quinta-feira, novembro 21, 2024
0.5 C
Brazil

Desmatamento diminui, mas não acaba no Pantanal, diz relatório

Data:

spot_img
spot_img

Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real alerta que a supressão da vegetação nativa pantaneira tem apresentado níveis elevados nos últimos anos. Corumbá lidera destruição do bioma

Área desmatada no Pantanal (Foto: SOS Pantanal)
Por Agência 24

O desmatamento diminuiu entre agosto de 2022 e julho de 2023 no Pantanal. Mas o bioma não está totalmente livre da dizimação e a principal contribuição vem justamente de Corumbá, que ostenta o título de Capital do Pantanal. É no município, onde se concentra um dos maiores rebanhos de gado do país, onde a ação do homem mais afeta o bioma.

  • Os números do desmatamento na Amazônia e no Pantanal foram divulgados nesta quarta-feira (8), com os dados consolidados do Projeto de Monitoramento do Desmatamento por Satélite (Prodes). Os dados apontam queda de 21,8% no desmatamento na Amazônia Legal, de 19,5% para área de não floresta do bioma e de 9,2% no Pantanal.

Apesar da diminuição de 9,2% nas áreas desmatadas o Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) alerta que a supressão da vegetação nativa pantaneira tem apresentado níveis elevados nos últimos anos, sobretudo na parte norte do Pantanal. Liderados por Corumbá, seis municípios de Mato Grosso do Sul são os principais responsáveis pelo desmatamento, que só no ano passado alcançou 381,97 km².

DESMATAMENTO NOS MUNICÍPIOS PANTANEIROS

Infográfico mostra o aumento de área de desmatamento do Pantanal por município, de 2022 para 2023 (Arte: Bárbara Campiteli) – Reprodução CGRNews

Desde o início da série histórica do Inpe, em 2014, o Pantanal de Mato Grosso do Sul saiu de 238,13 km² desmatados para 623,17 km² no ano de 2022. Ou seja, pelos dados do Prodes, apenas 30% da área pantaneira não sofreu nenhuma degradação nesse período. O monitoramento do sistema de detecção (Deter) mostra que neste ano Corumbá segue liderando o desmatamento.

Outra informação relevante divulgada nesta quarta-feira é que os territórios indígenas que mais sofreram com o desmatamento do bioma foram os kadiwéu, no oeste do Estado, na região de Porto Murtinho, e taunay, de Miranda. As áreas somadas chegam a 86,9% das áreas de povos originários no Pantanal atingidas.

Apesar dos pesares – Para a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, os resultados positivos são resultado da relevância dada à política setorial pelo governo federal, que envolveu a condução da Casa Civil e a participação de 19 ministérios para tratar o tema com transversalidade. “Aí você cria uma sinergia positiva em que estados, municípios, todos vêm para a agenda, mas isso tem que ser política continuada”, reforçou.

Os dados revelaram também uma queda maior nos 70 municípios prioritários para combate ao desmatamento na Amazônia Legal, com redução de 42% no período apurado. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que opera o Prodes, esses territórios concentraram 75% da derrubada de vegetação nativa em 2022.

O balanço consolidou a taxa anual de desmatamento em 9.064 quilômetros quadrados (km²) na Amazônia Legal, com diferença de 0,7% em relação à divulgada em novembro de 2023, estimada em 9.001 km².

Durante a apresentação, foram antecipadas as informações sobre a série de alertas diários de desmatamento, acompanhada pelo Sistema de Detecção de Desmatamentos em Tempo Real (Deter), com uma redução de 55% no período de agosto de 2023 a abril de 2024, quando comparado ao mesmo período no ano anterior. “Isso mostra que essa tendência de queda se mantém para a Amazônia”, explica o coordenador do programa Biomas Brasil, do Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação, Cláudio Almeida.

Novidade

Pela primeira vez também foram apresentados dados da área de não floresta na Amazônia, que ocupa uma extensão de quase 28 mil km² e que anteriormente não era monitorada. Os dados revelaram a destruição de 584,9 km² dessa parte do bioma.

De acordo com Almeida, essa região também reúne espécies endêmicas, que só nascem no bioma, e representa uma área bastante extensa, equivalente a duas vezes o tamanho do Pantanal.

Cerrado

O monitoramento realizado pelo Inpe há mais de 36 anos teve início na série histórica da Amazônia Legal, em 1988 e, para os demais biomas, no ano 2000. Os dados sobre o Cerrado foram divulgados em dezembro de 2023, quando a taxa de desmatamento foi consolidada em 11.011 km², e apontou um crescimento de 3% na destruição do bioma.

Os dados são divulgados pelo Prodes (Coordenação-Geral de Observação da Terra), do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Por conta disso, houve  a necessidade de ativar o Deter, com uso de satélites. O trabalho teve início em agosto do ano passado e é revisado a cada três dias.

(*) Com informações da Agência Brasil

 

Últimas notícias

spot_img

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui