Previsões indicam a possibilidade de precipitações abrangentes, mas a chuva ainda pode permanecer irregular, sem a certeza de retorno da estação chuvosa.
Por Mateus Manente – Meteored
Cada frente fria que avança pelo país tem conseguindo atingir uma abrangência maior. Na última semana, por exemplo, uma frente avançou pelo Sudeste formando nebulosidade em todo o Mato Grosso do Sul e São Paulo, no Rio de Janeiro e em parte de Minas Gerais, e as chuvas atingiram essa região de maneira mais ampla, com acumulados mais significativos no sul de São Paulo e Mato Grosso do Sul.
Ainda assim, essa frente fria não foi capaz de formar chuva na porção central do país, que está sofrendo com uma seca severa – a pior da história registrada do país, desde 1950. De acordo com dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN), essa seca afetou 5 milhões de quilômetros quadrados, mais da metade do território nacional.
Alguns modelos numéricos de previsão mostram possibilidade de que estas chuvas se espalhem de maneira mais significativa durante a primeira semana de outubro, causando chuvas mais volumosas na porção central do país. Essa situação pode se acentuar entre os dias 3 e 8 de Outubro, formando finalmente tempestades na região.
Climaticamente, outubro já costuma ser, naturalmente, um mês mais chuvoso do que setembro no Brasil. Em Goiás, por exemplo, as médias climatológicas de precipitação permanecem abaixo de 80 mm em setembro, enquanto que em outubro as médias sobem para volumes entre 100 e 180 mm de chuva.
Algumas rodadas do modelo europeu ECMWF, por exemplo, ainda indicam chuvas abaixo da média no Brasil central durante outubro, o que pode sinalizar que as chuvas continuarão irregulares na região durante o próximo mês.