Leilões com alta liquidez e oferta de crédito mostram um novo cenário para o mercado de carne, segundo a organizadora da Expogrande
Por Agência 24h*
Liquidez de 100% nos leilões de gado, que são o principal foco de uma feira agropecuária, bons preços, acima do mercado, e remuneração justa ao produtor. São os indicadores perfeitos para marcar o “ponto de virada no ciclo da pecuária”, diz o presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso do Suyl (Acrissul), Guilherme Bumlai, ao comentar os resultados dos primeiros cinco dias da Expogrande 2024.
Bumlai falou sobre o cenário que se avizinha em entrevista ao jornal A Crítica, no estande do Grupo Feitosa de Comunicação instalado na feira. Segundo ele, da estimativa inicial de negócios (com bois) em torno de R$ 150 milhões, R$ 100 milhões já foram concretizados.
”Dados até o momento são reveladores. Ao alcançarmos a metade do evento, nossas expectativas de faturamento giravam em torno de R$ 150 milhões. No entanto, surpreendentemente, já ultrapassamos a marca dos R$ 100 milhões. É muito provável que superemos a nossa previsão inicial. Especialmente notáveis são os leilões, com uma liquidez de 100% e preços superiores aos de mercado […] Creio firmemente que a feira marcará um ponto de virada no ciclo da pecuária, introduzindo novos patamares de preços e justa remuneração aos produtores”, declarou o presidente da Acrissul. Em linhas de financiamento anunciadas pelo Banco do Brasil e Cooperativa Sicredi, o volume já passou de R$ 250 milhões.
O sucesso da feira também se reflete na participação popular e no impacto econômico em Campo Grande, alcançando comércio, o setor hoteleiro, de serviços de alimentação, logística e transporte.
“A Expogrande não se mede apenas pelos números que apresentamos, mas também pelo seu papel fundamental em sustentar e elevar nossa economia local. Manter a feira no patamar de excelência que ela merece é essencial para continuarmos a colher esses benefícios abrangentes”, disse Guilherme Bumlai.
Sobre a organização da feira depois de sobressaltos, diz: “Tive que abordar cada pessoa individualmente, pedindo que trouxessem seus estandes e acreditassem na revitalização da nossa feira. Convencê-los de que, juntos, poderíamos criar algo grandioso não foi tarefa fácil, mas essencial. Felizmente, esse esforço coletivo resultou em um evento que não apenas marcou o início de uma nova fase de crescimento, mas também facilitou a adesão de novos expositores este ano. Aqueles que, por algum motivo, não puderam participar anteriormente, viram o sucesso alcançado e decidiram se juntar a nós”, explica.
Carne mais cara – Bumlai também abordou o cenário do mercado de carne, destacando a campanha “Pesquise Preço e Coma Mais”, lançada para educar o público sobre a distribuição de lucros na cadeia de produção de carne. “É essencial esclarecer essa dinâmica para desfazer o equívoco de que os produtores são os grandes beneficiados pelos preços altos da carne,” explicou.
No contexto atual, o Brasil enfrenta um desequilíbrio entre a oferta de animais para abate e o consumo interno, o que tem permitido aos frigoríficos negociar preços mais baixos com os produtores. “A realidade é que o mercado segue suas próprias regras, e entender esses mecanismos é crucial,” disse Bumlai, enfatizando a importância de equilibrar a oferta de animais com o consumo de carne vermelha.
A queda no preço da arroba do boi reflete desvalorização significativa, mas essa redução não se traduziu de forma equivalente nos preços finais da carne para os consumidores, destacando a importância da pesquisa de preço. “Esse processo contribui para um mercado mais equilibrado, onde os preços refletem de forma mais justa a realidade da oferta e demanda,” conclui.
(*) Informações disponibilizadas pela Acrissu no site da Expogrande
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