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Governo tenta equilibrar o agro com a conservação da Bacia do Rio Formoso

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Semadesc e ONG iniciam trabalhos de conservação de solo e água em microbacias hidrográficas dos rios cênicos da Serra da Bodoquena no município de Bonito

O Rio Formoso visto de cima
Por Agência 24h*

Programa criado em 2021 desenvolve há seis meses, em parceria com ONG, obras de delimitação e adequação de estradas vicinais em áreas exploradas pela agropecuária e de contenção de processos erosivos, como terraceamento, e restauração da vegetação nativa visando conservar rios e nascentes em Bonito. É uma tentativa de equilibrar as atividades agropecuárias com a preservação de áreas protegidas.

Na semana passada, análise técnica apresentada pelo Instituto SOS Pantanal em parceria com a Fundação Neotropica do Brasil, o Instituto Libio, o SOS Mata Atlântica, e o Instituto Tamanduá, alertou que a expansão do cultivo de soja estaria impactando a integridade dos ecossistemas, com a perda de vegetação nativa, a redução da qualidade da água e ameaças à biodiversidade, com efeito colateral às atividades de ecoturismo.

A análise foi baseada em estudo sobre uma área de 42 mil km² da Bacia Hidrográfica do Rio Miranda (BHRM), cujo curso ocupa cerca de 12% do território de Mato Grosso do Sul e cruza 23 municípios, com destaque para Bonito, onde a bacia oferece benefícios ecossistêmicos essenciais tanto para a conservação ambiental da região quanto para a economia local.

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Em abril deste ano a Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) firmou Termo de Colaboração com o Instituto Taquari Vivo, uma organização da sociedade civil, para fazer a gestão de Patrulha Ambiental e executar ações de conservação do solo e da água na região das bacias dos rios Salobra, Betione, Formoso e da Prata, que abrange parte dos municípios de Bonito, Jardim, Bodoquena e Miranda.
A cooperação foi estabelecida pelo know how do Instituto Taquari Vivo, que desenvolve o programa de conservação (Prosolo) na Bacia do Rio Taquari e intervenções em toda a Bacia do Alto Paraguai.

Serra da Bodoquena – Nessa semana a Semadesc e a ONG iniciaram trabalhos de conservação de solo e água em microbacias hidrográficas dos rios cênicos da Serra da Bodoquena, no município de Bonito, ampliando as ações que vêm sendo realizadas desde abril na Microbacia do Rio Mimoso, importante afluente do rio Formoso, onde estão ancorados os principais atrativos de Bonito. A preservação do Formoso é um dos principais desafios da política ambiental do município, não só pelo valor ecológico, mas por ser vitrine importante da indústria do ecoturismo.

Patrulha mecanizada do PROSOLO e parceiros como o Instituto Taquari Vivo e Prefeitura de Bonito atua em estradas vicinais

De acordo com a Semadesc, atualmente a intervenção por meio do Prosolo tem se concentrado em quatro propriedades que integram a Microbacia do Rio Mimoso. “Os trabalhos de adequação de estradas integradas com áreas de produção agrícola e pecuária, buscam as melhores condições de produzir em harmonia com a preservação dos recursos naturais. Indiretamente, o turismo é beneficiado com a implantação dessas práticas conservacionistas, pois a melhoria da trafegabilidade com mais segurança das vias é uma consequência natural”, informa a Semadesc em seu portal.

O engenheiro agrônomo Paulo Gimenes, que coordena a atuação do Prosolo na região, destaca a importância do trabalho. “Esse serviço de levantamento do leito estradal, construção de lombadas, integração com os terraços das propriedades e construção de bacias de captação e infiltração de águas pluviais são práticas essenciais para manutenção da qualidade da estrada e proteção de áreas adjacentes (lavouras/pastagens) e de recursos hídricos. Isso ajuda a evitar o carreamento de sedimentos (solo) e assoreamento”.

Zoneamento – Outras regiões estão mapeadas para que os trabalhos sejam realizados pelo Prosolo, baseados em estudos preliminares e a elaboração do projeto de adequação das estradas e das técnicas conservacionistas a serem utilizadas nas propriedades lindeiras, planejadas respeitando-se as características do solo, da topografia e da cultura explorada nas áreas.

“A região de Bonito, Bodoquena, Jardim e Miranda tem muito a ganhar com a Patrulha Ambiental, pois o desenvolvimento de atividades agrícolas e turísticas é possível de forma sustentável. Para isso basta que iniciativas como a do Prosolo sejam multiplicadas e que outras instituições públicas e privadas se unam com o mesmo propósito, como vem fazendo a UEMS, o IASB, Sindicato Rural, produtores e empresários do turismo, diz o coordenador do programa, Fernando Nascimento.

De acordo com o governo do Estado, o Prosolo faz parte de um projeto que busca a geração de uma base metodológica para uma economia de baixo carbono em Mato Grosso do Sul, desenvolvendo e adaptando tecnologias para a redução e mitigação das emissões de gases de efeito estufa em vários setores da economia do Estado, e dessa forma possa contribuir com a meta do Programa Estadual de Mudanças Climáticas (Proclima), que é tornar Mato Grosso do Sul Carbono Neutro até 2030. O Prosolo compreende o desenvolvimento de atividades de contenção de processos erosivos, como terraceamento, adequação de estradas vicinais e restauração da vegetação nativa visando conservar rios e nascentes.

(*) Com informações da Semadesc

 

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