Soldado passou mal enquanto praticava exercícios em treinamento no 10º Regimento de Cavalaria Mecanizado, em Bela Vista
Por Celso Bejarano – Agência 24h*
Embora o laudo necroscópico, aquele que determina a causa da morte, deva ficar pronta só daqui um mês, a certidão de óbito de Vinícius Ibanez Riquelme, 19, recruta do Exército que morreu no último dia 27 de abril, indica o motivo: choque, necrose centrolobular [transpirar muito em um dia quente; beber água em excesso ou não beber água suficiente], desidratação, distúrbio hidroeletrolítico [quando o paciente perde quantidade significativa de líquidos corporais], síndrome infecciosa e também por exercícios físicos rigorosos.
Riquelme passou mal enquanto praticava exercícios num treinamento no 10º Regimento de Cavalaria Mecanizado, em Bela Vista, na fronteira com o Paraguai.
No domingo (5) a mãe dele liderou um protesto que juntou dezenas de pessoas, em Bela Vista. Ela quer saber o que levou o único filho à morte, se houve negligência, contratou um advogado para acompanhar o caso e prometeu mover ação indenizatória contra o Exército.
Nota divulgada dias após o episódio, pelo Exército, indica que o rapaz ficou desidratado durante o treinamento e foi levado para o hospital da cidade, e, em seguida transferido para o hospital em Campo Grande, distante 323 de Bela Vista, onde morreu.
Ainda de acordo com o Exército, além do recruta Riquelme, que alistou nas Forças Armadas dois meses antes de morrer, outros 77 militares também precisaram de cuidados médicos. Inicialmente, a suspeita indicou que os militares, a maioria recruta, teria sido afetada pelo vírus da Influenza, conhecida como gripe e que é uma doença grave que causa danos à saúde das pessoas há muitos séculos. Existem três tipos de vírus influenza: A, B e C. Os vírus A e B apresentam maior importância clínica.
Disse à mãe ao Fronteira News, site de Bela Vista, durante o protesto, no domingo: “eles [Exército] levaram meu filho para um treinamento de cinco dias e ninguém soube me explicar o que aconteceu lá. No dia do velório, me disseram que seria comunicada, mas ninguém me procurou. Eu vou correr atrás de Justiça pois mataram o meu filho. Ele estava machucado, desfigurado no velório”.
Nilda afirmou que ao saber que o filho havia adoecido, o rapaz estaria com estes sintomas: “ele não conseguia urinar, a boca ressecada, não respirava direito. Estava desidratado ao extremo”.
Ainda conforme a mãe: “um médico perguntou se o Vinícius tinha doença preexistente. Disse [ela] que era um menino saudável. O médico me falou que foi muito esforço, treinamento pesado, acima do limite e muita falta de água”.
Já o Exército informou pelo comunicado que o episódio está sendo apurado por meio de um Inquérito.
OUTRO CASO NA PM
Uma semana atrás, 14 policiais militares foram presos temporariamente após a denúncia de um soldado que alega ter sido vítima de tortura durante o curso de Patrulhamento Tático Móvel do Batalhão de Choque (BPChoque) da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF).
Soldado do curso de Patrulhamento Tático Móvel do Batalhão de Choque sustenta na denúncia que foi vítima de tortura física e psicológica e coagido a desistir do curso.
Os detidos já foram postos em liberdade por força judicial.
(Com informações do site Fronteira News)
Fotos: Fronteira News
