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Governo suspeita de ligação do narcotráfico em conflito que resultou na morte de indígena

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Eduardo Riedel relata situação ao presidente Lula e discute situação com o Supremo Tribunal Federal

Governador Eduardo Riedel em reunião de emergência com secretários (Foto: Saul Schramm
Por Agência 24h*

A morte de um indígena da etnia Guarani-Kaiowá,  na madrugada de quarta-feira em ataque na área conhecida como Nanderu Marangatu, em Antônio João, na fronteira com o Paraguai, pode estar relacionada a conflitos envolvendo o narcotráfico, segundo suspeitas levantadas pelo Governo do Estado.

Ainda na quarta-feira o governador Eduardo Riedel conversou com o presidente Lula sobre os conflitos indígenas e disputas por terra na região.

Nesta quinta-feira o assunto será discutido com autoridades federais, incluindo o Supremo Tribunal Federal (STF). Os conflitos em Antônio João se arrastam desde 1983, quando foi assassinado o líder indígena Marçal de Souza, na Aldeia Campestre.

Lula é cobrado por uma solução para a demarcação de áreas indígenas desde 2002 e até agora, no terceiro governo, não faz nada, segundo queixas do deputado Zeca do PT, que na época era governador.

“Levei para o presidente Lula, que se interessou, conversei com ministro na sequência, mas aí depois vieram [os presidentes] Dilma, Temer, Bolsonaro e agora de novo Lula e nada se resolveu. Absolutamente não dá mais para ter conflitos”.

O clima de tensão instalado na região sul-fronteira dominou os debates na Assembleia Legislativa. Os deputados questionam a ação da polícia. Para o secretário de Justiça e Segurança Pública, Antônio Carlos Videira, o serviço de inteligência da polícia teria identificado indícios de aliciamento de indígenas por traficantes que atuam no Paraguai. A área onde o indígena, foi morto é contígua a lavouras de maconha no Paraguai, separada apenas por um pequeno riacho.

“Estamos empenhados em que não haja mais conflitos”, frisou o governador Riedel ao presidente Lula, indicando também que já solicitou abertura de inquérito para apuração das circunstâncias que levaram ao assassinato.

Riedel e Lula também falaram sobre as suspeitas que envolvem o narcotráfico na região, com roças de maconha localizadas do outro lado da fronteira, próximas à propriedade ocupada no Brasil, e a presença de facções criminosas que estariam aliciando pessoas dentro das comunidades indígenas.

Segundo nota do governo, um relatório da inteligência será apresentado pelo governador a representantes do Governo O secretário de Justiça e Segurança Pública, Antônio Carlos Videira, culpou “índios paraguaios a serviço do tráfico de drogas” pelo acirramento dos confrontos no interior do Estado.

“Nós percebemos que nos últimos dias foi acirrando com a presença de ‘índios paraguaios’. Nós estamos ali numa região onde a fronteira é um rio pequeno, facilmente transponível; e do lado de lá nós temos diversas plantações de maconha… então há um interesse de facções criminosas que exploram o tráfico de drogas”, afirmou.

Sobre a morte do indígena, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), a violência iniciada de madrugada se estendeu ainda durante o período da manhã, quando a Polícia Militar teria arrastado o corpo da vítima para um pedaço de mata, o que causou comoção e revolta dos demais indígenas.

Ação policial

O governador Eduardo Riedel disse que “lamenta profundamente” o episódio. Já Videira reforça que a ideia era tentar evitar confrontos, porém, que a situação fugiu ao controle.  “Tudo o que a gente não queria era que isso acontecesse. Nós queremos de agora para frente é que se gerencie a crise para que nós não tenhamos mais nenhuma morte”, disse o secretário.

Videira disse que a presença ostensiva da polícia na região está apoiada em ordem judicial, para garantir o direito de ir e vir de trabalhadores e donos de fazendas na área.

“Temos aproximadamente 100 militares lá, de PMs; do Tático; batalhões da região; quatro equipes do Departamento de Operações de Fronteira (DOF) e batalhão de Choque também… vamos manter porque estamos cumprindo a ordem judicial”, disse Videira.

Em 2005 houve homologação da Terra Indígena em Antônio João como de ocupação tradicional dos indígenas de Nanderu Marangatu, onde está sobreposta à chamada Fazenda Barra.

(*) Com informações do governo do Estado

 

 

 

 

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