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Conservação da natureza: Falta conectar políticas públicas e sociedade

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Política de remunerar ações ambientais ainda não abarca todas as comunidades tradicionais e atividades econômicas sustentáveis

Por Agência 24*

Palestrantes do O 1° Seminário Estadual sobre Áreas Úmidas no Contexto Kunming-Montreal destacaram alguns avanços na política ambiental e os esforços para a conservação dos biomas. Mas são necessárias ações de todo segmento humano para conter o processo de degradação dos recursos naturais, que agora passam por uma situação de emergência climática.

Quanto às áreas úmidas, tema que tem no centro o Pantanal, os especialistas consideram importante priorizar os serviços ambientais e realizar o inventário climático de emissões. Até porque, apesar dos vários estudos científicos “faltam conexões dos aspectos econômicos, sociais e da biodiversidade locais com iniciativas e políticas públicas”.

Para o secretário executivo de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Artur Falcette, o seminário aponta para iniciativas do poder público e ajuda a sociedade na tomada de “decisões assertivas e eficientes, diante do quadro de alterações graves nas condições climáticas que interferem diretamente na dinâmica dos ecossistemas das áreas úmidas”. A Semadesc trabalha em um programa de serviços ambientais específico para o Pantanal.

O evento teve palestras de cinco especialistas – os professores doutores Arnildo Pott, Sylvia Torrecilha, Verônica Maioli, Fábio de Oliveira Roque e Paulo de Tarso. Torrecilha lembrou da importância do inventário climático e emissões do Pantanal e destacou o protagonismo do Estado em algumas políticas públicas.

Citou como exemplos a implantação do PSA (Programa de Serviços Ambientais) Usos Múltiplos Rios Cênicos, que recompensa ações de sustentabilidade adotadas por proprietários rurais estabelecidos nas bacias dos rios Prata, Formoso, Salobra e Bertione. Também o inventário climático de emissões dos GEEs (Gases causadores do Efeito Estufa) por todas as atividades econômicas e o PSA específico para o Pantanal que está em elaboração. “Mato Grosso do Sul tem papel precursor e de liderança nesse processo”, assegurou Torrecilha.

Verônica Maioli apresentou estudos que mostram as condições das áreas que concentram as cabeceiras dos principais cursos d´água que correm para o Pantanal e que revelam graus preocupantes de degradação, demandando um esforço ampliado para recuperação. Já Fábio Roque centrou-se nas potencialidades ambientais e econômicas da região e afirmou que, apesar da quantidade razoável de estudos científicos sobre o tema, ainda faltam conexões dos aspectos econômicos, sociais e da biodiversidade locais com iniciativas e políticas públicas.

Paulo de Tarso, apresentou o vínculo entre água, energia e alimentos que reconhece as interconexões entre os sistemas hídrico, energético e alimentar como uma estratégia integrada que seja eficiente e sustentável, propondo que isto ocorra dentro de processos de governança. Trouxe um panorama da situação dos recursos hídricos, revelando problemas e apontando medidas capazes de mitiga-los. Tarso demonstrou estudo que revela a interconexão entre os rios e os aquíferos e a importância do manejo adequado do uso e cobertura da terra para a manutenção dos serviços ecossistêmicos providos pelas áreas úmidas.

DESCARBONIZAÇÃO

O governador Eduardo Riedel participou na sexta-feira (27) da abertura do Simpósio sobre os 45 anos da regularização da profissão de “Biólogo” no Brasil. Durante o evento destacou que o Estado tem uma política de preservação da biodiversidade e a busca por neutralizar as emissões de carbono até 2030.

“Construímos um planejamento estratégico para Mato Grosso do Sul, que tem quatro diretrizes: prosperidade, tecnologia, verde e inclusivo. Na vertente do verde buscamos neutralizar as emissões de carbono até 2030 em todas as atividades do Estado, com a preservação da nossa biodiversidade, atrelado a economia. Este cenário está transformando nosso Estado”, afirmou o governador, que é graduado em Biologia.

Eduardo Riedel aproveitou o evento para contar sua história na profissão. “Era apaixonado por genética desde criança, foi quando decidi fazer o curso de Biologia na universidade. Fiz mestrado na área de zootecnia e melhoramento genético animal para produção e ao assumir os negócios da família, muito da evolução foi em função dos princípios desta formação, não apenas o respeito a vida, mas a necessidade de se estudar, buscar informação e conhecimento”.

(*) Informações de João Prestes, Semadesc, e Leonardo Rocha, Secom
Fotos: Mairinco de Pauda

 

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