quinta-feira, novembro 21, 2024
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Mutirão leva benefícios previdenciários a ribeirinhos do Alto Pantanal

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Moradores não têm condições de deslocamentos até as cidades. Principal meio de transporte, o rio Taquari, está seco.

Por Cláudio Severo – INSS

Numa das localidades mais distantes na região pantaneira de Mato Grosso do Sul, distante a 220 quilômetros da cidade de Corumbá (MS), recebe durante a semana caravana com servidores do INSS, Justiça Federal, Defensoria Pública da União e Advocacia Geral da União. O objetivo é de proporcionar aos quase 700 cidadãos a oportunidade de ter acessos aos benefícios previdenciários. Nesta segunda e terça, três comunidades mais distantes da cidade de Corumbá, localizada a 220 quilômetros, serão atendidos. A Gerência-Executiva do INSS em Campo Grande, faz parte da caravana dentro do projeto da Justiça Federal Itinerante, que leva cidadania aos ribeiros. Servidores da prefeitura de Corumbá, defensores públicos e três procuradores da AGU estão presentes na ação.

A principal dificuldade dos moradores é a falta de condições de deslocamentos até as cidades. O meio de transporte seria o rio Taquari, mas em virtude dos aspectos da natureza, não existe mais água do leito que depende exclusivamente da temporada de chuva. Em praticamente nove meses a seca toma conta do rio, que na parte alta da região de Coxim, acabou tendo um desvio e deixa o rastro de destruição rio abaixo até as margens do Rio Paraguai.

E os moradores já haviam sido orientados antecipadamente e já aguardam para as audiências a serem feitas na fazenda Cedrinha. Os primeiros processos a serem analisados serão os previamente feitos pela Defensoria Pública da União. Dona Deolinda Soares, 56, chegou com as amigas por busca da aposentadoria por idade. Ele conta que mora na região há mais de 20 anos e acredita poder sair do local com o benefício. “Eu sempre vivi por aqui nesta região e tenho apenas como testemunhas todos os moradores que também estão por aqui. Vivia com a pesca, mas com o rio seco não a situação ficou bem difícil. Meu marido ainda trabalha nas caravanas de gado, mas é muito pouco”, comentou.

Os trabalhos de atendimentos no Cedrinho serão em dois dias pois o local com maior número de habitantes no Pantanal Sul-mato-grossense. Dados da prefeitura de Corumbá, que faz o suporte as famílias, apontam que 185 pessoas, distribuídas em 60 famílias estão habitando no Cedrinho, Corixão e Rio Negro.

A AGU designou para participar do mutirão os procuradores Aline Yokoy, Alexandre Sussumu e Dany Shin Park.

Mutirão ‘transforma’ vida de pescador sem água

A situação de boa parte do Rio Taquari, que fica localizado na região baixa do Pantanal sul-mato-grossense, distante 240 quilômetros de Corumbá, não é nada boa com a falta de água no leito. Neste período até os próximos 10 meses, os ribeirinhos passam por dificuldades pela falta de um dos principais produtos de sobrevivência: não tem peixe.

O caso do pescador Rosalino da Costa Leite (61) é um dos beneficiados com a presença no mutirão. Morador na região do Corixão, ele não via a hora de ser atendido. “Cheguei nas primeiras horas e desde que foi anunciado a vinda de vocês aqui, estava ansioso para dar entrada no pedido. A distância até Corumbá e a falta de água no leito do rio dificulta a ida até a cidade”, argumenta.

 

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