Adaptada para camerata de violões, obra de J. S. Bach repaginada mantém a genialidade do compositor como marca da criação que atrai e desafia o mundo da música
Por Elton Ricci – UFMS
O Movimento Concerto inicia uma nova temporada no dia 27 de março, a partir das 20 horas, com uma noite de muita música clássica no Teatro Glauce Rocha. A apresentação será uma homenagem às obras do compositor Johann Sebastian Bach com participação dos solistas Mirian Suzuki e Heitor Lott e da Camerata Madeiras Dedilhadas, sob a regência de Marcelo Fernandes e Ana Lúcia Gaborim. A entrada é gratuita, aberta a toda a comunidade e os ingressos podem ser reservados aqui.
O projeto existe desde 2006 e inicia a nova temporada, que promete alternar concertos solo e sinfônicos. O pró-reitor de Extensão, Cultura e Esporte e um dos regentes do concerto, Marcelo Fernandes, enfatiza a participação de convidados especiais para um dos concertos mais tradicionais do Estado.
“Vamos apresentar um concerto inteiramente dedicado às obras de Johann Sebastian Bach, possivelmente o maior compositor de todos os tempos e certamente o maior nome do barroco mundial. Receberemos convidados para solos nos concertos. A professora Miriam Suzuki, com mestrado nos Estados Unidos, executará o concerto Brandenburg, o número 5, um desafio para o piano. Além disso, teremos o violinista Heitor Lotti, premiado com graduação e pós-graduação pelo conservatório de Moscou, na Rússia, que executará o concerto para violino de Bach. A orquestra será a Camerata Madeiras Dedilhadas, um conjunto inovador que substitui os violinos pelas madeiras e violões, proporcionando um toque regional sem perder a fidelidade à linguagem barroca. Além disso, teremos obras solo executadas nesses instrumentos, tanto no violão, quanto no violino, quanto no cravo. Para os amantes da música de Bach, é um concerto comparável ao que acontece na Europa”, explica o pró-reitor.
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A pianista e mestre em música pela Universidade do Arkansas, Mirian Suzuki, conta que se dedica ao instrumento desde os seis anos de idade. Ela destaca sua paixão por Bach e aprecia o convite. “O que eu posso dizer: é um privilégio começar o Movimento Concerto com J. S. Bach. E muito feliz por fazer deste programa! Bach, para mim, significa mais do que uma referência histórica, é um desenvolvimento musical e afetivo que nos desafia até hoje”, ressalta.
“Bach é reconhecidamente o maior gênio da música de todos os tempos e, sem dúvidas, um dos meus preferidos. Criativo, sensível e ousado, Bach permanece insuperável até os dias de hoje. Bach era genial! Fico imaginando o que ele diria se ouvisse suas obras adaptadas para uma camerata de violões. Na minha carreira, aliás, conheci 25 países, mas nunca esbarrei nesse tipo de formação. Imagino que Bach estaria, assim como eu, com uma grande expectativa e extremamente honrado em ver seu trabalho redesenhado numa sonoridade nova, porém sem perder a genialidade”, afirma o violinista Heitor Lotti, sobre o repertório do grande homenageado da noite.