O lema sintetiza objetivos e metas da Agenda 2030 da ONU, para erradicação da pobreza. Governo do Estado diz que isso será possível em Mato Grosso do Sul
A frase “não deixar ninguém para trás”, que traduz acesso igualitário das pessoas no processo de desenvolvimento em condições dignas e sustentáveis, tem sido um dos apelos mais ouvidos no debate global sobre as desigualdades sociais e regionais e como os desníveis socioeconômicos afetam a Sustentabilidade.
Em Mato Grosso do Sul, foi adotada pelo governo do Estado como um dos pilares do plano estratégico. No plano do governo, erradicar a pobreza até 2030 é uma meta bem possível de se alcançar. Basta investir em ciência para mapear e diagnosticar tudo que compõe o universo da miséria e executar programas sociais ancorados na expansão econômica. Mas, apenas a transferência de renda não é suficiente e os resultados concretos de programas sociais passam por “banco de dados e inteligência”.
- “Programas sociais são importantes para apoiar quem não consegue alcançar a oportunidade no mercado de trabalho. No entanto, a assistência social não passa só pela transferência de renda, mas por uma política integrada, em educação, saúde, segurança. Não em uma área isolada. Para isto, demanda ir a campo, produzir banco de dados e inteligência, para termos resultados concretos” – governador Eduardo Riedel.
O programa “Mais Social”, que distribui cartão de compras no valor de R$ 450 por mês, chega a 60 mil famílias. O governo quer mapear a pobreza para que na área de transferência de renda o braço do Estado possa alcançar o número mais próximo da realidade. Há uma percepção de que o número esteja subestimado. Mais que o dobro desse número de famílias que recebem o cartão faz parte do cadastro do programa Energia Social – Conta de Luz Zero, que no ano passado alcançou 123 famílias na menor faixa de consumo.
A Agenda e a frase
Em setembro de 2015, os 193 Estados-membros da ONU, entre eles o Brasil, adotaram o documento “Transformando o Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável”, que norteia medidas ousadas e transformadoras para promover o desenvolvimento sustentável pelos 15 anos seguintes. Pelas palavras do Secretário-Geral da ONU, António Guterres, “A Agenda 2030 é a nossa Declaração Global de Interdependência”.
Trata-se de um plano de ações para pessoas, governos, empresas, academia e sociedade que busca fortalecer a paz mundial. São objetivos e metas para que cada país busque erradicar a pobreza e promover uma vida digna para todos dentro dos limites sustentáveis. O lema da Agenda 2030 é “não deixar ninguém para trás”.
ODS – Esse plano toma forma nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e suas 169 metas. Eles são o núcleo da Agenda, integrados e indivisíveis, e mesclam, de forma equilibrada, as três dimensões do desenvolvimento sustentável: econômica, social e ambiental. A Agenda 2030 e os ODS combinam os processos dos Objetivos do Milênio e os processos resultantes da Rio+20, tendo inaugurado uma nova fase para o crescimento dos países, integrando todos os componentes do desenvolvimento sustentável.
A Agenda 2030 visa estimular e apoiar ações nas cinco áreas cruciais para a humanidade: Pessoas, Planeta, Prosperidade, Paz e Parcerias. Isso só será possível pelo cumprimento dos ODS por parte de todas as esferas da sociedade, engajando a todos na construção do futuro que queremos.
Ranking – Entre os 193 Estados-membros das Nações Unidas, o Brasil ocupava em 2020 a posição de número 53 em um ranking de desenvolvimento sustentável, segundo documento, publicado pela Cambridge University Press, foi liderado pelo Professor Jeffrey Sachs, e escrito em conjunto com uma equipe de especialistas independentes que trabalham na Rede de Soluções de Desenvolvimento Sustentável (Sustainable Development Solutions Network “SDSN”) e Bertelsmann Stiftung.
Efeito colateral da economia
Para o governo de MS, o momento econômico que tem levado o Estado ao topo na captação de investimentos reforça a perspectiva de atingir a meta da erradicação da pobreza. Com algo em torno de R$ 70 bilhões em fábricas do setor florestal, bioenergia e agroindústria, a geração de empregos e fomento às cadeias produtivas e de serviço também impactam muito na corrida pela sustentabilidade econômica, social e ambiental.
Nas contas do governo do Estado, setores como exportações, infraestrutura e logística e tecnologia e inovação também seguem como suporte de políticas públicas e áreas importantes integradas à política central contra a pobreza.
Sustentabilidade – Toda riqueza gerada pelo agronegócio em Mato Grosso do Sul está alinhada a ações socioambientais por meio de políticas públicas. Das 169 metas enumeradas na convenção dos 17 ODS, as ações do Governo do Estado estão entrelaçadas em muitas delas, como a saúde e bem-estar, educação de qualidade; saneamento básico; energia acessível e renovável; trabalho e crescimento econômico; inovação e infraestrutura; produção responsável e ação contra a mudança global do clima. Usinas que utilizam combustíveis fósseis estão desaparecendo no Estado, menos de 10% de todas as fontes de geração de energia.