quinta-feira, novembro 21, 2024
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BID não cura ‘ferida’ do Taquari, o maior desastre ambiental do Pantanal

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Os milhões de dólares DO BID, mais uma vez contemplam apenas a região do Planalto, deixando de interferir no ponto crônico, o assoreamento do Rio Taquari na planície. recursos serão diluídos, em sua maioria, na área degradada pela monocultura, enquanto o baixo Taquari continuará  agonizando.

Bancos de areia impedem navegação no rio Taquari

O consórcio que agrega nove municípios do Norte já recebeu milhares de recursos financeiros nas últimas décadas para ações que não resultaram efeitos na planície pantaneira, onde o assoreamento do Rio Taquari inundou mais de 1,5 milhão de hectares de pastagem e vegetação nativa, considerado um dos maiores desastres ambientais do país, além do impacto social e econômico. O rio chegou a secar na grande estiagem e volta a ser navegável em alguns trechos por milagre da natureza, tirando o colono pantaneiro do isolamento.

Desta vez, pelo menos, foi anunciado um (pequeno) percentual do recurso para cada município do bioma, porém não para a causa ambiental. Corumbá, por exemplo, vai receber dinheiro para construir um aterro sanitário (R$ 25 milhões), na entrada da cidade (próximo ao Clube do Laço), e três escolas e dois postos de saúde dentro do Pantanal (nas sub-regiões da Nhecolândia, Paiaguás e Nabileque), benefícios estes aguardados há décadas. Os projetos estão sendo elaborados pela prefeitura local, com a participação do Sindicato Rural.

Com o assoreamento, o rio perdeu seu leito e as águas invadiram os campos na “boca” do caronal. Foto: Sílvio de Andrade

Cartas marcadas

Para os pantaneiros, o BID Pantanal é mais um programa de cartas marcadas, concebido sem nenhuma discussão técnica envolvendo a comunidade afetada, direcionado apenas às ações de recuperação do solo, as quais não tiveram resultados concretos nos últimos anos, apesar da generosa soma de dinheiro liberada para aplicar “nas áreas degradadas e supressão das voçorocas (no planalto)”. O que há são denúncias de intervenções que agravaram os danos ao leito do Taquari em mais de 100 km.

Esse mesmo pantaneiro perdeu as esperanças em relação a volta do Taquari ao seu leito, depois de 40 anos de lutas no enfrentamento a ambientalistas, ministério público e omissão dos governantes para dragar o rio. O BID Pantanal colocou uma pá de cal na questão. As interferências políticas desprezam os projetos chancelados pela Embrapa Pantanal, quem representa a comunidade local na discussão do Taquari não tem nenhuma autoridade no assunto e o Pantanal não é prioridade para essa gente.

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