Pesquisa da NTC&Logística indica que reajustes no frete não foram suficientes para cobrir os aumentos dos custos do setor nos últimos anos
Por Revista Grandes Construções
“A defasagem entre o frete recebido e os custos demonstra como as empresas do setor foram impactadas com as instabilidades e os aumentos do preço dos insumos nos últimos anos”, ressalta a NTC.
“O combustível, por exemplo, apesar de ter tido o seu preço reduzido em 7,3% em média no último ano, acumula um aumento de 57% nos últimos 3 anos, sendo que o preço dos caminhões teve um reajuste médio de 95% no mesmo período”, complementa.
O Índice Nacional de Custos de Transporte (INCT), que mede a inflação do serviço de transporte de carga, também reflete essa situação de defasagem, pois apesar de ter seu valor atual próximo da inflação geral medida pelo IPCA, no período de 12 e 24 meses a diferença é significativa quando comparada com o acumulado dos últimos três anos.
“A complexidade da cobrança, com seus diversos componentes tarifários e taxas complementares, que é imposta pela dificuldade operacional, também saiu prejudicada, pois o que se nota é que são muitos os usuários que ainda não remuneram adequadamente o transportador pelo serviço prestado e pelas situações anormais, bem como os serviços adicionais”, comenta a entidade.
A pesquisa revela que boa parte dos transportadores não recebe os componentes tarifários básicos como o frete-valor e o GRIS, enquanto quase um terço não recebe as estadias garantidas por lei.
“Vislumbra-se um mercado estável em 2024, com um pequeno aumento de demanda para o setor de transporte de carga, já que o TRC cresce ou decresce percentualmente de duas a três vezes a variação do PIB”, avalia a NTC.
“Portanto, este ano apresenta todas as condições para o transportador zerar o défice do seu frete e passar a cobrá-lo corretamente”, conclui.