade relativa em pleno inverno.