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Tese da gastança pode levar ao abismo, diz cúpula do PSDB

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Marconi Perillo, Reinaldo Azambuja e Aécio Neves condenam documento em que o PT chama meta de redução do déficit de “austericídio fiscal” e defende governo perdulário

Artigo assinado pelo presidente da Executiva Nacional do PSDB, Marconi Perillo, ex-governador de Goiás, pelo ex-governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, e pelo ex-governador e ex-senador de Minas Gerais, atual deputado federal Aécio Neves, condena documento divulgado pelo PT em que o partido do presidente Lula critica a proposta de redução do déficit das contas públicas. O artigo foi publicado nesta quinta-feira (11/1), pelo jornal O Globo.

A crítica do PT à política fiscal do governo, segundo as lideranças tucanas, expõe uma grande incongruência, promovendo um discurso que defende gastança sem limites do dinheiro público e falta de “coragem” para diminuir as despesas. “Gastar mais do que ganha nunca deu certo em nenhuma família, empresa ou governo. A História mostra isso, no Brasil e em outros países. A Argentina está aqui perto para não nos deixar esquecer”.

Leia aqui o Artigo no jornal O Globo

“Como se vê, o problema do governo não é “austericídio”, como pensa o PT. É que lhe falta austeridade, lhe falta responsabilidade com as contas públicas para poder oferecer programas sociais sustentáveis. Gastar desenfreadamente, como o governo faz, e o PT acha pouco, é caminho certo para o abismo”, alertam as lideranças nacionais do PSDB.

O déficit das contas do governo Lula em 2023 (R$ 119,6 bilhões, sem computar o mês de dezembro), segundo os ex-governadores de Goiás, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, corresponde à soma de toda a arrecadação prevista para este ano nos três estados, que têm uma população de 12 milhões de habitantes. “Defender a gastança é populismo barato que acabará custando caro para todos nós, brasileiros”, conclui o Artigo.

Confira a íntegra

Austeridade de menos é o caminho para o abismo

Gastar mais do que ganha nunca deu certo em nenhuma família, empresa ou governo. A História mostra isso

Por Marconi Perillo, Reinaldo Azambuja e Aécio Neves*

Recentemente o PT, partido do presidente da República, divulgou um documento em que faz críticas ao que eles chamam de “austericídio fiscal”. Uma crítica à política fiscal da área econômica do governo de buscar o déficit zero nas contas públicas.

O PT já é bem grandinho, vai fazer 44 anos, e é incrível como não aprendeu nada nesse tempo. Todas as vezes em que o partido decidiu discutir política econômica, errou gravemente. Nem sempre a maturidade traz sabedoria.

A crítica do partido do governo é que o governo dele mesmo gasta pouco. Não é o que dizem os números.

O rombo nas contas públicas de 2023 foi de R$ 119,6 bilhões de janeiro a novembro do ano passado. Pode parecer pouco considerando que o Orçamento total foi de R$ 5,3 trilhões, mas vamos ver por outro ângulo. Esse dado significa que o governo federal gastou em 2023 mais que os governos de Goiás, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal — onde vivem cerca de 12 milhões de pessoas — arrecadarão juntos em 2024.

Como se vê, o problema do governo não é “austericídio”, como pensa o PT. É que lhe falta austeridade, lhe falta responsabilidade com as contas públicas para poder oferecer programas sociais sustentáveis. Gastar desenfreadamente, como o governo faz, e o PT acha pouco, é caminho certo para o abismo.

 Atender às necessidades do Brasil é necessário, mas precisa ser com responsabilidade, coisa que parece andar em desuso.

Gastar mais do que ganha nunca deu certo em nenhuma família, empresa ou governo. A História mostra isso, no Brasil e em outros países. A Argentina está aqui perto para não nos deixar esquecer.

Quem acha que responsabilidade fiscal é “austericídio” precisa entender que orçamento tem duas colunas: uma é a das receitas, que vem dos impostos pagos pelos brasileiros; outra é a das despesas, de responsabilidade em grande medida do próprio governo. Aumentar impostos, onerando ainda mais a sociedade, é a pior das soluções. Para equilibrar as duas colunas, é preciso coragem para reduzir despesas. Não é uma medida popular, mas um governante precisa ser responsável em primeiro lugar, para só depois pensar em popularidade.

A história do PSDB nos respalda e nos credencia para falar sobre responsabilidade fiscal com sensibilidade social. O Brasil não se esquece disso. Pesquisa de dezembro do instituto Ipespe, encomendada pela Federação Brasileira de Bancos, mostrou que 77% dos brasileiros reconhecem o Plano Real como uma das políticas públicas mais importantes da nossa História. O Plano Real se transformou no maior programa de inclusão econômica do país, talvez do mundo, ao estabilizar a economia e acabar com o imposto que mais castigava e empobrecia os brasileiros: a inflação. Foi Fernando Henrique Cardoso quem idealizou, coordenou, implantou e garantiu a perpetuidade do Plano Real e da estabilidade econômica no Brasil, primeiro como ministro da Fazenda no governo Itamar Franco, depois como presidente da República. De quebra, ainda criou a Lei de Responsabilidade Fiscal, para garantir que o respeito às contas públicas passasse a ser obrigatório em todas as esferas de governo.

O primeiro governo do PT só foi bem-sucedido na economia porque manteve a política macroeconômica do PSDB. A bem da verdade, o PT sempre trabalhou contra políticas de responsabilidade, como a própria Lei de Responsabilidade Fiscal, o Fundef e, pasme, até mesmo o Plano Real.

O PSDB é pioneiro na implantação de programas sociais e de distribuição de renda. Em 1995, o tucano Magalhães Teixeira, histórico prefeito de Campinas (SP), foi o primeiro a vincular um benefício financeiro à manutenção das crianças na escola. Desde 1985, quando o PSDB foi fundado, todos os governos tiveram a responsabilidade social e a responsabilidade fiscal como prioridades.

Quanto mais responsabilidade com o dinheiro público, mais condição de promover distribuição de renda e desenvolvimento social. Defender a gastança é populismo barato que acabará custando caro para todos nós, brasileiros.

(*) Marconi Perillo, presidente nacional do PSDB, foi governador de Goiás e senador, Reinaldo Azambuja, tesoureiro nacional do PSDB, foi governador de Mato Grosso do Sul, Aécio Neves, presidente do Instituto Teotônio Vilela e deputado federal, foi governador de Minas Gerais

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