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Presidente embarca “Picanha Lula” para a China e se redime com o agro

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Mato Grosso do Sul esperava desde 2001 que cada chinês comesse um “bifinho” para avançar no comércio global. Estado tinha potencial de abate para a China de 460 mil cabeças. Com novas habilitações, subiu para 2,3 milhões, acréscimo de 1,8 milhão de cabeças por ano.

Por Agência 24h

Na expectativa alimentada desde 2001 de alcançar o mercado asiático com a carne, uma das principais commodities do Estado, Mato Grosso do Sul finalmente ganhou uma boa fatia do comércio global. Nesta sexta-feira de manhã o Presidente da República chega para prestigiar o primeiro grande embarque de carne para a China, segundo maior país do mundo em população, com mais de 1,2 bilhão de habitantes, atrás apenas da Índia. Na quinta-feira, em sua última agenda do dia, o presidente declarou em tom bastante humorado que batizaria em Campo Grande o corte mais nobre de “Picanha Lula”.

Mas o humor durou pouco, com a divulgação de nova pesquisa (leia no final dessa matéria) de opinião pública indicando baixa popularidade de Lula.

O governador Eduardo Riedel recebe a comitiva do Presidente Lula, destacando o impacto positivo na economia brasileira e do Estado, enquanto o Planalto repercute a diplomacia internacional com as relações Brasil-China ganhando dimensão.  E, ainda, o simbolismo político, já que Lula, com popularidade em baixa, vinha sendo criticado por atacar o setores do agro. Com a visita e demonstração de apoio do governo ao setor agroindustrial, Lula afasta o mal-estar e tem nas mãos uma agenda que pode ajudar na recuperação da popularidade. O evento também marca o retorno das relações estreitas com os irmãos Batista, que protagonizaram a turbulenta operação puxada pela até então pouco conhecida “delação premiada”.

O presidente Lula deve cumprir agenda de três horas na unidade da JBS situada na rodovia BR-060, saída para Sidrolândia. Na habilitação de 38 frigoríficos para as exportações, MS foi o mais beneficiado, com 11 plantas no circuito comercial da China.

Fora das questões político-ideológicas, focado nos resultados e no que a exportação significa para a expansão econômica, Riedel vai receber Lula comemorando avanço do Estado nos mercados mundiais, não somente na China, hoje o maior parceiro comercial. Com novos frigoríficos habilitados à exportação para o maior mercado consumidor, Mato Grosso do Sul ganha visibilidade e força no comércio global e se reposiciona diante de outros mercados, segundo o governador.

“A gente tem que ter abertura de mercados, não só para a China, mas para mais de 182 mercados que o Brasil exporta. E esse é um processo histórico que nós fomos alcançando ao longo do tempo. O presidente Lula vindo aqui no ato simbólico para emitir a primeira carga exportada para a China é importante para que a gente tenha cada vez mais investimentos no setor e atingir os mercados”, afirma Riedel.

Potencial – Segundo a JBS, e Mato Grosso do Sul, o potencial para a China era de 460 mil cabeças. Com essas novas habilitações, subiu para 2,3 milhões, acréscimo de 1,8 milhão de cabeças por ano. Mato Grosso do Sul tem total de quatro milhões de cabeça de abate inspecionados e 57% desse rebanho estão aptos ao mercado chinês,

Em Campo Grande foram habilitadas três plantas do JBS S/A; em Sidrolância entrou na lista a Seara Alimentos Ltda. Completam a lista chinesa os frigoríficos BRF S/A, em Dourados; a Marfrig Global Foods S/A, de Bataguassu; Prima Foods S/A, de Cassilândia; Boibras Indústria de Carnes, em São Gabriel do Oeste; Naturafrig Alimentos, de Rochedo; Frigorífico Sul Ltda, de Aparecida do Taboado e; Agroindustrial Iguatemi Ltda, de Iguatemi.

Lula chega acompanhado do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro

Inédito – Foram concedidas habilitações também para oito abatedouros de frango, 24 abatedouros de bovinos, um estabelecimento bovino de termoprocessamento e cinco entrepostos, algo inédito com o comércio da China, dos quais um é de bovino, três de frango e um de suíno.

“Esse é um momento importante para os dois lados. A China que vai receber carnes de qualidade com preços competitivos, garantindo produtos a sua população, e ao Brasil a certeza de geração de emprego, oportunidade e crescimento da economia brasileira. É um dia histórico na relação comercial Brasil-China, um dia histórico para nossa agropecuária”, declarou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, em nota distribuída pelo MAPA à imprensa.

Balança comercial – A China é o principal destino das exportações brasileiras de carne bovina, suína e de frango, se destacando como maior parceiro comercial para proteína animal. Em 2023, o país asiático importou 2,2 milhões de toneladas de carnes do Brasil, ultrapassando mais de US$ 8,2 bilhões.

Em relação ao Estado, a China se mantém isolada na primeira colocação dos principais parceiros comerciais de Mato Grosso do Sul e ampliou sua fatia no mercado das exportações, de 26,96% no primeiro bimestre de 2023 para 38,66% no mesmo período desse ano. Em segundo aparecem os Estados Unidos (7,36%), seguidos da Holanda (5,41%), segundo divulgação da Semadesc

Gigante da proteína – A unidade da JBS a ser visitada pelo presidente Lula emprega 2.275 pessoas e tem produção diária superlativa: 440 toneladas de carne e 136 toneladas de hambúrgueres. Em unidades, o total corresponde 2,4 milhões de hambúrgueres por dia. Recentemente, a planta foi autorizada a exportar para a China, o maior comprador da carne do Brasil. A indústria já exportava para Estados Unidos, Argentina, União Europeia, Hong Kong, Emirados Árabes, Chile, Argélia e Egito.

A JBS tem unidades em Campo Grande, Anastácio, Naviraí, Nova Andradina, Caarapó, Dourados e Sidrolândia. Ao todo, movimenta R$ 12,06 bilhões na economia sul-mato-grossense. Nacionalmente, toda a cadeia do grupo tem impacto de 2,1% no PIB (Produto Interno Bruto). Em MS, o resultado é ainda maior: 3,7% de toda a atividade econômica.

PESQUISA

Pesquisa Quaest divulgada na quinta-feira (11) mostra a aprovação e a avaliação do governo do presidente Lula (PT) nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Goiás.

A pesquisa foi encomendada pela Genial Investimentos e ouviu eleitores com 16 anos ou mais entre os dias 4 e 7 de abril.

De acordo com a Quaest, o presidente tem melhor aprovação entre os paulistas e mineiros, onde é aprovado por 50% e 52% dos entrevistados, respectivamente.

A pesquisa também pediu para os entrevistados avaliarem o governo como positivo, negativo e regular. No Paraná e em Goiás, Lula teve pior avaliação. A gestão dele foi considerada negativa por 41% e 40% dos entrevistados, respectivamente.

Avaliação em São Paulo

  • Positivo: 32%
  • Regular: 29%
  • Negativo: 37%
  • Não sabe/Não respondeu: 2%

    Avaliação em Minas Gerais

    • Positivo: 34%
    • Regular: 30%
    • Negativo: 35%
    • Não sabe/Não respondeu: 1%

     

    Avaliação no Paraná

    • Positivo: 30%
    • Regular: 27%
    • Negativo: 41%
    • Não sabe/Não respondeu: 2%

     

    Avaliação em Goiás

    • Positivo: 32%
    • Regular: 27%
    • Negativo: 40%
    • Não sabe/Não respondeu: 1%

     

     

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