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Bombeiros de MS resgatam 154 pessoas no 1º dia de socorro no RS

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Bombeiros militares de MS chegaram sábado à noite no RS e logo iniciaram operação de resgate. Operações de socorro por todas as forças já salvaram 20 mil vidas.

Por Agência 24h

Os nove bombeiros militares de Mato Grosso do Sul que seguiram ao Rio Grande do Sul para ajudar no socorro às vítimas das enchentes começaram a atuar no fim da noite de sábado na cidade de São Leopoldo, na região do Vale dos Sinos, próximo à capital Porto Alegre. Até este domingo 154 pessoas foram resgatadas pela equipe. Outra equipe, da Polícia Militar, que seguiu de helicóptero, também já está no RS.

O capitão bombeiro Rodrigo Alves Bueno disse  que além de 154 pessoas resgatadas em telhados de casas tomadas pelas águas, 193 pequenos animais entre gatos, cães e pássaros também foram salvos nas primeiras horas de socorro. “Atendemos muita gente, muitas pessoas em cima do telhado das casas, muitas com dificuldades e mobilidade e deficientes”, disse.

Divididos em três equipes denominadas “Pantanal 1”, “Pantanal 2” e “Pantanal 3”, cada uma composta por três bombeiros militares, os socorristas trabalham ininterruptamente. Na última sexta-feira (3), o CBMMS mobilizou uma equipe composta por nove militares, sendo oito mergulhadores e um médico, com o propósito de oferecer apoio e efetuar o resgate das vítimas das inundações em São Leopoldo (RS), no Vale do Rio dos Sinos. Os bombeiros militares partiram de Campo Grande pela manhã e chegaram a cidade destino à noite, iniciando imediatamente as operações de resgate às 23h. A equipe continuará na cidade prestando apoio por um período de 10 dias.

A situação em São Leopoldo é preocupante, conforme relatado pelo prefeito da cidade, Ary Vannazi, com a maioria da população tendo suas casas inundadas, algumas com mais de 2 metros de água, afetando cerca de 180 mil pessoas. O resgate está sendo realizado por uma coalizão de forças, incluindo o exército, bombeiros e voluntários, com mais de 10 mil pessoas já abrigadas em 35 locais.

Além de atender à sociedade sul-mato-grossense, os bombeiros militares estão prontos para salvar vidas em qualquer território nacional, demonstrando coragem, dedicação e profissionalismo em momentos de crise como este.

As operações de resgate em todas as áreas afetadas envolvem quase mil militares das Forças Armadas, bombeiros, defesa civil, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e união entre Governo Federal, estados e municípios. O trabalho de todas as equipes salvou até agora pelo menos 20 mil vidas (veja informações abaixo).

Desastre climático

Quase 850 mil pessoas (844.673) foram impactadas até o momento pelas chuvas fortes que atingem o Rio Grande do Sul desde a semana passada.  O boletim mais recente da Defesa Civil – divulgado às 18h deste domingo (5) – indica que há 78 mortes confirmadas e pelo menos mais quatro em investigação. O número de feridos é de 175 e há 105 desaparecidos.
Por causa do mau tempo, 134.331 pessoas tiveram de abandonar as casas em que vivem, sendo que 115.844 estão desalojadas e outras 18.487 vivem em abrigos. Dos 497 municípios gaúchos, 341 foram afetados por alguma ocorrência relacionada às chuvas.A última catástrofe ambiental no Rio Grande do Sul foi em setembro de 2023, quando 54 pessoas morreram depois da passagem de um ciclone extratropical.Agora, o total de mortes está bem acima do anterior e é considerado por autoridades como o pior desastre climático da história gaúcha.Os bombeiros sul-mato-grossenses se dividiram em três equipes, que foram denominadas “Pantanal 1”, Pantanal 2” e “Pantanal 3”, de três militares cada um. O trabalho deve continuar nesta segunda-feira.Ações do governo federal – Em viagem ao Rio Grande do Sul pela segunda vez em uma semana, o presidente Lula prometeu neste domingo a criação de um “plano de prevenção de acidente climático”.

“É preciso que a gente pare de correr atrás da desgraça. É preciso que a gente veja com antecedência o que pode acontecer de desgraça”, afirmou o presidente. O plano de prevenção, segundo Lula, deverá ser desenvolvido pela ministra Marina Silva (Meio Ambiente).

20 mil vidas salvas

O trabalho de resgate e ajuda emergencial no Rio Grande do Sul já atingiu o patamar de 20 mil pessoas salvas de áreas de risco, em ações aéreas, por terra e por embarcações. Uma iniciativa integrada que envolve quase mil militares das Forças Armadas, bombeiros, defesa civil, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e união entre Governo Federal, estado e municípios.

Só das Forças Armadas brasileiras, o trabalho envolve pelo menos 30 helicópteros, quatro aeronaves, 866 viaturas e 182 embarcações, além de 85 equipamentos de engenharia, levando em conta Exército, Marinha, Aeronáutica e agências parceiras, num efetivo de quase 900 pessoas.

O Ministério da Justiça atualizou no domingo o envolvimento direto na pasta nas ações de resgate e salvamento, entre integrantes da Polícia Rodoviária Federal (315), Polícia Federal (319) e Força Nacional (100). São 734 pessoas: 674 policiais e 60 bombeiros. A estrutura para logística conta com 48 caminhonetes especiais, 20 viaturas comuns, 18 botes de resgate, nove embarcações de resgate, seis viaturas-reboque, quatro helicópteros, dois caminhões, um jetski e uma carreta tanque de abastecimento.

Segundo informações atualizadas pela Defesa Civil às 12h30 de domingo, já são 336 municípios afetados em todo o estado. Há 16.600 pessoas em abrigos, 88 mil desalojados, 780 mil habitantes afetados de alguma forma. Já houve o registro oficial de 77 mortes e há outras quatro em investigação. A contabilização indica ainda pelo menos 108 desaparecidos e 155 feridos. Há 214 pontos de bloqueio de vias.

Confira abaixo atualizações parciais de algumas áreas de ação conectadas ao Governo Federal

RESGATES AÉREOS – A FAB, por meio da coordenação do Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), atua desde terça-feira (30), na Operação Taquari II, resgatando os atingidos pela enchente no Rio Grande do Sul (RS).  Neste domingo, o helicóptero H-60L Black Hawk pousou na Base Aérea de Santa Maria no início da tarde após uma missão de Evacuação Aeromédica (EVAM). A FAB realizou o transporte de uma menina de 13 anos, que estava internada em um hospital de Cachoeira do Sul, com sangramento cerebral e necessitando de ventilação mecânica. Por conta do estado crítico de saúde, a paciente precisou ser transferida, com urgência, para o Hospital Universitário de Santa Maria.

LOGÍSTICA – Na madrugada deste domingo, uma aeronave KC-390 Millennium transportou mais de 18 toneladas de materiais do Grupamento de Apoio Logístico de Campanha. A aeronave decolou da Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro (RJ), com destino à Base Aérea de Canoas. Dentre os materiais estão geradores, banheiros químicos, barracas, colchões, materiais de apoio elétrico e hidráulico que ajudará a prover suporte de alimentação, alojamento, higienização (banho e sanitários) e manutenção do bem-estar em geral. Além de toda a carga, a aeronave ainda transportou 14 militares  que farão a montagem de toda a estrutura em Canoas.

ENCOSTAS – O ministério das Cidades anunciou recursos de prevenção no valor R$ 55,2 milhões para quatro projetos apresentados por municípios do Rio Grande do Sul – três em Porto Alegre e um em Santa Maria. Em Santa Maria, será selecionado um projeto de contenção de encosta no valor de R$ 16 milhões, apresentado pela prefeitura, no bairro de Itararé.

DRENAGEM – O Ministério das Cidades recebeu mais de 800 propostas, totalizando cerca de R$ 40 bilhões. Dessas, 57 são do estado do Rio Grande do Sul e somam R$ 2,2 bilhões. A pasta está ampliando esforços para analisar o quanto antes as propostas, principalmente nos municípios afetados recentemente.

HABITAÇÃO – Após os desastres ocorridos no estado, em setembro de 2023, foi autorizado crédito extraordinário no valor de R$ 195 milhões (por meio da Medida Provisória nº 1.193, de 9 de novembro de 2023), para o atendimento às vítimas com a finalidade de construir novas moradias, em municípios em estado de calamidade pública no estado.  Desse total, R$ 45 milhões foram destinados para o Minha Casa, Minha Vida em áreas rurais e R$ 150 milhões para o MCMV em áreas urbanas.

COMBUSTÍVEL – Sob coordenação do Ministério de Minas Energia, A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) atua para garantir o abastecimento de combustíveis no Rio Grande do Sul. Entre 3 e 31 de maio, haverá  espaço em tancagem entre distribuidores de combustíveis líquidos nos municípios de Canoas e Esteio e foi aprovada a flexibilização temporária de mistura obrigatória de biocombustíveis no Rio Grande do Sul.

FLUXOS – A Refinaria Alberto Pasqualino está operando com carga reduzida para acomodar estoques, dado comprometimento do fluxo de saída. A refinaria elevou a cota de produtor para compensar a restrição logística. A Braskem encontra-se fechada. Com a ponte do Rio Guaíba interditada, não há ligação entre a capital e o sul do Estado. Ainda há fluxo de produtos a partir de Paraná e Santa Catarina por rotas alternativas. Fluxo de biocombustíveis com restrição em função da interdição de rodovias, mas algumas usinas de biodiesel têm o produto e estão com acesso.

ENERGIA – Foi autorizada a importação de energia elétrica do Uruguai (entre 120 e 390 MW), na ordem de R$ 3,2 milhões por dia. Mais de 500 equipes atuando no Rio Grande do Sul.

EMENDAS – R$ 580 milhões em emendas parlamentares já foram liberadas ao Tesouro Nacional. Os pagamentos devem ser iniciados na segunda-feira pelo Ministério da saúde, responsável por mais de 90% dos recursos. Há possibilidade de novas liberações ao longo da semana, na medida em que os órgãos apontarem mais emendas prontas para o pagamento. Os valores envolvem 458 municípios, incluindo 251 diretamente afetados pelas chuvas.

SAÚDE – Há previsão de voo da Força Aérea Brasileira neste domingo levando insumos hospitalares de nutrição parenteral e integrantes da Força Nacional do SUS.  Vinte duplas de aeromédicos (médico + enfermeiro) foram mobilizadas para se deslocarem para o Rio Grande do Sul.

(*) Com informações da Secretaria de Comunicação Social (Secom)

 

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