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Fogo no Pantanal não afeta temporada de pesca esportiva em Corumbá

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Apesar do ano atípico devido ao tempo seco, sem chuvas, o cenário da pesca esportiva e toda a movimentação de turistas deixam operadores do turismo otimistas

Por Agência 24h*

Sem vagas. Hotéis e barcos-hotéis lotados e com reservas garantidas até o final da temporada mostram que a pesca esportiva no Pantanal continua em pleno vapor. Os empresários do setor dizem que os turistas estão vindo e que todas as dúvidas são esclarecidas sobre uma das principais atividades geradoras de renda para a população da região.

Enquanto os governos de Mato Grosso do Sul e Federal combatem os incêndios florestais de forma coordenada, o turismo de pesca resiste e mostra aos turistas que a maior parte dos pontos para a prática da pesca esportiva estão disponíveis, sem nenhum problema para navegação, passeio ou atividade de contemplação.

Com três barcos-hotéis em Corumbá, a empresária Joice Carla Santana conta que recebe 6 mil turistas por ano em suas embarcações e que todas as reservas da temporada estão mantidas. Para conseguir uma vaga, só no ano que vem.

“Navegamos por toda região de 230 km a 320 km de rio adentro no Pantanal. Neste mês de julho ainda estamos recebido turistas com toda a família, trazendo as crianças que estão de férias para a pesca esportiva e contemplação”.

Com experiência de 32 anos no setor e 25 a frente da sua empresa, Joice emprega 104 funcionários. Ela entende que o Pantanal tem suas características próprias, entre elas a época de queimadas, que neste ano foi atípica pelo tempo seco e começou antes do período rotineiro. Contudo, o turismo segue fazendo todo o seu trabalho.

“Devido está situação muitos turistas ligam para saber como está aqui no Pantanal, mas logo esclarecemos a imensidão desta região e que os rios e a paisagem continuam lindos e exuberantes. Passamos a realidade com fotos e vídeos do nosso trajeto para ele poder vir tranquilo, tanto para pesca, como para passeio e contemplação”, garante.

A mesma avaliação faz Edna Rodrigues da Silva, gerente financeira e administrativa do barco-hotel Kalypso. “Mesmo com estas notícias que vimos, todos podem vir ao Pantanal. Nossos passeios seguem normalmente, seguimos todos os dias com nossa ocupação completa. Os barcos estão navegando, os turistas pescando e todos se divertindo”.

Edna afirma que nenhum turista desmarcou viagem até o momento e que as reservas seguem mantidas. “Como nos outros [barcos], só terá vaga em 2025. Aos clientes sempre mandamos vídeos, fotos para mostrar que os passeios estão normais. Podem vir sem medo. Recebemos pessoas de todas as idades e de todos os estados”.

Turistas novos e clientes antigos

Depois do almoço os turistas começam a chegar aos barcos-hotéis de Corumbá para seguirem viagem a partir das 14h no rio Paraguai. Eles vão ficar seis dias nas águas.

Nesta época do ano o atrativo é a possibilidade da vinda da família completa para conhecer o Pantanal. As crianças de férias dão o ar de leveza que encantam ainda mais a região, que apesar do enfrentamento ao fogo, resiste bravamente.

Valdecir Blum vem pelo 15° ano seguido para uma excursão no Pantanal. Ele está acompanhando da esposa e das duas filhas. Morador de Foz do Iguaçu, ele já percorreu vários lugares do Brasil, mas diz que aqui o sentimento é especial.

“O rio Paraguai e o Pantanal tem suas belezas incomparáveis. Já tivemos oportunidades de ir em outras regiões, mas aqui tem o seu diferencial. Além da pesca e lazer, conseguimos ver muitos animais, o que algo incrível para as crianças”, conta.

Blum garante que sempre recomenda a viagem aos amigos. “Estamos aqui hoje com um grupo de 70 pessoas, todas em família. Eu sempre chamo todos para virem porque no Pantanal a gente se apaixona, é algo diferente”.

Além dos ‘velhos de guerra’, no Pantanal há também os ‘marinheiros de primeira viagem’, conhecendo o bioma pela primeira vez. O casal Sérgio Luiz Gomes e Marinês Vegoto Gomes vieram de São Miguel do Iguaçu, interior do Paraná, para apreciar estas belezas naturais.

“Vamos ficar 10 dias aqui e estou empolgada para conhecer o Pantanal. Quem sabe pegar um peixe maior, pois gosto de pescar desde nova, aprendi com meu pai”, disse Marinês. Já Sérgio está empolgado por conhecer o bioma com a esposa, filha e neta. “Primeira vez nesta maravilhosa de beleza natural. Pretendemos nos divertir e aproveitar bastante”.

Cenário positivo

Apesar do ano atípico devido ao tempo seco, sem chuvas, o cenário da pesca esportiva e toda a movimentação do setor continua positivo. A expectativa é atrair mais turistas do que no ano passado, quando vieram 25 mil pessoas para Corumbá para esta finalidade.

Uma das metas dos empresários é mostrar que apesar dos incêndios florestais, as atividades turísticas estão em pleno funcionamento, sem prejuízo de atuação.

“Temos 320 km de rio aqui na região e a maioria dos trechos estão normais, só alguns pontos isolados que foram comprometidos, mas não atrapalha a pesca esportiva”, afirma o vice-presidente da Acert (Associação Corumbaense das Empresas Regionais de Turismo), Ademilson Esquivel.

Ele relata que não teve nenhum cancelamento e que as atividades seguem efetivas. “O que estamos fazendo é dando a devida explicação aos clientes, muitos ligam aflitos e nós mostramos que podem vir tranquilos. Só dá para reservar de um ano para o outro. Agenda lotada. Os guias filmam e mandam a situação aos turistas que vão vir”.

Somente nas empresas vinculadas a Acert são 1 mil empregos diretos, 22 barcos-hotéis e R$ 45 milhões injetados na economia local somente com folha de pagamento. Estruturas que vão desde piscina, spa, salas de cinema e quartos com acessibilidade.

O presidente da Fundtur-MS (Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul), Bruno Wendling, avalia que o turismo no Pantanal vem operando com a sua normalidade em todas as regiões.

“Em Corumbá os barcos-hotéis estão navegando mais de 200 km no rio Paraguai. A Estrada Parque também está em operação normal. No Pantanal de Aquidauana e Miranda não houve nenhum dano e as operações estão em plenitude, com ótima taxa de ocupação. Falei com algumas pousadas pantaneiras e todas estão com 100% de ocupação em julho”.

Wendling ressalta que a Fundtur está muito atenta e monitora diariamente a situação com o setor de turismo da região. “Sempre em contato com a imprensa nacional e internacional para dar segurança a quem quer vir para cá”.

(*) Informações de Leonardo Rocha, Comunicação Governo de MS
Fotos: Álvaro Rezende

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