Apesar do alívio, equipes continuam mobilizadas para combater focos de incêndios florestais
Por Agência 24h*
Mesmo com a trégua no trabalho de controle e extinção das chamas, a Operação Pantanal continua mobilizada e com importante atuação das 12 bases avançadas que foram instaladas em maio deste ano, em diferentes áreas do Pantanal, para atuar de forma ágil e garantir resposta rápida em áreas de difícil acesso.
O Governo do Estado transmitiu as informações dos combates e também a previsão do tempo para os próximos dias nesta quinta-feira (10), ao vivo pela internet (veja na íntegra no final do texto), no boletim quinzenal da Operação Pantanal 2024. A próxima transmissão está marcado para acontecer no dia 24 de outubro).
Neste semana e também na passada, o Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul atuou em um incêndio de grandes proporções, que teve origem no Estado do Mato Grosso e entrou na região norte de Mato Grosso do Sul. Ele já foi contido.
O trabalho durou 10 dias e contou com 33 militares de quatro bases avançadas (Redário, Santa Mônica, Paraíso, São José do Piquiri, Cristal) mobilizados, além de equipamentos (três embarcações, dois caminhões e quatro caminhonetes) que já estavam disponíveis na região como parte do trabalho preventivo e de preparação desenvolvido durante todo o ano pelo Governo do Estado.
“Em destaque, nós tivemos essa semana o fogo que estava na região do Mato Grosso. Muitas guarnições e militares do Mato Grosso e a Força Nacional atuavam lá. A guarnição da base da Santa Mônica estava monitorando para que o fogo não pulasse, mas no dia que ele chegou, as condições estavam muito severas, e não foi possível a gente segurar que ele passasse para o nosso Estado. Então deslocamos outras quatro bases avançadas e conseguimos controlar esse foco de incêndio”, afirmou o coronel Adriano Rampazo, subcomandante geral dos Bombeiros.
Durante todo o período de atuação na Operação Pantanal, as bases avançadas tiveram papel importante no trabalho de combate e extinção das chamas em áreas de difícil acesso da região pantaneira.
“Devido a ação rápida das bases avançadas, conseguimos controlar o fogo, que não saiu da fazenda Poleiro Grande. E a chuva, desde ontem contribui para a extinção dos focos. A gente está num momento de calmaria, mas não vamos desmobilizar as bases nem os militares. Agora a gente vai se organizar, arrumar nossas viaturas que estão danificadas. Tivemos muito problema de logística, porque a fumaça que veio da Bolívia impossibilitava a decolagem das aeronaves para fazer a manutenção. Então a gente vai aproveitar esse momento para se organizar e se preparar para as próximas fases”, disse Rampazo.
Em todo o Estado, os incêndios florestais foram extintos com o auxílio da chuva, além do Pantanal, nas regiões de Costa Rica, Aparecida do Taboado, Coxim, Pedro Gomes, Sidrolândia, entre outras.
Condições meteorológicas
O meteorologista Vinícius Sperling, do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima), explicou que após o período de seca extrema e de recordes históricos de temperaturas no Estado, a chuva mudou o panorama e trouxe alívio, inclusive para a população que sofreu por conta da fumaça e baixa umidade relativa do ar, devido aos incêndios florestais.
“O sistema de baixa pressão atmosférica que se formou no Paraguai, na divisa oeste de Mato Grosso do Sul, e essa circulação favoreceu ontem a formação de chuvas. Os maiores acumulados ficaram na região de Corguinho, acima de 80 mm, Campo Grande acima de 60 mm, porém em Corumbá também teve chuva durante a madrugada que chegou a 26 mm, tivemos alguns acumulados perto de 20 mm em Bataguassu. E no eixo de Coxim, Rio Verde e Sonora algo próximo de 10 mm, e mais para o sul do Estado ficou na faixa de uns 5 a 8 mm. É uma situação diferente do que a gente vinha observando”.
Mas a chegada da chuva não muda a situação da crise hídrica e dos níveis dos rios no Estado.
“A gente continua com a sala de crise hídrica junto com a Agência Nacional de Águas e a sinalização, tanto do monitor de secas como o índice de secas, mostra realmente essa gravidade que foi destacada como a maior crise hídrica passada pelo Estado desde quando iniciamos a medição. E na verdade as chuvas não trouxeram nenhuma solução para a questão da crise hídrica no Rio Paraguai, assim como outros rios, Miranda, Aquidauana, e da Bacia do Paraná também, que se encontra com níveis extremamente baixos, inclusive com retenção de água para a questão da produção de energia elétrica”, explicou o secretário Jaime Verruck, da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação).
(*) Texto: Natalia Yahn, Comunicação Governo de MS
Foto de capa: Mairinco de Pauda/Semadesc