Mesmo com o desempenho positivo da economia e investimentos, faturamento do turismo caiu mais de 4% em MS

Por Agência 24h
O governo do Estado tem investido em divulgação, promoção de eventos e participação em feiras e eventos ao redor do mundo, mas a política de fomento ao turismo não refletiu no crescimento do faturamento do setor. De acordo com levantamento nacional, o turismo em Mato Grosso do Sul caiu 4,1% no período de fevereiro de 2024 a fevereiro de 2025.
A estratégia do governo é fazer aportes do Fundo para o Desenvolvimento do Turismo, de onde sai o maior volume de dinheiro para custear eventos e ações de promoção dos destinos e atrativos turísticos do Estado. A queda no faturamento vai na contramão da projeção de MS como um dos destinos mais procurados, em razão do potencial ecoturístico na Rota Bonito Serra da Bodoquena e do Pantanal.
De acordo com levantamento nacional divulgado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomércioSP), o desempenho positivo da economia e fevereiro com mais dias úteis foram os fatores que favoreceram a alta do turismo no segundo mês do ano na maioria dos estados brasileiros, apontando o maior recorde da série histórica — com faturamento de R$ 16,5 bilhões.
Em comparação com o mesmo mês do ano passado, o aumento foi superior a 5,3%, enquanto no acumulado do bimestre, a alta foi de 5,5%, totalizando R$ 37,3 bilhões, também um recorde.
No mês de fevereiro, o setor turístico do Estado faturou R$ 144,560 milhões, valor 2,9% menor que no mesmo mês de 2024. No acumulado, a queda chegou a 4,1%, de acordo com o IBGE

Para respaldar o que diz, ele cita o aumento de fluxo turístico no Estado. “Esse primeiro trimestre tivemos 12% de aumento de fluxo de turistas internacionais em relação a 2024 e março foi o melhor mês de fluxo de Bonito da história”, diz. Apesar da comemoração, o índice apresentado é bem menor que o da média nacional, que nos três primeiros meses deste ano foi 47,8% superior ao mesmo período de 2024.
PERSPECTIVA
De acordo com a FecomercioSP, a expectativa é de manter o mesmo ritmo positivo para os próximos meses, visto que o cenário econômico e a condição das famílias estão mais favoráveis diante da taxa de desemprego baixa. E mesmo com a alta da inflação e o aumento dos juros, os empresários estão resilientes, apontando um crescimento acima de 2%.
No entanto, a Federação destaca que o Turismo nacional tende a perder competitividade com a reintrodução da exigência de vistos para estadunidenses, canadenses e australianos, já que a burocracia é um fator determinante de decisão. Outro impacto negativo para o faturamento é o fim do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse) em março — originalmente previsto para continuar até 2027 —, o que afeta a previsibilidade e o planejamento dos negócios.
Análise nacional por setores
As viagens por transporte aéreo foram o grande destaque, com faturamento de R$ 4,1 bilhões e crescimento anual de 9,8%, incentivado, principalmente, pelas viagens corporativas. Em decorrência do aumento da demanda, segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a alta anual é de 7%. Além disso, a tarifa média manteve-se no mesmo patamar da do ano passado.
Outros segmentos que se destacaram foram agências de viagens, operadoras turísticas e demais serviços relacionados, que faturaram R$ 1,3 bilhão, um crescimento de 8,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. As atividades de bares, restaurantes e similares, por sua vez, apesar de terem sido afetadas pela inflação dos alimentos (o que elevou os custos e exigiu repasses parciais ao consumidor), apresentaram um bom desempenho no início do ano, resultando em um montante de R$ 2,5 bilhões (alta de 6,8%). Já o setor de hospedagem, estimulado pelo aumento da tarifa média e da taxa de ocupação, cresceu 2,3% no mês, alcançando R$ 2,1 bilhões em faturamento.
Resultados nos Estados
No desempenho regional, o Estado do Espírito Santo se sobressaiu, com alta de 16,9% em comparação com o mesmo mês do ano passado, acumulando expansão de 13,4% entre janeiro e fevereiro. Seguindo o mesmo caminho, Sergipe apresentou crescimento anual de 12,3% e Santa Catarina, alta de 11,4%, frente ao incentivo causado pela presença de turistas argentinos e a visibilidade de Balneário Camboriú no começo do ano.
Faturamento do Turismo — Estados (sem o setor aéreo)
Rio de Janeiro e São Paulo responderam por 45% do faturamento nacional, apontando, respectivamente, crescimentos anuais de 6,7% e 5,2%. Além disso, ambos os Estados estão recebendo investimentos no setor, como é o caso da previsão do novo aeroporto em Olímpia, no interior paulista, que deve atrair mais turistas nacionais e estrangeiros.
Ainda assim, outros Estados registraram desempenho negativo, como Acre (-8,8%) e Roraima (-8,1%), que lideraram as quedas. seguidos pelo Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.
Legenda da imagem do destaque: MS tem se destacado, no turismo de natureza, como o segundo melhor destino para observação de aves – Foto: Simone Mamede
Fonte: Assessoria de imprensa FecomercioSP