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Campo Grande é escolhida entre os destinos mais acolhedores do Centro-Oeste

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A Capital sul-mato-grossense, que também já foi ranqueada por práticas sustentáveis, está entre os destinos mais acolhedores da região Centro-Oeste

Vista espacial de um ângulo da Capital sul-mato-grossense (Foto: Saul Schramm)

Campo Grande é uma das cidades mais acolhedoras da região Centro-Oeste, segundo a plataforma Booking.com. Anualmente, o site de e-commerce de viagens reconhece parceiros do turismo pelo seu compromisso com a hospitalidade e a excelência ao longo do ano, incluindo acomodações, empresas de aluguel de carro e provedores de táxi, por meio do Traveller Review Awards 2024, premiação que é realizada, este ano, com base em 309 milhões de avaliações verificadas de clientes na plataforma.

Tendo como base a parcela de provedores de acomodação que receberam um prêmio Traveller Review Awards 2024, a plataforma acaba de divulgar uma lista com os destinos mais acolhedores dos estados da região Centro-Oeste.

Para Marco Sobrinho, gerente Comercial da Booking.com para o Centro-Oeste, “esse ano Goiás se destacou com novos destinos na lista dos mais acolhedores, que oferecem oportunidades de turismo de natureza na região central do Brasil, com cachoeiras e fontes de águas termais”.

Bioparque Pantanal (Foto: Bruno Rezende)

Campo Grande foi a única de Mato Grosso do Sul a figurar na lista, onde estão também: Brasília, no Distrito Federal; Alto Paraíso de Goiás, Pirenópolis, Trindade, São José e Caldas Novas, em Goiás; e Chapada dos Guimarães e Cuiabá, em Mato Grosso.

Em relação aos tipos de acomodação mais premiados pelo Traveller Reviews Awards 2024 no Brasil, os apartamentos ficaram em primeiro lugar (24.216 ganhadores), seguidos pelas casas de temporada (9.749) e hotéis (6.789).

Nota da Booking.com

Para receber um prêmio, os parceiros de acomodação precisaram ter uma nota de avaliação média igual ou superior a 8 (de 10), com base em pelo menos 3 avaliações recebidas até as 23h59 (Horário da Europa Central) de 30 de novembro de 2023. Os parceiros de aluguel de carros precisaram ter uma nota de avaliação média igual ou superior a 7.5 (de 10), com base em pelo menos 100 avaliações recebidas até as 23h59 (Horário da Europa Central) de 30 de novembro de 2023. Para receber um prêmio, os táxis precisaram ter uma nota de avaliação média igual ou superior a 4.6 (de 5), além de terem concluído 2.000 corridas até as 23h59 (Horário da Europa Central) de 30 de novembro de 2023.

Somente os clientes que de fato se hospedaram em uma acomodação, alugaram um carro ou fizeram uma corrida de táxi podem deixar uma avaliação sobre a experiência que tiveram na Booking.com. Como essas avaliações não são editadas ou corrigidas, os visitantes do site podem tomá-las como uma referência autêntica da experiência de um viajante real ao se hospedar em uma acomodação ou utilizar o serviço de transporte terrestre fornecido pelos parceiros da Booking.com.

Os destinos deveriam ter pelo menos 50 acomodações elegíveis para serem incluídos nesta lista e foram classificados pela maior proporção de premiados por destino. Se uma região estiver faltando, é porque não há cidades suficientes que cumpram os critérios de elegibilidade.

Uma das melhores cidades para se viver

Campo Grande também se destaca nas ações e práticas sustentáveis, o que a tornam entre os melhores lugares para se viver. Considerada como destino de oportunidades nas áreas social e econômica, obteve nota acima da média nas convenções ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) da Agenda 2030 da ONU) e ESG (Environmental, Social, and Corporate Governance, traduzindo: governança ambiental, social e corporativa).

Relógio no cruzamento da parte histórica de Campo Grande – cruzamento da Avenida Afonso Pena com a Rua 14 de Julho

O levantamento, do Centro de Liderança Pública (CLP), analisou 31 municípios localizados nos três estados da região Centro-Oeste: 17 em Goiás, 5 em Mato Grosso do Sul e 9 no Mato Grosso. A nota média ODS para a região Centro-Oeste é de 54,84, e a nota média ESG é de 52,52. Campo Grande obteve 67,98 em ODS e 70,52 em ESG.

As notas médias regionais foram menores que as notas médias gerais. No entanto, observa-se que cerca de 35,4% dos municípios da região, que correspondem a 11 municípios, possuem uma nota maior que a nota média ODS e ESG. Campo Grande está em primeiro lugar entre os 11 municípios citados.

Em uma comparação mais geral, é possível ainda observar que a nota média dos municípios, em grande parte, não sofreu alterações significativas em relação à análise de 2022 para a análise realizada em 2023. A nota média de performance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável para os municípios em 2022 foi de 58,7 enquanto em 2023, a nota média ODS está em 59,2.

De acordo com o levantamento, os maiores desafios para os 410 municípios analisados, em relação à Agenda 2030 permanecem sendo quanto ao desempenho nos indicadores que contribuem para as notas dos ODS 10 – Redução das Desigualdades e do ODS 8 – Trabalho Decente e Desenvolvimento Econômico.

Campo Grande também sai na frente na nota ESG. Dos doze municípios melhor avaliados na Região Centro-Oeste, a Capital do Mato Grosso do Sul está em primeiro lugar e saiu da 137º posição em 2021, para a 111ª em 2022 e 108ª em 2023 no plano geral, entre os 410 municípios avaliados.

Marco Zero – Obelisco, primeiro monumento de Campo Grande

Governança

Na análise ESG, a dimensão de maior nota média entre os municípios da região Centro-Oeste é a de Governança.

Este quesito, inclusive, é o que possui a melhor performance média entre os municípios. A nota média para essa dimensão é de 61,9, sendo que 53,9% dos municípios (221) possuem uma nota maior que 62,0.

Em relação à avaliação da dimensão ambiental, a nota média é um pouco menor que a de governança: 59,4, demonstrando uma alteração no cenário comparativo dos últimos dois anos, onde a dimensão ambiental apresentava a nota mais expressiva.

Entre as três dimensões, a social é a que apresenta a menor nota média entre os municípios avaliados: 52,5, sendo que apenas 34,8% (143) dos municípios possuem uma nota maior que 62,0 para essa dimensão.

Cartão postal – diversidade de fauna e flora encanta os visitantes (Foto: Denilson Secreta)

Desenvolvimento Sustentável

Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades – Brasil (IDSC-BR) analisou dados de 59 cidades do Centro-Oeste – 50 localizadas no estado de Goiás, cinco em Mato Grosso do Sul e quatro em Mato Grosso – e, pela metodologia utilizada no estudo, quanto mais perto de 100 a pontuação estiver, menor a distância para o município atingir os objetivos definidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2015.

As 10 cidades melhores classificadas da região Centro-Oeste no IDSC-BR: 1ª Goiânia (GO) 61,68; 2ª Campo Grande (MS) 58,64; 3ª Nerópolis (GO) 57,59; 4ª Anápolis (GO) 56,27; 5ª Nova Veneza (GO) 56,05; 6ª Rondonópolis (MT) 54,85; 7ª Inhumas (GO) 54,83; 8ª Goianésia (GO) 54,55; 9ª Águas Lindas de Goiás (GO) 54,52; 10ª Dourados (MS) 54,48.

O Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades – Brasil (IDSC-BR) permite também comparar a pontuação dos municípios do Centro-Oeste com a registrada por aqueles localizados em outras regiões do país. Ao fazer isso, verifica-se que Goiânia está na 111ª posição do ranking nacional. Campo Grande encontra-se bem mais distante: na 225ª colocação.

Crepúsculo em Campo Grande (Foto: Chico Ribeiro)

Ao todo, o levantamento avaliou e comparou dados de 770 municípios brasileiros, incluindo as capitais estaduais, cidades das regiões metropolitanas mais populosas e de todas as regiões e biomas do país.

Focando apenas nos municípios da região Centro-Oeste, os de menor pontuação média no índice e, portanto, os mais distantes de atingir os ODS são Vila Boa (GO) e Flores de Goiás (GO). O primeiro registra 38,99 pontos e o segundo, 39,25. No ranking nacional, Vila Boa está na 757ª colocação e Flores de Goiás na 755ª posição.

Na classificação das demais cidades avaliadas no Centro-Oeste, Mundo Novo, em Mato Grosso do Sul, aparece na 12ª posição, com índice de 54,27. Os demais municípios do Estado estão com baixa avaliação. Corumbá está na 36ª, com 49,51, e Aquidauana em 50ª, com 45,84.

Maiores desafios

Elaborado pelo Programa Cidades Sustentáveis, em parceria com a Sustainable Development Solutions Network (SDSN) e com apoio do Projeto CITinova, o IDSC-BR revela ainda a situação dos municípios em relação a cada um dos 17 ODS.

Segundo os dados separados por objetivo, os maiores desafios para o conjunto das cidades do Centro-Oeste cumprir a Agenda 2030 estão relacionados ao ODS3 – Saúde e Bem-Estar, ODS 4 – Educação de Qualidade, ODS 10 – Redução das Desigualdades e ODS 5 – Igualdade de Gênero.

Passeio no Parque dos Poderes (Foto: Álvaro Rezende)

Dos 59 municípios da região avaliados, 58 estão com o OD3 – Saúde e Bem-Estar assinalado em vermelho, a pior avaliação da tabela de cores estruturada no levantamento. Apenas uma, Corumbá de Goiás, registra o objetivo na cor laranja, a segunda pior na escala.

Situação parecida ocorre com o ODS 4 – Educação de Qualidade e ODS 10 – Redução das Desigualdades. Ambos registram cor vermelha para 57 cidades e laranja em apenas duas.

Já o ODS 5 – Igualdade de Gênero tem marcação vermelha para 56 municípios, enquanto três estão em laranja. A tabela registra ainda as cores verde – a melhor avaliação – e a amarela – a segunda melhor.

Para elaborar a tabela de cores por ODS e a pontuação de cada município, o IDSC-BR utilizou 88 indicadores de gestão relacionados aos diversos temas abordados pelos 17 ODS. O levantamento dos dados foi realizado pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap).

Queimadas – Os dados utilizados pelo IDSC-BR para avaliar o desempenho dos municípios são anteriores aos graves problemas enfrentados pela região Centro-Oeste de secas e queimadas, bem como do início da pandemia de Covid-19. Portanto, não incluem os impactos negativos desses fatos na saúde, educação, desigualdade social, meio ambiente e em outras áreas relacionadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

Em 2023, por exemplo, a área queimada do Pantanal superou a média histórica em período de seca. Localizado em Mato Grosso do Sul, o bioma é a maior planície alagável do planeta. Porém, está há três anos sem cheia nos rios, o que provoca consequências econômicas, sociais e ambientais para toda a região.

Voltando para 2021 e 2022, houve piora nos indicadores de saúde, pois a pandemia ampliou as desigualdades e, em virtude do necessário fechamento de escolas, afetou o aprendizado dos alunos e provocou evasão escolar.

Focando apenas neste último ponto, a educação, o Banco Mundial emitiu um relatório alertando que as consequências poderiam ser duradouras para o processo de aprendizagem, diagnóstico que se comprovou ao longo de 2023. Dois a cada três alunos brasileiros não aprenderam a ler adequadamente um texto simples aos 10 anos, segundo avaliações diagnósticas. Portanto, os desafios para as cidades alcançarem os ODS se tornaram ainda maiores.

Política ambiental e transição energética

Lago do Parque das Nações Indígenas (Foto: Edemir Rodrigues)

No plano da sustentabilidade, o governo destaca a criação de programas atrelados à questão ambiental, como o manejo e conservação do solo e água, a pecuária de baixo carbono, o uso de energia renovável, práticas agrícolas sustentáveis e o combate ao desmatamento ilegal como medidas fundamentais para a meta de Estado Carbono Neutro até 2030.

Responsável pelo suprimento de gás natural, fonte de energia fundamental no processo de transição energética, a  MSGÁS, em sua avaliação sobre os valores socioambientais da área corporativa, aponta otimismo no alinhamento de políticas públicas e ações que contribuem para a afirmação de Campo Grande como Capital da Sustentabilidade.

“Estamos entrando em um novo ciclo de avanços em que as políticas integradas são importantes para as metas e objetivos de melhorar o clima e a qualidade de vida das pessoas. Nossa Companhia está inteiramente comprometida com os princípios socioambientais que tornam nossa Capital em uma das melhores cidades para se viver”, diz o diretor-presidente da Companhia, Rui Pires dos Santos.

No leque da política ambiental, o governo do Estado desenvolve ações em dois programas – o Plano Estadual de Incentivo ao Desenvolvimento das Fontes Renováveis de Produção de Energia – o MS Renovável, e o Plano Estadual de Controle da Poluição e de Desenvolvimento Tecnológico.

Ancorada na política ambiental, está o plano que norteia a transição energética, que teve seu start em 2023 com o lançamento do pacote de incentivo ao uso de gás natural (GNV) no abastecimento de veículos, tanto no transporte de pessoas quanto de cargas, medida que contribui para reduzir a dependência por gasolina e diesel, com grande alcance socioambiental e econômico. Medida importante no processo de transição energética, que traz estímulos ao biogás e biometano, fontes de energia incluídas no programa MS Renovável.

(Foto do destaque: Adob Stock)

 

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