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Explosão demográfica pode estar afetando a bacia do Rio Formoso

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Instalação de ranchos é desenfreada e também contribui para a degradação ambiental, segundo promotor de Justiça de Meio Ambiente de Bonito, alertando para a falta de controle e impactos

Grupo que investiga degradação visita estação que recebe o esgoto de Bonito.

Na primeira imersão do Grupo Técnico Institucional do Rio Formoso para iniciar levantamento completo que vai nortear ações do governo, o promotor de Justiça de Justiça do Meio Ambiente Alexandre Estuqui sugeriu apurar os impactos da explosão demográfica em Bonito, e disse que recebe com frequência denúncias de ocupação desordenada das áreas banhadas pelo Rio Formoso.

Calcula-se que mais de 400 ranchos de lazer se instalaram próximos ao curso do rio para receber turistas, que em muitas vezes chegam em numerosas levas, com grande potencial predatório. Essa atividade de turismo rural já foge ao controle do poder público no município. A Prefeitura tenta acompanhar o repentino crescimento populacional da cidade, além do impacto da população flutuante na alta temporada, quando o número de pessoas dobra. A cidade recebe mais de 300 mil turistas ao ano.

Os integrantes do GTI do Rio Formoso estiveram por dois dias – na quinta-feira (1º) e sexta-feira (2) – em Bonito para visitas técnicas e reuniões. O objetivo é coletar o máximo de informações para definir as medidas de recuperação, proteção e uso sustentável da bacia do Rio Formoso. O grupo foi criado em 20 de dezembro e a primeira reunião, conduzida pelo governador Eduardo Riedel, ocorreu quase um mês depois, em 18 de janeiro.

O diretor presidente do Imasul, André Borges, o diretor de Licenciamento e Fiscalização do Instituto, Luiz Mário Ferreira, o gerente de Recursos Hídricos, Leonar do Sampaio, e o diretor-presidente da Fundação de Turismo, Bruno Wendlig, participaram da imersão local, junto com o secretário de Meio Ambiente da Semadesc, Artur Falcette, e representantes da Seilog, Fundação de Turismo, Sanesul, e da Prefeitura de Bonito.

Algumas evidências

Fazendas situadas à beira do Rio Formoso foram visitadas pelo grupo para avaliar se há evidências de impacto com a presença nas áreas protegidas

Houve reunião administrativa na Secretaria de Meio Ambiente do município para definir a sistematização dos levantamentos e visitas, que começaram pela ETE (Estação de Tratamento de Esgoto). A rede coletora atende a 97% dos domicílios. O Grupo de Trabalho também fez reunião com o prefeito Josmail Rodrigues e o promotor Alexandre Estuqui, que  levantou problemas que considera urgentes, como as denúncias de excesso de capacidade de visitantes em alguns atrativos e também a multiplicação dos ranchos de lazer com estruturas instaladas nas proximidades e até na beira dos rios, muitos de forma irregular.

Estuqui calcula que já existam mais de 400 ranchos de lazer no município, cujos proprietários alugam para temporadas, atividade que foge do controle dos órgãos municipais. Na sexta-feira as autoridades e técnicos foram a campo, para verificar a situação de condomínios criados na beira do rio, com a instalação de decks para acesso à água e até cordas sobre o leito delimitando o espaço de cada lote. Todas as observações abrem o processo apresentação de propostas para conter e também regulamentar o turismo rural de lazer, com a prioridade de proteger a bacia do Rio Formoso.

“Agora a gente parte para levantar documentos, ver a situação legal de alguns casos que visitamos, para entender e poder planejar uma ação de fiscalização e outras medidas que devem ser tomadas pelos órgãos competentes”, avaliou o secretário executivo de Meio Ambiente da Semadesc, Artur Falcette. O GTI tem 120 dias – a partir da instalação – para levantar os problemas e sugerir medidas que ampliem a proteção ambiental do rio Formoso e ao município de Bonito em geral.

O GTI

O Grupo Técnico Institucional do Rio Formoso é composto por representantes da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Secretaria de Governo, Seilog (Infraestrutura e Logística), Agesul (Agência de Empreendimentos), Sanesul (Empresa de Saneamento), Imasul (Instituto do Meio Ambiente), Prefeitura de Bonito e da empresa Ambiente MS Pantanal, que gerencia o serviço de esgotamento sanitário no município.

Com informações de João Prestes, Comunicação Semadesc
Fotos: Mairinco de Pauda

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