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Após anos de espera, anunciada restauração de prédios históricos

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Demora do poder público em intervir nestes espaços considerados patrimônios históricos tem causado danos estruturais aos prédios

Por Silvio de Andrade – Lugares.Eco

Finalmente, o anúncio oficial de compromisso do governo federal e das prefeituras em recuperar prédios históricos de Campo Grande e de Corumbá, os quais hoje estão abandonados, embora tenham expressivo valor arquitetônico pela beleza das construções e importância na ocupação e desenvolvimento dos territórios.

No último dia 5 de julho, a superintendência do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) em Mato Grosso do Sul assinou convênios com as prefeituras dos dois municípios, garantindo a destinação de R$ 18 milhões do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) para os projetos de restauração de seis edificações que remontam aos séculos XIX e início do XX.

A demora do poder público em intervir nestes espaços considerados patrimônios históricos tem causado danos estruturais aos prédios, danificados pela ação humana de abandono ou pelos cupins. Nas últimas décadas, porém, houve algum avanço na recuperação desse patrimônio arquitetônico, a maioria em Corumbá, onde o PAC resgatou o Casario do Porto e urbanizou a orla portuária, no início dos anos 2.000.

Fachada de prédio que compõe o complexo ferroviário de Campo Grande, construído no início do século passado

Complexo ferroviário

Durante a assinatura dos termos, o superintendente de do Iphan, João Santos, destacou que os investimentos feitos no Estado serão de suma importância para a valorização cultural e turística de Corumbá, além de também contemplar a preservação do complexo ferroviário, que faz parte da história do nascimento de Campo Grande, com a chegada dos trilhos da NOB (Estrada de Ferro Noroeste do Brasil) em 1912.

O PAC destinou R$ 800 mil para a restauração da antiga estação ferroviária da Capital, onde a prefeitura pretendia intervir com um projeto que descaracterizaria o prédio tombado pelo patrimônio histórico, razão pela qual foi reprovado pelo Iphan. O dinheiro será aplicado na elaboração do projeto de restauro do espaço, que vai abrigar um Centro de Cultura. O projeto deve contemplar também os galpões da rotunda, que sofreu desabamentos em abril deste ano.

“O início da cidade se deu aqui nessa região, então é mais do que necessário a gente valorizar essas edificações, mas acima das edificações, valorizar a memória ferroviária que está impregnada nessas paredes aqui”, afirmou o superintendente.

Capital do Pantanal, que este ano celebra 246 anos de fundação, foi contemplada com cinco projetos de restauração

Em Corumbá: resgate

A maioria dos recursos – R$ 17,8 milhões – será canalizado para a cidade de Corumbá, que este ano (21 de setembro) completa 246 anos de fundação. O prefeito Marcelo Iunes garante que as obras serão iniciadas ainda este ano. Ele explicou que os projetos foram elaborados ainda no governo bolsonarista, que extinguiu o Ministério da Cultura. “Com a volta do ministério e do novo PAC tivemos que revisar os projetos e cumprimos todos os prazos”, disse.

Uma das intervenções será o icônico prédio do antigo Hotel Royal, na rua 13 de Junho (em frente da Praça da Independência), que foi sede da prefeitura até os anos de 1990 e hoje está fechado, em precárias condições de preservação. Após sua recuperação, no valor de R$ 3,4 milhões, voltará a ser ocupado por repartições públicas municipais. Foi construído no início do século XX, pelo italiano Martino Santa Lucci, e integra o centro histórico da cidade.

Outro local a receber reforma será o casarão da Comissão Mista Brasil-Paraguai, no valor de R$ 2,6 milhões. O prédio será adaptado para abrigar a Escola Municipal de Música e Coral e a Banda Municipal Manoel Florêncio. Também será feita a restauração e adequação do prédio do antigo Hotel Internacional (final da rua Frei Mariano), no valor de R$ 3,9 milhões, para abrigar a administração pública municipal, que já ocupa o prédio ao lado, do antigo Hotel Galileo.

Abandono: antigo presídio de Corumbá, prédio em precárias condições é ocupado pelos artesãos pantaneiros

Casa do Artesão

Anunciada há anos, a restauração do prédio do antigo presídio de Corumbá (construído no século XIX), é um dos projetos aprovados pelo PAC, no valor de R$ 3,1 milhões. O espaço hoje abriga a Casa do Artesão, onde as celas de grandes paredões são ocupadas por lojas de souvenirs. Outra intervenção, há muito aguardada, foi confirmada: R$ 4,7 milhões destinados à restauração do conjunto que inclui o antigo Mercadão Municipal e a Praça Uruguai.

“Recuperar e devolver o Mercadão Municipal é uma prioridade para atender as famílias produtoras rurais e a população, promovendo um espaço não apenas de trocas comerciais, mas dando à população mais uma opção de lazer e promovendo também o turismo local”, prometeu o prefeito Marcelo Iunes. “A Praça Uruguai também será revitalizada com melhoria da pavimentação, canteiros, descanso e iluminação do local.”

Legenda da imagem do destaque: Bela arquitetura do antigo Hotel Royal e sede da prefeitura de Corumbá, construção em estilo eclético e de relevante valor histórico

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