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Dourados fica fora de verba de R$ 45 milhões para água potável em aldeias

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Projeto piloto na Reserva de Dourados está de fora desse convênio e aguarda recursos da União

Indígena da Reserva de Dourados procura água em antiga nascente
Por Agência 24h*

A Itaipu Binacional vai investir R$ 45 milhões no sistema de abastecimento de oito aldeias indígenas do Mato Grosso do Sul, levando água potável a aproximadamente 35.000 indígenas. O convênio com a Empresa de Saneamento do Estado do Mato Grosso do Sul (Sanesul) foi anunciado na última quinta-feira, 23, pelo diretor de Coordenação da Itaipu, Carlos Carboni, durante o Fórum Mundial da Água, realizado em Bali, na Indonésia.

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Com o valor investido, mais a contrapartida de R$ 15 milhões da Sanesul, serão elaborados os projetos básicos e executivos de sistemas de abastecimento de água em oito aldeias localizadas em seis municípios sul-mato-grossenses: Amambai e Limão Verde (Amambai); Tey Kuê (Caarapó); Taquara (Juti); Porto Lindo (Japorã); Pirajuí (Paranhos); e Sassoró e Jaguapiré (Tacuru).

Nesse pacote, no entanto, ficou de fora as aldeias de Dourados. Segundo o vice-governador José Carlos Barbosa (Barbosinha), o Estado reivindica R$ 44 milhões para um projeto piloto na reserva de Dourados. O dinheiro seria investido na perfuração de mais poços, recuperação dos já existentes que permitiriam nova intervenção e implantação de reservatórios apoiados – um para a aldeia Jaguapiru e outro na Bororó. De acordo com a gerência regional da Sanesul em Dourados, o sistema de abastecimento na reserva indígena é antigo e está colapsado.

Diretor de Coordenação da Itaipu, Carlos Carboni

Também fazem parte da parceria o governo do Mato Grosso do Sul e a Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), do Ministério da Saúde. Segundo o diretor-geral brasileiro da Itaipu, Enio Verri, “esse arranjo institucional inédito no Brasil permitirá significativos investimentos, aproveitando da expertise de uma empresa de saneamento para executar os sistemas de abastecimento de água em terras indígenas”.

“Embora a região de atuação prioritária da Itaipu seja classificada como de elevada segurança hídrica, populações tradicionais como indígenas e quilombolas e rurais, em geral, não têm acesso a este serviço e muitas vezes são marginalizadas e excluídas dos processos decisórios”, afirmou Carboni. “Por isso, esses investimentos são tão importantes.”

As obras serão executadas pela Sanesul, com supervisão do Distrito Sanitário Especial Indígena do Mato Grosso do Sul (DSEI-MS). Segundo o engenheiro Rafael Ceccim, do Serviço de Edificações e Saneamento Indígena (Sesani), serão várias intervenções, incluindo ligações de água para famílias sem acesso, manutenção e melhorias nos poços existentes, perfuração de novos poços, redimensionamento da rede, estações elevatórias, melhorias e aumento da reservação e substituição de ligações.

Segurança hídrica

Essa não é a primeira iniciativa da Itaipu que tem como objetivo proporcionar segurança hídrica a comunidades indígenas. Em agosto de 2023, a partir de um convênio entre a Prefeitura de São Miguel do Iguaçu e a Binacional, foi construído um poço na comunidade indígena Tekoha Ocoy, que fica naquele município.
A reparação aos povos originários é uma das principais pautas da nova gestão de Itaipu, que tem ampliado suas ações para a melhorar as condições de vida dessas populações em todas as cidades atendidas pelo programa Itaipu Mais que Energia – 399 no Paraná e 45 no Mato Grosso do Sul.

Fórum Mundial da Água

Carboni participou da mesa “Água potável: desafio para as comunidades vulneráveis da América Latina”, no Pavilhão Latino-Americano do evento. As outras participantes da mesa foram Edith Paredes, da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), e Viviane Luiza, Secretária de Estado da Cidadania do MS.

De 20 a 25 de maio, empregados da Itaipu participaram do 10º Fórum Mundial da Água apresentando pesquisas e participando de painéis sobre recursos hídricos. A comitiva é formada pelo diretor de Coordenação, Carlos Carboni; Simone Benassi, Jussara Elias de Souza, Celso Carlos Buglione e Daniel Bartiko, da Divisão de Reservatório da Itaipu; Lucas Henrique Garcia, da Divisão de Apoio Operacional da Diretoria de Coordenação; Luiz Henrique Maldonado, da Divisão de Estudos Hidrológicos e Energéticos; Ligia Leite Soares, chefe do escritório de Itaipu em Brasília; e Alexandre Marchetti, da assistência da Diretoria de Coordenação.

(*) Com informações de Itaipu Binacional
Fotos: Alexandre Marchetti/Itaipu Binacional

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