Pesquisa divulgada pela Confederação Nacional de Municípios aponta que municípios brasileiros não dispõem de nenhuma plano para enfrentar desastres climáticos
Por Agência 24h*
Uma pesquisa da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) revela que a maioria dos municípios brasileiros não está preparado para lidar com eventos climáticos extremos, como os que atingem o estado do Rio Grande do Sul.
A pesquisa, intitulada “Emergência Climática”, foi realizada entre 1 de dezembro de 2023 e 24 de janeiro de 2024, e levou em consideração o preparo contra os eventos extremos climáticos, elaboração dos planos de mitigação e adaptação, e medidas estruturais para enfrentar as emergências climáticas.
Sistema de alerta para desastres
Dos 5.570 municípios brasileiros, 3.590 responderam à pesquisa “Emergência Climática”. E o resultado foi que cerca 43,7% das cidades indicaram que não possuem um setor ou profissionais responsáveis por monitoramento de áreas sob risco de desastres, e apenas 38,7% afirmaram possuir.
Em nota, a Confederação afirmou que, ao considerar as projeções climáticas para o Brasil, o panorama observado é mais desafiador do que otimista. Ela ainda chamou atenção da União e dos estados para o fato de os municípios, principalmente aqueles de pequeno e médio porte, não conseguirem arcar sozinhos com os custos de gestão e prevenção de desastres.
Infelizmente, ao longo dos últimos anos, são inúmeras cidades do Brasil que foram impactadas por desastres e nunca conseguiram se reconstruir por falta de apoio financeiro. De 2013 a 2023, 94% dos municípios brasileiros registraram ao menos um decreto de anormalidade.
Este montante, porém, se refere apenas aos danos levantados e disponibilizados por 19 das 170 cidades que registraram seus decretos no sistema de Defesa Civil nacional. Ao todo são mais de 330 municípios afetados, ou seja, os danos serão infinitamente maiores aos já apontados até agora.
A grande maioria das cidades afetadas ainda enfrentam situação extrema, atuando no resgate às vítimas com ações de acolhimento, pois milhares de pessoas ainda estão ilhadas, aguardando resgate em cima de telhados e árvores.
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Cidades do Rio Grande do Sul ainda sofrem as consequências das fortes chuvas da última semana. Foto: Diego Vara. Até a última atualização, a Defesa Civil listava 78 mortos e 105 desaparecidos no estado do Rio Grande do Sul. O número de pessoas afetadas é de 780.725, sendo que 88.019 estão desalojadas e 16.609 em abrigos.
A capital Porto Alegre, apesar de estar sofrendo a pior enchente de sua história, com o nível do Guaíba em 5 metros de altura, ainda não registrou nenhuma morte relacionada às chuvas. O aeroporto da cidade foi fechado por tempo indeterminado na última sexta-feira (3), e as autoridades esperam a água baixar para promover a limpeza do aeroporto e avaliar as condições de reabertura.