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“Saberes femininos importam”, realça Sylvia Cesco, agora imortal da ASL

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O fato é que a presença, cada vez maior, da mulher na sociedade, fazendo a diferença em cargos e funções nos diversos segmentos culturais,  sociais e econômicos, comprova a importância dos saberes femininos

OS IMORTAIS DA ASL
Por Agência 24h*

“Saberes femininos importam”, afirmou a escritora Sylvia Cesco em trecho de seu discurso de posse como nova integrante entre imortais da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, em solenidade realizada no auditório de sua sede, na quarta-feira, 22 de maio.

Sylvia assumiu a Cadeira nº 37, que anteriormente pertenceu a Francisco Leal de Queiroz. A acadêmica empossada prestou homenagem às mulheres acadêmicas da ASL e ressaltou que “as00000 imortais aqui citadas, e agora eu, bem como todas as mulheres estamos, há muito tempo, fazendo a diferença onde atuamos, nas funções que exercemos, nos cargos que assumimos”.

SYLVIA OUVE LEITURA DO TERMO DE POSSE
NO DISCURSO, A CONSTATAÇÃO DA REALIDADE – PRESENÇA FEMININA

Segundo a nova imortal Sylvia Cesco, “não tomem esta minha afirmação como tolo e mero discurso, mas como a constatação devidamente reconhecida e comprovada da participação feminina”, quando destacou ainda importantes saudosas personalidades para Mato Grosso do Sul como Maria da Glória Sá Rosa e Oliva Enciso, que já ocuparam cadeiras na ASL. Ao final de seu pronunciamento, Sylvia citou ainda as origens indígenas de nossa região e um poema de sua autoria a respeito.

A acadêmica Marisa Serrano discursou em saudação oficial à nova imortal na ASL, e destacou em suas palavras que “o amor de Sylvia Cesco pela cultura veio de longe e impregnou toda a sua vida. A cultura vista como o relacionamento com o outro, o ser e estar no mundo, numa visão de liberdade, mas também de pertencimento a este mundo”. Para Marisa Serrano, “nos escritos de Sylvia estão as experiências trazidas do berço e consolidadas pelas alegrias e agruras da vida”.

AS PALMAS DOS COLEGAS

A solenidade de posse foi conduzida pelo secretário-geral da ASL, acadêmico Rubenio Marcelo, sendo que o presidente da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, Henrique de Medeiros, ressaltou a importância de Sylvia Cesco na literatura do Estado, bem como sua atuação de vida pela cultura e educação. Destacou ainda a presença feminina na ASL e a pluralidade da instituição em relação à origem e participação acadêmica de seus imortais. Sylvia foi acompanhada, em sua entrada para a solenidade, pelos acadêmicos Américo Calheiros e Lenilde Ramos.

Pauta Cultural

Extremamente prestigiada, a solenidade de posse teve em sua pauta cultural apresentação artística de Clarice Maciel – cantora lirica, regente, mestre em Educação e Artes e professora de Canto e Diretora do Centro de Arte Viva / escola livre de Música, Teatro e Artes Plásticas – interpretando o Hino Estadual, acompanhada por Simone Carvalho Gomes, pianista e regente graduada na Escola de Música e Belas Artes em Curitiba.

O músico/compositor, empresário e produtor cultural Odon Nacasato apresentou músicas do nosso cancioneiro regional (de sua autoria e outras de Antônio Mário, Geraldo Ramon, Lenilde Ramos, Rubenio Marcelo e também Sulvia Cesco), abrindo a solenidade como um todo. Odon já realizou na área cultural importantes projetos e, como compositor, já teve várias de suas obras gravadas pelo grupo Acaba e João Fígar, entre outros nomes da música.

Que é Sylvia Cesco

Natural de Campo Grande, MS, Sylvia Cesco é graduada em Letras Neolatinas e posteriormente em Pedagogia, ambas pela pela Fucmat (atual UCDB). Tem pós-graduação pelo MEC-INEP/USP; especialização em Língua Portuguesa pela Universidade de Taubaté – SP; e Especialização em Roteiro para Rádio, TV e Vídeo pela ERTEL. Sylvia é escritora com trabalhos principalmente como cronista e poeta, mas é também autora e diretora de peça de teatro, letrista de músicas, e foi roteirista-auxiliar do filme “Nasce uma Estrela”, sobre Glauce Rocha.

Profissionalmente, exerceu diversas atividades e ocupou cargos nas áreas de educação e cultura. Foi representante da Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor em MS, órgão do Ministério de Assistência social, por oito anos; nesta gestão propôs a substituição da Política Nacional vigente de internação de crianças e adolescentes em situação de abandono, nos internatos tradicionais, pela de acolhimento em residências menores (Casas-lares), projeto que lhe rendeu homenagem e reconhecimento do então MPAS. Também participou da elaboração do ECA-Estatuto da Criança e do Adolescente; da implantação dos Conselhos Tutelares nas cidades de MS; e do Conselho Municipal da Criança e do Adolescente de Campo Grande. Prestou ainda assessoria à FAPEMS, Fundação de Apoio ao Ensino e à Pesquisa de Mato Grosso do Sul- órgão ligado à UEMS.

Seus livros publicados são “Guavira Virou”; “Mulher do Mato”; “Sinhá Rendeira”; “Três Poetas uma Via: Aldravia” (em coautoria); “Ave Marias, Cheias de Raça”; “Histórias de Dona Menina”; “A Glória dessa Morena” (coautora e organizadora); “Amor e volezza – amor lncondicional” (em coautoria); “Vozes da Literatura” (em coautoria); “Palavras Pelo Correio” (coautora e organizadora) e “Um Palmo e Meio de Proseio”. Participou de antologias: “Mato Grosso do Sul – 40 anos”, “101 Reivenções para Manoel de Barros” e “Antologia de Autores de Mato Grosso do Sul”. Possui publicações em Revistas literárias em vários Estados. Escreveu para o Jornal “Correio do Estado” até 2021, e atualmente escreve para o Jornal “O Estado de MS” e para o Blog “Cultura é sobrevida de um povo”, de Alex Fraga.

Sylvia apresentou, prefaciou e posfaciou obras de vários escritores e poetas de MS. Foi selecionada e premiada em Concursos Literários regionais e nacionais. Escreveu e dirigiu as peças de teatro: Emitê emite”, elaborada com textos de poetas regionais (Manoel de Barros e Alceste de Castro Lobivar Matos), nacionais e internacionais, e “As Mãos São Ferramentas de Deus”, com versos de Fernando Pessoa. Participou como intérprete e/ou jurada de vários Festivais de Música de Campo Grande, e foi Coordenadora da Comissão da Área de Cultura por ocasião dos festejos do Centenário de Campo Grande.

Há mais de duas décadas é voluntária na Associação Pestalozzi de Campo Grande, com foco na inclusão de atividades literoculturais de nossos artistas e escritores aos alunos da Escola “Raio de Sol” dessa referida Associação.

Foi Presidente da UBE-União Brasileira de Escritores, sob cuja gestão criou a Revista Literária Piúna.

A Academia Sul-Mato-Grossense de Letras

A ASL completou 52 Anos e possui 40 Cadeiras vitalícias – aos moldes da ABL – ocupadas pelas mais importantes e destacadas personalidades literoculturais de Mato Grosso do Sul. Fundada pelos escritores Ulisses Serra, Germano de Souza e José Couto Pontes em 1971, a instituição inicialmente teve o nome de Academia de Letras e História de Campo Grande, que predominou até final de dezembro de 1978, quando foi instalado o Estado de Mato Grosso do Sul e foi transformada em Academia Sul-Mato-Grossense de Letras (ASL). Referência cultural em MS, a ASL tem marcante história na defesa da língua portuguesa e o cultivo da arte literocultural. Mais informações sobre a ASL e seus acadêmicos encontram-se no site www.acletrasms.org.br .

(*) Com informações da Assessoria da ASL

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