Candidatos únicos concorrem as prefeituras de Novo Horizonte do Sul, Santa Rita do Pardo e Tacuru
Por Agência 24h*
Em Mato Grosso do Sul, três municípios terão apenas um candidato cada concorrendo a prefeitura. São eles: Novo Horizonte do Sul (Guga, do PSDB), Santa Rita do Pardo (Dr. Lúcio Costa, PSDB) e Tacuru (Rogério Torquetti, PSDB). A explicação é dada segundo a qual, nessas cidades, as candidaturas possuem grandes chances de vitória, levando os partidos a optar por não lançar outros nomes, consolidando assim uma única liderança.
A necessidade de financiamento e apoio logístico muitas vezes também impede que outros candidatos decidam se lançar, levando à situação em que apenas um se apresenta.
Assim como nos demais casos, nas eleições com candidatura única, será eleito(a) prefeita(o) a candidata ou o candidato que obtiver a maioria dos votos válidos, não se considerando, para esse cálculo, os votos em branco ou votos nulos. Ou seja, em tese, basta um voto válido para o resultado ser proclamado.
Nos municípios com mais de 200 mil eleitores, vale a mesma regra, ou seja, uma vez que a votação se dará somente para uma candidata ou um candidato, a pessoa conquistará a maioria dos votos válidos já no 1° turno, não havendo possibilidade de 2° turno.
Quanto à urna, ela se comporta de forma idêntica aos demais casos, sendo o nome da candidata ou do candidato o único a constar da urna eletrônica.
Em todo o país, 214 cidades brasileiras não vão passar pela disputa política entre adversários, segundo levantamento da CNM, a Confederação Nacional de Municípios, com base nas candidaturas registradas no Tribunal Superior Eleitoral.
A corte eleitoral tem mais de 15 mil candidatos registrados, para todo o país, o menor número desde os últimos 20 anos. Para a CNM, isso mostra uma possível queda na procura pelo cargo de prefeito, o que pode explicar os 214 municípios com apenas um candidato.
Em entrevista ao portal BBC Brasil, o Cientista Político da Universidade de Brasília, Robson Carvalho, lamenta que essas cidades tenham apenas uma opção e atribui isso a uma série de fatores. Para ele, as candidaturas únicas são um dos sintomas do que ele chama de “crise da democracia”.
No entanto, para o advogado especialista em Direito Eleitoral, Alberto Rollo, ter uma única opção para a prefeitura não é, necessariamente, sinal de uma democracia fragilizada. Para ele, pode ser resultado de um bom trabalho, e sinal de que outra pessoa não se vê na condição de fazer tão bem.
Entre os candidatos únicos, a maior parte é de homens, brancos, casados, com menor grau de escolaridade e mais novos. E para ser considerado eleito, basta um único voto válido, o que não leva em conta os brancos e nulos.
O Cientista Político Robson Carvalho defende a participação das pessoas em corridas eleitorais. Para ele, “a participação política é o oxigênio da democracia”.
O levantamento da CNM identificou, ainda, que quanto maior a população da cidade, maior a quantidade de candidatos. Por outro lado, a média da população das cidades com um candidato só é de 6,7 mil pessoas. Um exemplo é Borá, no interior de São Paulo, que tem um único candidato e somente 907 habitantes.
O estado com o maior número de candidaturas únicas é o Rio Grande do Sul, com 61% do total do país; seguido de Minas Gerais, São Paulo e Goiás. Já nos estados do Acre, Amazonas, Amapá, Bahia, Espírito Santo e Roraima, todas as cidades têm mais de uma chapa concorrendo para as prefeituras. E mais: 72% dos candidatos únicos estão em busca da reeleição.
Do total de Municípios com apenas um candidato no processo eleitoral e daqueles que tiveram candidaturas recusadas pelos Tribunais Eleitorais, 21 são de Minas Gerais; 20 do Rio Grande do Sul; 18 do Paraná e 18 de São Paulo; oito de Santa Catarina; seis da Paraíba; cinco do Piauí; quatro de Mato Grosso e três de Mato Grosso do Sul; três da Bahia e três do Rio Grande do Norte; dois do Goiás e dois do Pará; um do Rondônia, um de Sergipe e um do Tocantins.
O Brasil tem cerca de 59 mil vereadores, 5.570 prefeitos, 5.570 vice-prefeitos e cerca de 40 mil secretários municipais — um total de aproximadamente 110 mil agentes políticos nas prefeituras do Brasil, segundo a CNM.
Imagem do destaque – Divulgação: Agência Brasil