Mato Grosso do Sul já é um dos estados mais prósperos do Brasil, com crescimento acima da média nacional e destino de investimentos privados bilionários na agroindústria, bioenergia e setor florestal
Projeção de investimentos privados que podem ultrapassar R$ 70 bilhões, aumento das exportações com superávits seguidos na balança comercial e políticas de desenvolvimento alinhadas aos objetivos de desenvolvimento sustentável. Como o boom econômico se instalou em MS, tornando o Estado uma potência?
A resposta é simples – alta produtividade da sua principal base econômica, sustentada pela agricultura e pecuária, políticas de incentivo à expansão da agroindústria, espaço para o setor florestal, infraestrutura e logística e ambiente seguro proporcionado pela solidez fiscal, permitindo a expansão de outras cadeias produtivas e de serviços.
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O foco em uma economia diversificada, sem impactar a vocação agropecuária – pelo contrário, agregando valor ao excedente das commodities -, e a mudança na política de exploração dos recursos naturais, afastando o perfil predador para selar o compromisso com a preservação e a conservação dos ecossistemas através do turismo, nortearam todo o processo de crescimento desencadeado ao longo das duas últimas décadas.
Como potência econômica, o Estado dirige o foco, agora, ao desenvolvimento tecnológico, buscando, principalmente, o progresso social, preparando as pessoas e qualificando mão de obra com políticas de apoio ao ensino, pesquisa, ciência e inovação. Uma necessidade diante das demandas que começam a se apresentar devido a essa condição do Estado de nova potência econômica, e que será a médio prazo o principal centro de convergência dos corredores de exportação com a viabilização da Rota Bioceânica.
NÚMEROS QUE IMPRESSIONAM
Solidez Fiscal – Com previsão de receita de R$ 25 bilhões este ano, Mato Grosso do Sul se mostra capaz de amortecer os impactos da reforma tributária, sem necessidade de mexer nos impostos. Crescimento da arrecadação é de aproximadamente 9% ao ano.
Investimentos privados – Injeção de capitais que somam R$ 70 bilhões nos próximos anos através do setor florestal, agroindústria (segmentos de carne bovina, suína, de frangos, pescado e proteína texturizada) e bioenergia. Entre 2020 e 2021 o impacto resultou no crescimento nominal do PIB de 15%.
- A curto prazo – R$ 22,2 bilhões em nova fábrica de celulose em Ribas do Rio Pardo e compra de ativos florestais pela Suzano, referência global no setor.
- A médio e longo prazos – R$ 28 bilhões em fábrica de celulose em Inocência, pela empresa chilena Arauco.
- Meta da agroindústria – Atingir níveis mais elevados de produtividade das atividades econômicas por meio da diversificação, modernização tecnológica e inovação nos setores de alto valor agregado
Diversificação da economia – Fortalecimento e tecnificação da agricultura e da bovinocultura, ampliando a cadeia produtiva com agregação de valor por meio da agroindústria. Expansão dos parques industriais e novos polos de produção de acordo com a vocação regional. Boa parte da carne e dos grãos é industrializada dentro do Estado, gerando mais empregos, renda e oportunidades na indústria, comércio, transportes e outros segmentos do setor de serviços.
Tecnologia e Inovação – Do preparo do solo ao plantio e da pecuária ao beneficiamento de carne, a tecnologia tem sido uma grande aliada. A inovação fez subir a participação do agro no PIB de mais de 22% e dentro de toda riqueza gerada pelo agronegócio, a agroindústria tem papel central, com participação de 5,9% no PIB.
Pilares do Agro
- Grãos – Estimativa de produção de 25,7 milhões de toneladas, a maior parte de soja – 15 milhões de toneladas.
- Processamento de soja e milho – 5º maior exportador de produtos derivados da soja do país;
- Carnes e miudezas bovinas – 2º estado do país em abates – 3,39 milhões de animais abatidos; 54 unidades frigoríficas ativas.
- Carnes e miudezas suínas – 6º maior exportador do país, com 21 mil toneladas; 8º maior rebanho suíno, com 1,4 milhão de cabeças.
- Carnes e miudezas de frango – 5º maior exportador do país.
- Frigorífico de peixes e demais produtos do pescado – Maior exportador de filés de tilápia,
- Produção florestal de eucalipto – Segunda maior área cultivada do país, com 1,4 milhão de hectares. Estado responde por 25% da produção nacional de celulose, com 6 milhões de toneladas por ano.
- Sucroenergético – Produção diversificada com açúcar, etanol, energia, e 17 usinas em operação. 4º maior exportador de açúcar.
Exportações
- As exportações no acumulado de janeiro a dezembro de 2023 atingiram o valor recorde de US$ 10,517 bilhões, com crescimento de 28,1% em relação ao ano anterior. No saldo da balança comercial no ano passado, o resultado foi um superávit de US$ 7,5 bilhões, valor 54,3% superior ao verificado em 2022.
- Principais produtos exportados são soja, celulose, milho, açúcar, farelo de soja, carne bovina e o minério de ferro.
- O mercado asiático e países sul-americanos que integram o Corredor Rodoviário de Capricórnio, conhecido como Rota Bioceânica, foram destino de 61,38% das exportações de Mato Grosso do Sul no período de janeiro a dezembro de 2023.
- As vendas externas de commodities e outros produtos sul-mato-grossenses para a China, Argentina, Japão, Coreia do Sul, Vietnã, Indonésia e Chile, saltaram de US$ 4,269 bilhões em 2022, para US$ 6,454 bilhões no ano passado, crescimento de 66,1%.
“Do valor recorde de US$ 10,5 bilhões em exportações de Mato Grosso do Sul no ano 2023, praticamente US$ 6,5 bilhões foram para países da Ásia e para os que integram o trajeto da Rota Bioceânica” – Jaime Verruck, secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação.
- Dos 10 maiores destinos das exportações sul-mato-grossenses, sete deles estão sob influência da Rota Bioceânica: China, Argentina, Japão, Coreia do Sul, Vietnã, Indonésia e Chile.
- As exportações ao mercado chinês cresceram 43,4%, saindo de US$ 2,926 bilhões em 2022 para US$ 4,196 bilhões em 2023.
Infraestrutura e logística – As hidrovias Paraná-Tietê (Leste do Estado) e Paraguai-Paraná (Oeste do Estado) são responsáveis pelo escoamento de grãos e minério de ferro e se conectam, também, com as malhas ferroviárias Oeste e Ferronorte.
EIXO INTERMODAL
- Rodovias estaduais – 15 mil quilômetros
- Rodovias federais – 4 mil quilômetros
- Ferrovia Leste-Oeste – Três Lagoas a Corumbá
- Ferronorte – Leste-Norte
- Hidrovia Paraguai-Paraná – Corumbá-Porto Murtinho
“Temos contratos de Parceria Público-Privada nas áreas de saneamento básico, conectividade (Infovia Digital) e energia elétrica fotovoltaica. Nas MS-306 e MS-112 e trechos das rodovias federais BR-158 e BR-436, as concessões resultaram em uma malha rodoviária com melhor trafegabilidade e mais segurança aos usuários” – Eliane Detoni, secretária Especial do Escritório de Parcerias Estratégicas (EPE).
- Estão em estudos a concessão da MS-040, MS-338 e MS-395 e adição de trechos federais que totalizam 869 km de novas rodovias.
Setor empresarial
Mais de 10 mil empresas foram abertas em Mato Grosso do Sul no ano de 2023, um recorde em toda a série histórica. No acumulado de janeiro a dezembro do ano passado, foram abertas 10.117 novas empresas no Estado, número 5,36% superior ao registrado em 2022.
Sustentabilidade
Toda riqueza gerada pelo agronegócio em Mato Grosso do Sul está alinhada a ações socioambientais por meio de políticas públicas. Das 169 metas enumeradas na convenção dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), as ações do Governo do Estado estão entrelaçadas em muitas delas, como a saúde e bem-estar, educação de qualidade; saneamento básico; energia acessível e renovável; trabalho e crescimento econômico; inovação e infraestrutura; produção responsável e ação contra a mudança global do clima. Das 71 usinas que compõem as matrizes energéticas do Estado, apenas cinco usam combustível fóssil.
- Projetos de agricultura de baixo carbono e de sistemas de Integração Lavoura Pecuária Floresta, técnica usada em aproximadamente 3 milhões de hectares em MS.
- Proclima – práticas sustentáveis passaram a ser condição em todos os programas de fomento às atividades econômicas.
- Incentivos fiscais a quem produz bovinos mais sustentáveis e modelos produtivos com menor impacto de carbono.
- Ilumina Pantanal, com imposto zero para equipamentos, é um dos maiores programas de universalização de energia elétrica do mundo.
- ICMS Ecológico – recebe mais quem dá uma destinação adequada ao lixo, protege suas unidades de conservação.
- Recuperação de mais de 1 milhão de hectares de pastagens degradadas com meta de 5 milhões de hectares até 2025, através do “Prosolo”.
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REVOLUÇÃO VERDE – O Plano Estadual MS Carbono estabelece políticas públicas e um conjunto de ações e medidas, atribuindo responsabilidades do governo, das atividades econômicas e da sociedade em geral para que as emissões de gases de efeito estufa sejam neutralizadas a partir de 2030, antecipando assim, em 20 anos, a meta de 2050 definida na Convenção do Clima de Paris.
DIRETRIZES PARA AS SOLUÇÕES SUSTENTÁVEIS
Sistema Carbon Control, plataforma inovadora implementada pelo Governo de Mato Grosso do Sul foi apresentada na COP 28. Sistema vai reunir dados das emissões de GEE (Gases de Efeito Estufa) de diversos setores econômicos do Estado.
- Agronegócio: com ações concentradas no efetivo manejo dos solos, na redução dos níveis de fermentação entérica, no manejo de dejetos suínos e no controle da queima de resíduos agrícolas;
- Mudança no Uso da Terra e Florestas: com a adoção de medidas para a devida restauração de APPS (Áreas de Preservação Permanente) e Reservas Legais, à redução dos incêndios em áreas nativas e florestas plantadas, à redução do desmatamento legal ou ilegal, e ao investimento em Floresta Plantada;
- Energia: com a redução das emissões geradas pela queima de combustíveis e ao apoio à produção de energia renovável;
- Tratamento de Resíduos: com ações destinadas à promoção de programas de controle de efluentes líquidos e sólidos;
- Processos Industriais: referente ao estímulo a programas de eficiência energética e incentivo à utilização de energias renováveis nos processos de produção industriais.
- Fontes renováveis de energia – Em termos de energia limpa, Mato Grosso do Sul é autossuficiente e 82% de sua base energética provém de fontes limpas e renováveis, tendo como carro-chefe a biomassa das usinas de álcool e do setor florestal, além da energia solar fotovoltaica.
Fotos: Saul Schramm Jr, Bruno Rezende e Álvaro Rezende – Comunicação Governo-MS
(Com informações do Portal do Governo de MS-Semadesc, Sistema Fiems e Sistema Famasul)