quinta-feira, novembro 21, 2024
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País tem potencial de 36,6 milhões de hectares para soja em pastagens

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Além do potencial de crescimento da sojicultura no Brasil, estudo fornece informações estratégicas para apoiar bancos e instituições financeiras na concessão de crédito

Por Aline Merladete – AGROLINK

Um estudo inédito realizado pela Serasa Experian, revela potencial para a expansão do plantio de soja em áreas de pastagem nos biomas Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica e Pampa. O levantamento indica que até 36,6 milhões de hectares (Mha) de pastagens aptas podem ser convertidos para o cultivo de soja, atendendo às exigências de mercados que demandam produtos livres de desmatamento.

Joel Risso, diretor de novos negócios agro da Serasa Experian, destaca que as projeções do Ministério da Agricultura apontam para um aumento de cerca de 12 Mha no plantio de soja no Brasil nos próximos 10 anos. Este número representa apenas um terço das pastagens disponíveis com alta aptidão para o cultivo da soja, totalizando mais de 36 Mha. “Essa é uma boa notícia, pois indica que há mais pastagens aptas do que o necessário para atender à demanda, seguindo os protocolos ambientais rigorosos, como as exigências do mercado europeu que não aceita soja proveniente de áreas desmatadas”, afirma Risso.

Desafios e oportunidades

Além da disponibilidade de pastagens, o estudo também avaliou o grau de degradação das áreas, fator crucial para definir os investimentos necessários para a conversão. Risso explica que a probabilidade de inadimplência dos produtores é um dado estratégico para os financiadores, permitindo a criação de condições favoráveis para o acesso ao crédito e a expansão das áreas de plantio.

Análise por bioma e Unidade Federativa

A análise segmentada por bioma revelou que o Pampa se destaca pela maior proporção de pastagens aptas sem degradação (52%), enquanto a Mata Atlântica possui a maior proporção de áreas com degradação severa (40%). Em termos absolutos, o Cerrado apresenta o maior número de hectares degradados severamente, com 6,1 Mha.

Entre as Unidades Federativas, o Pará lidera em áreas de pastagens aptas sem degradação (1,7 Mha), e o Mato Grosso do Sul possui a maior disponibilidade de pastos propícios à sojicultura (6 Mha), embora também tenha a maior parcela de áreas degradadas proporcionalmente.

Para viabilizar a expansão de 12 Mha, serão necessários investimentos de cerca de R$ 60 bilhões nos próximos 10 anos, com grande parte proveniente de linhas de crédito. Além disso, estima-se um custo anual de R$ 50 bilhões para o custeio, também majoritariamente financiado por crédito bancário.

Perfil dos demandantes de crédito

A Serasa Experian, utilizando dados do Agro Score, identificou que 24,6 dos 36,6 Mha de pastagens aptas pertencem a produtores com risco aceitável de crédito, com probabilidade de inadimplência inferior a 3%. Marcelo Pimenta, head de agronegócio da Serasa Experian, reforça a importância de relacionar imagens de satélite com dados de crédito para impulsionar o agronegócio e, consequentemente, a economia brasileira.

O estudo da Serasa Experian não apenas revela o potencial de crescimento da sojicultura no Brasil, mas também fornece informações estratégicas para apoiar bancos e instituições financeiras na concessão de crédito, contribuindo para o desenvolvimento sustentável do agronegócio nacional.

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