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MS cai duas posições no ranking de competitividade

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Estado desceu no ranking geral, mas ganhou posições nos pilares de Capital Humano, Solidez Fiscal, Educação, Potencial de Mercado e Inovação

Mato Grosso do Sul caiu duas posições no Ranking Geral de Competitividade dos Estados em 2023, passando de 7° para o 9° lugar. No entanto, na análise de 99 indicadores que retratam o desempenho, MS avançou em quatro posições e se manteve estável em uma nos 10 pilares temáticos que compõem o Ranking Geral de Competitividade – Segurança Pública, Sustentabilidade Social, Infraestrutura, Educação, Solidez Fiscal, Eficiência da Máquina Pública, Capital Humano, Inovação, Potencial de Mercado e Sustentabilidade Ambiental.

O levantamento é divulgado anualmente pelo Centro de Liderança Pública (CLP) desde 2011, com o desenvolvimento técnico a cargo da Economist Intelligence Unit e contribuição da Tendências Consultoria Integrada que, a partir de 2021, assumiu a elaboração do Ranking.

Na avaliação das potencialidades, o pilar Capital Humano foi o que MS mais avançou – subiu 14 posições e se situou em 3° lugar. No pilar Solidez Fiscal, passou para a 5ª posição, um avanço de quatro posições em relação a 2022. Em Infraestrutura, a posição se manteve em 7° lugar. Já no pilar Sustentabilidade Social, caiu de 7° para 10°, e na Segurança Pública perdeu uma posição e está em 11°.

No quadro dos desafios, o Estado recuou três posições no pilar da Sustentabilidade Ambiental, passando de 10° para o 13° lugar. Em Educação avançou uma posição e classificou-se em 13° no Ranking. Avançou duas posições no pilar Potencial de Mercado e está em 13°. O Estado ganhou posições em Inovação, passando de 14° em 2022 para 12° em 2023. No pilar Eficiência da Máquina Pública, porém, houve recuo de 8° para o 12° lugar.

Camadas ESG e ODS

O levantamento de 2023 trouxe também 13 novos indicadores no Ranking de desenvolvimento sustentado sob a perspectiva ESG, que se baseia nas três dimensões essenciais à sustentabilidade – Ambiental, Social e Governança; e Ranking no cumprimento dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU).

Na avaliação dos parâmetros nos três eixos ESG, Mato Grosso do Sul está classificado em 10°. Mesma posição foi alcançada no quadro dos 17 ODS.

Por eixo, as posições são: Ambiental – 13°, Social – 23°, e Governança – 7°.

A análise a partir dos 17 objetivos do desenvolvimento sustentável e suas 169 metas bem como os critérios ESG ajudam na valorização das boas práticas ambientais, sociais e econômicas, de modo que o ranking permite orientar as ações frente aos desafios da jornada de sustentabilidade e da sociedade, segundo Gabriela Ferolla, diretora-executiva na SEALL Intelligence.

O alcance do Ranking

Segundo o CLP, o Ranking de Competitividade dos Estados tem como objetivo principal alcançar um entendimento mais profundo e abrangente, trazendo para o público uma ferramenta simples e objetiva para pautar a atuação dos agentes políticos na melhoria da competitividade e da gestão pública. Também se constitui em ferramenta útil para o setor privado balizar decisões de investimentos.

De acordo com a Tendências, responsável pela tabulação dos dados, o ranking possibilita identificar, dentro de cada um de seus 10 pilares temáticos, quais são os pontos fortes e fracos que influenciaram a classificação final do Estado em cada um dos indicadores avaliados.

“A competitividade de um Estado está diretamente ligada à capacidade de ação dos seus líderes públicos. O ranking veio oferecer as bases para a construção do legado de competitividade para aqueles governos que assim desejam fazer”, diz Tadeu Barros, diretor executivo do CLP – Liderança Pública, destacando que “um ambiente onde existe a competição saudável entre pessoas, equipes e organizações, é natural que ocorram maiores incentivos para a excelência de resultados, bem como para a inovação em instrumentos e métodos que possibilitem a superação de desafios”.

“O setor privado é uma esfera social competitiva por natureza. Já o setor público seria, para alguns, um ambiente não competitivo. Sob essa perspectiva, justamente por não ser regido por leis de mercado, o setor público deveria ser guiado por critérios como justiça e equidade, princípios que não são objetos-fins do setor privado”.

  • “A competição saudável no setor público, além de possível, é desejável. A competição no setor público é um elemento complementar à promoção da justiça, equidade e desenvolvimento econômico e social”.
  • “Os rankings têm potencial para operar como um poderoso sistema de incentivo e de enforcement aos agentes públicos. Também funcionam como um mecanismo de accountability e promoção das melhores práticas na gestão pública”.

MS no contexto do Centro-Oeste

No ranqueamento dos estados da região Centro-Oeste, Mato Grosso do Sul também recuou, de 3° em 2022 para 4° em 2023. Quanto aos indicadores no quadro das potencialidades, as posições no ranking regional entre os pilares são 3° em Capital Humano, 2° em Solidez Fiscal, 2° em Infraestrutura Estrutura, 4° em Sustentabilidade Social é 3° em Segurança Pública.

No quadro de desafios, as posições de Mato Grosso do Sul se alternam entre 3° em Sustentabilidade Ambiental, 4° em Educação, 3° no pilar Potencial de Mercado, 4° em Eficiência da Máquina Pública, e 2° em Inovação.

DESAFIOS E CONCEITOS DOS PILARES

Infraestrutura – O que se extrai dos relatórios que produziram o ranqueamento é que a crônica deficiência de infraestrutura é, sem dúvida, um dos principais desafios para a melhora da competitividade do País, juntamente com a deficiência na educação. O quadro é reflexo direto do baixo nível de investimento em infraestrutura no País. Enquanto o Brasil investia mais de 5% do PIB em infraestrutura na década de 1970, na última década, a taxa recuou para pouco mais de 2% do PIB.

De acordo com a avaliação dos parâmetros de pesquisa, além do baixo nível de investimentos, a explicação para as carências da infraestrutura pode ser encontrada também na má alocação dos recursos públicos, bem como na deficiência das políticas regulatórias para os diferentes segmentos de infraestrutura.

Por conta do atual nível de carência de infraestrutura dos Estados, bem como por sua importância decisiva para a competitividade, este pilar apresenta o segundo maior peso entre os 10 pilares que compõem o Ranking de Competitividade dos Estados (12,4% do cômputo geral).

Neste pilar, buscou-se compilar indicadores para os principais segmentos de infraestrutura, como rodovias, energia, telecomunicações, saneamento e transporte aéreo, embora, assim como ocorre em outros pilares, nem todos os atributos dispusessem de estatísticas para a sua mensuração e inclusão no ranking.

Em alguns casos, observa-se ausência pura e simples da infraestrutura; em outros casos a infraestrutura existe, porém é de má qualidade; finalmente, pode haver casos em que há disponibilidade de infraestrutura de boa qualidade, mas com tarifas muito elevadas. Na composição do pilar, pesos maiores foram dados aos indicadores de Qualidade da Energia Elétrica, Qualidade do Serviço de Telecomunicações, e Qualidade das Rodovias, considerados os componentes mais críticos.

Os Estados mais bem colocadas neste pilar foram SP, ES e SC. Em relação à edição passada, São Paulo segue como o primeiro colocado, Espírito Santo passou da 5ª para 2ª posição, e Santa Catarina caiu da 2ª para 3ª colocação. Goiás exibiu o maior avanço de posição no pilar, com salto de 11 colocações. O Estado goiano apresentou, em especial, melhora relativa nos indicadores de Acesso à Energia Elétrica (+15 posições), Backhaul de Fibra Óptica (+11) e Qualidade das Rodovias (+9).

Sustentabilidade Social – Já no pilar da Sustentabilidade Social, a apuração valeu-se de uma visão multidimensional para o tema da vulnerabilidade. A grosso modo, o pilar foi incorporado como ferramenta para mensurar o grau de eficiência da atuação governamental para minimizar a vulnerabilidade do indivíduo em diferentes estágios da vida. A ideia subjacente ao pilar é superar abordagens que centram atenção apenas na dimensão da renda quando avaliam o bem-estar social.

Nessa concepção, a qualidade de vida é resultado de uma combinação de ações governamentais que permitem o acesso aos direitos fundamentais e sociais para o conjunto da população. Naturalmente, porém, há um foco especial nos grupos socialmente mais vulneráveis.

Esta visão mais holística da questão social está em linha com os princípios institucionais que fundamentam a existência do Estado brasileiro. O primeiro artigo da carta constitucional coloca a dignidade humana como fundamento do pacto político criado em 1988. O pilar da Sustentabilidade Social, em boa medida, traz indicadores para verificar a taxa de sucesso dos Estados em contribuir para diminuir as vulnerabilidades.

O pilar da Sustentabilidade Social é, em boa medida, uma síntese do princípio orientador do Ranking de Competitividade dos Estados como um todo. É o terceiro com maior peso no cômputo geral do ranking (11,6%), superado apenas por Segurança Pública e Infraestrutura. Além disso, juntamente com o pilar de Educação, é o que mostra a maior aderência com o Ranking Geral, marcando também um contraste regional, com os Estados das regiões Sul e Sudeste, acrescidos do DF, dominando as primeiras posições do ranking, ao passo que os Estados do Norte e Nordeste ocupam, no geral, as últimas posições.

O pressuposto do conceito de sustentabilidade social, contudo, não se limita a ações de correção de distorções, mas é composto por indicadores que medem a capacidade do governo em tomar ações que evitem a vulnerabilidade dos indivíduos. A ideia é que o Estado deve fornecer ferramentas para potencializar a capacidade dos membros da sua comunidade política, no limite, reforçando a autonomia em relação aos governos. Foram compilados neste pilar indicadores de saúde, pobreza, condições de moradia, saneamento básico e outros ligados à promoção do trabalho decente.

A conexão do pilar com a competitividade é absoluta, pois não há melhor definição de um Estado competitivo do que aquele que é capaz de maximizar o bem-estar social de seus habitantes. Mas há também uma conexão com um conceito “mais privado” de competitividade.

Muito embora o ranking contemple pilares específicos para Educação e Capital Humano, o pilar de Sustentabilidade Social também tem importância crucial para o reforço da qualidade do capital humano.

Na edição do Ranking de Competitividade dos Estados de 2023, os indicadores de Formalidade do Mercado de Trabalho, Inserção Econômica e Inserção Econômica dos Jovens foram removidos do pilar de Sustentabilidade Social e passaram a integrar o pilar de Capital Humano.

Os Estados mais bem colocadas, neste pilar foram SC, SP e DF. Em relação à edição passada, Santa Catarina segue como o primeiro colocado, São Paulo passou da 4ª para 2ª colocação, e o Distrito Federal caiu de 2º para 3º colocado.

Pernambuco exibiu o maior avanço de posição no pilar, com salto de 5 colocações, passando da 20ª para a 15ª posição. O Estado pernambucano apresentou melhora relativa nos indicadores de Mortalidade Materna (+8 posições), Desigualdade de Renda (+7), Cobertura Vacinal (+4) e IDH (+3).

Segurança Pública – A segurança pública é o serviço público que melhor expressa o funcionamento das instituições do Estado, visto que a construção da ordem e a proteção aos direitos individuais ao longo de toda história se mostraram essenciais para a construção de um ordenamento virtuoso para o desenvolvimento.

O Estado moderno nasceu fundamentalmente para criar estabilidade interna e proteção externa para sua comunidade. A segurança pública, no limite, é a dimensão que separa os países com equilíbrio virtuoso para o desenvolvimento dos chamados “Estados falidos”. A preservação dos direitos individuais, aliada à preservação do primado da lei e à construção de mecanismos de institucionalização dos conflitos, é condição fundamental para o bem-estar social e a competitividade dos Estados.

A inclusão de um pilar específico de Segurança Pública no Ranking de Competitividade dos Estados é justificada por razões de duas ordens:

  1. constitucional: responsabilidade central da esfera estadual na garantia de segurança aos cidadãos; e
  2. prática: a segurança pública no Brasil é uma das maiores preocupações dos cidadãos, diante dos índices de violência urbana alarmantes e ainda sem sinais de reversão.

Segurança Pública recebe o maior peso (12,7%) entre 10 pilares temáticos que constituem o Ranking de Competitividade dos Estados. O pilar é composto por 10 indicadores. Por representar o crime que gera os maiores danos à sociedade, por seus índices alarmantes e por dispor das medições mais confiáveis, o indicador de Segurança Pessoal é o que possui a maior importância relativa.

Neste ano, destaca-se a inclusão do indicador de Violência Sexual, variável relevante no contexto brasileiro. Em 2022, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o País registrou o maior número de estupros da série histórica, ainda que a tendência global de subnotificação massiva desse tipo de crime seja um fator limitante.

Os estados mais bem colocados neste pilar foram SC, DF e PB. Em relação à edição passada, Santa Catarina e Distrito Federal mantiveram as posições, enquanto a Paraíba subiu da 6ª para a 3ª colocação.

Educação – No pilar Educação, foram contemplados indicadores de taxa de frequência líquida e qualidade nos ensinos fundamental e médio, além do IOEB (Índice de Oportunidades da Educação Brasileira).

Além de indicadores que medem a qualidade da educação e de universalização do atendimento, este pilar também inclui o indicador de ‘avaliação da educação’, premiando os Estados que possuem um programa estadual de avaliação da educação básica. Este indicador premia as UFs que possuem uma avaliação estadual e que o façam de forma frequente. Assim, a pontuação varia de acordo com os últimos anos em que a prova de avaliação foi aplicada no Estado. Para a construção deste indicador, foram utilizadas informações dos portais de cada programa de avaliação estadual, que são checadas com as secretarias estaduais de educação.

Em razão da sua importância econômica e social, e considerando as graves carências existentes nos Estados, o pilar Educação possui o 4º maior peso do ranking (11,5% do total), sendo complementado ainda pelo pilar Capital Humano, com 8,2% do peso total. Enquanto o primeiro pilar avalia as condições atuais da educação no País, o segundo examina o nível educacional dos indivíduos que já estão no mercado de trabalho e seu impacto sobre a produtividade da economia, além de aspectos ligados à inserção da mão de obra no País.

Os estados melhor colocados neste pilar foram SP, MG e PR. Em relação à edição passada, São Paulo e Minas Gerais mantiveram as posições, enquanto o Paraná subiu da 5ª para 3ª colocação. Rondônia e Rio Grande do Sul exibiram os maiores avanços de posição no pilar, com saltos de 3 colocações cada, com RO passando da 20ª para 17ª posição e RS da 9ª para 6ª. Ambos apresentaram melhora relativa no indicador de Avaliação da Educação, com o Estado rondoniense avançando 12 posições, e o gaúcho passando da 9ª para a 1ª colocação.

Solidez Fiscal – Em qualquer governo, a solidez fiscal de é condição fundamental para o crescimento sustentado de longo. Se as receitas governamentais ficam continuamente abaixo das suas despesas, o governo incorre em resultados fiscais negativos (déficits), resultando em aumento de seu endividamento e, consequentemente, em baixa capacidade para investir na ampliação e manutenção dos serviços públicos. A baixa oferta e qualidade dos serviços públicos geram prejuízos econômicos e sociais aos seus cidadãos. Um governo que não consegue “fechar suas contas” perde credibilidade e confiança por parte dos contribuintes, empresas e investidores nacionais e internacionais. Um governo sem credibilidade fiscal e financeira promove retração dos investimentos e dos negócios privados, ocasionando queda na produção de produtos e serviços, além de aumento da inflação e do desemprego.

Para capturar o grau de solidez fiscal dos Estados, foram utilizados indicadores que levam em conta dimensões distintas, mas inter-relacionadas, de sustentabilidade fiscal. São eles: Taxa de Investimentos, Regra de Ouro, Solvência Fiscal, Sucesso do Planejamento Orçamentário, Dependência Fiscal, Resultado Primário, Gasto com Pessoal, Índice de Liquidez e Poupança Corrente.

Os resultados para o pilar de solidez fiscal na edição de 2023 do Ranking refletem os dados fiscais dos Estados para o ano de 2022. Os Estados mais bem colocadas, neste pilar, foram MT, ES e PA. Em relação à edição passada, Mato Grosso e Espírito Santo mantiveram as posições, enquanto o Pará subiu da 5ª para 3ª colocação.

Maranhão exibiu o maior avanço de posição no pilar, com salto de 9 colocações, passando da 23ª para 14ª posição. O Estado maranhense apresentou melhora relativa nos indicadores de Resultado Primário (+18 posições), Dependência Fiscal e Gasto com Pessoal (+2 posições cada), e Solvência Fiscal e Poupança Corrente (+1 posição cada).

Eficiência da Máquina Pública – Discussão expressa no pilar da Eficiência da Máquina Pública traduz uma das motivações centrais para a construção do Ranking de Competitividade dos Estados, a saber: a criação de mecanismos de incentivos para a construção do bom governo.

A profissionalização e o desenvolvimento de canais institucionais para reforçar a meritocracia no interior da administração pública não apenas são centrais na competitividade dos Estados, mas partes fundamentais no debate sobre a qualidade da democracia.

A melhoria da eficiência da máquina do aparato governamental é condição central para o reforço da legitimidade das organizações democráticas, atributo fundamental para a construção de uma ordem virtuosa para o desenvolvimento.

Governos e partidos sem legitimidade não conseguem aprovar políticas públicas e são ingredientes nocivos para a construção da economia de mercado e de um bom ambiente para o desenvolvimento de negócios.

A forma federativa do Estado brasileiro compartilha o poder decisório em diferentes esferas de poder. Isso significa que o agente econômico sofre influência dos três níveis geográficos. Nesse sentido, a distribuição de eficiência e inovação no tocante

à gestão pública ajuda a entender a disparidade de competitividade ao longo do território brasileiro. Essa competição pela inovação do setor público é uma das justificativas para a opção federativa. Sendo assim, o ranking de competitividade faz um esforço para criar métricas de comparação que levem em conta os diferentes estágios de desenvolvimento econômico e social entre os Estados da federação.

O pilar da Eficiência da Máquina Pública guarda relação central com a atual conjuntura política brasileira. A sociedade brasileira assiste aos efeitos políticos do processo de mudanças econômicas e sociais ao longo das últimas décadas. O eleitorado demanda progressivamente a melhoria dos serviços públicos como mecanismo para reforçar seu bem-estar.

Sob a ótica da competitividade, a importância do pilar se refere ao tratamento dos custos de transação. A ineficiência da burocracia pública diminui a produtividade da economia ao minar a construção de um ambiente de negócios. A atividade econômica depende de um ambiente positivo ao investimento e à inovação. Quando as instituições governamentais reduzem o custo da transação econômica, a energia dos agentes econômicos se volta para tarefas que reforçam o dinamismo da economia.

Neste pilar, com peso de 9,2% no ranking final, foram agregados indicadores de eficiência, custo e transparência do setor público.

Em comparação à edição de 2022, não houve atualização dos indicadores de Qualidade a Informação Contábil e Fiscal, e Índice de Transparência. A Controladoria-Geral da União (CGU) informou que não está prevista, em 2023, a realização de avaliações de transparência nos moldes da Escala Brasil Transparente – EBT (Avaliação 360º). As futuras edições serão retomadas a partir de 2024, em data ainda a ser definida.

Os Estados mais bem colocado neste pilar foram RS, PR e SC. Em relação à edição passada, houve troca de posição entre os primeiro e terceiro colocados, com o Rio Grande do Sul atingindo a 1ª colocação e Santa Catarina recuando para a 3ª.

Mato Grosso exibiu o maior avanço de posição no pilar, com salto de 8 colocações, passando da 14ª para 6ª posição. O Estado mato-grossense apresentou melhora relativa, em especial, nos indicadores de Equilíbrio de Gênero no Emprego Público Estadual (+15 posições) e Reconhecidamente o baixo nível de qualificação da mão de obra é um dos principais gargalos ao desenvolvimento econômico e social do País. Enquanto os brasileiros possuem aproximadamente 16 anos de escolaridade em média, dos 5 aos 39 anos de idade, nos países da OCDE, a escolaridade média atinge cerca de 18 anos, considerando o mesmo intervalo de idade, segundo dados de 2020 do relatório estatístico “How’s Life” da OCDE.

Capital Humano – O pilar de Capital Humano avalia o nível educacional da mão de obra, aspectos ligados à inserção no mercado de trabalho e os impactos sobre a produtividade da economia. Embora este pilar não esteja entre os de maior peso (8,2%), isso se justifica em função da complementariedade com o pilar Educação, cujo peso é de 11,5%, o qual analisa as condições atuais da educação no País, que irão determinar a qualidade dos futuros profissionais.

No pilar Capital Humano foram considerados indicadores de qualificação dos trabalhadores (medido pelo número de anos de escolaridade e pela proporção de trabalhadores com ensino superior) e a relação com a produtividade (dada pela razão entre o PIB e a população ocupada).

Em contrapartida, foram considerados também os custos da mão de obra (fundamentalmente salários), que, embora estejam estreitamente relacionados ao nível de qualificação, produtividade e bem-estar social de cada Estado, é também um

indicador relevante para a tomada de decisão de investimentos por parte das empresas.

Na edição do Ranking de Competitividade dos Estados de 2023, os indicadores de Formalidade do Mercado de Trabalho, Inserção Econômica e Inserção Econômica dos Jovens foram removidos do pilar de Sustentabilidade Social e passaram a integrar o pilar de Capital Humano. Além disso, foram incluídos dois novos indicadores: Subocupação por Insuficiência de Horas Trabalhadas e Desocupação de Longo Prazo.

Segundo a OCDE, Capital Humano é definido como estoque de conhecimento, habilidades e características pessoais que influenciam na produtividade. Tais recursos podem ser adquiridos ou aprimorados pela via da educação formal, no entanto não se deve descartar o aprendizado prático proveniente da inserção do indivíduo no mercado de trabalho, o que justifica a ampliação do número de indicadores que compõem o pilar.

Os Estados mais bem colocadas neste pilar foram SC, DF e Mato Grosso do Sul. Em relação à edição passada, Santa Catarina subiu de 24° para 1° colocado, o maior avanço de posição no pilar (+23 posições), em virtude das colocações favoráveis nos novos indicadores de Formalidade do Mercado de Trabalho (1ª), Inserção Econômica (1ª), Inserção Econômica dos Jovens (1ª) e Subocupação por Insuficiência de Horas Trabalhadas (2ª).

Por sua vez, o Distrito Federal caiu da 1ª para 2ª colocação, e Mato Grosso do Sul subiu da 17ª para a 3ª posição.

Sustentabilidade Ambiental – No pilar de Sustentabilidade Ambiental, consideram-se indicadores ligados à emissão de gases poluentes, desmatamento e manejo do esgoto, resíduos e recursos hídricos.

Nesta edição foram incluídos os indicadores de Preservação da Vegetação pelos Imóveis Rurais e Vegetação Nativa nos Imóveis Rurais.

Os estados mais bem colocadas, neste pilar, foram PR, SP e DF, mantendo-se a ordem da edição passada. Amapá exibiu o maior avanço de posição no pilar, com salto de 8 colocações, passando da 19ª para 11ª posição. O Estado amapaense apresentou melhora relativa nos indicadores de Reciclagem de Lixo (+21 posições), Recuperação de Áreas Degradadas (+15) e Destinação do Lixo (+14).

Neste pilar, foi considerado o tamanho do PIB de cada Estado, a dinâmica de crescimento do PIB nos últimos 4 anos e o crescimento potencial da força de trabalho nos 10 próximos anos. Além disso, foram incluídos novos indicadores relacionados ao mercado de crédito: Comprometimento de Renda, Qualidade de Crédito para Pessoa Física, Volume de Crédito, e Inadimplência.

Naturalmente, o tamanho da economia do Estado é uma das variáveis levadas em consideração na decisão de localização de investimentos das empresas, favorecendo a competitividade das maiores Unidades da Federação. Ao mesmo tempo, Estados com economias mais dinâmicas também abrem mais oportunidades de investimento, gerando um ciclo virtuoso de competitividade e desenvolvimento econômico. O ritmo de crescimento da população em idade de trabalho, por sua vez, constitui um dos principais determinantes do crescimento potencial de longo prazo. Já os indicadores de crédito são determinantes para a evolução do investimento e consumo e se mostram particularmente relevantes no contexto atual brasileiro de elevado patamar do comprometimento de renda da população.

Ressalta-se que o indicador tamanho de mercado sofre um redutor em seu peso dentro do pilar em razão do critério de ponderação denominado de ‘dispersão’, evitando assim que os maiores Estados do País em termos de PIB, como São Paulo, adquiram uma vantagem excessiva no Ranking Geral, por conta de um único indicador.

Além disso, o pilar possui peso relativamente pequeno (7,8%). Desse modo, o grande desequilíbrio entre as UFs em termos de tamanho de PIB acaba tendo um impacto limitado no pilar e, principalmente, no ranking geral. Evidência disso é que a menor economia estadual do País, Roraima, está na última colocação no indicador de Tamanho de Mercado, mas ocupa a 3ª posição no pilar, graças ao bom desempenho nos indicadores de Taxa de Crescimento, Crescimento Potencial da Força de Trabalho e Qualidade de Crédito para Pessoa Física.

Os Estados mais bem colocadas neste pilar foram GO, SP e RR. Em relação à edição passada, Goiás subiu de 8° para 1° colocado, São Paulo passou da 5ª para 2ª colocação, e Roraima caiu da 2ª para 3ª posição. Sergipe exibiu o maior avanço de posição no pilar, com salto de 15 colocações, passando da 24ª para a 9ª posição. O Estado sergipano apresentou melhora relativa no indicador de Taxa de Crescimento (+19 posições).

Num sentido amplo, a inovação envolve a introdução de novas técnicas e métodos que transformam positivamente os processos existentes no interior das empresas, organizações e da sociedade em geral. Envolve, portanto, uma melhora significativa, que, em geral, substitui práticas e processos anteriores. A teoria econômica moderna considera a inovação peça-chave para o crescimento e desenvolvimento econômico de longo prazo, pois ela promove ganhos de produtividade que permitem às pessoas e organizações produzirem mais, novos e melhores produtos e serviços a custos menores para um dado nível de insumos (fatores) produtivos.

O ambiente ideal para o surgimento de inovações combina a presença de competição com ações de fomento à pesquisa e desenvolvimento (P&D). Não é à toa que as maiores inovações surgem, atualmente, a partir do trabalho conjunto entre o setor

privado, a academia e institutos de pesquisa, e o setor público. O setor privado, submetido à competição, é um grande demandante de inovações. A academia e os institutos de pesquisa constituem o núcleo central onde nascem as principais inovações. Já o setor público desempenha importante papel na coordenação, acompanhamento e, em muitos casos, financiamento das diversas pesquisas realizadas no País, sendo inclusive muitas delas desenvolvidas em universidades públicas estaduais.

Inovação – O pilar de inovação é composto por Investimentos Públicos em P&D, Patentes, Bolsa de Mestrado e Doutorado, Empreendimentos Inovadores e Pesquisa Científica. Nesta edição foram ainda incluídos dois novos indicadores: Empresas de Alto Crescimento e Informação e Comunicação. Os estados mais bem colocados foram SP, RS e SC. Em relação à edição passada, houve troca de posição entre os primeiros colocados, com São Paulo atingindo a 1ª colocação e Rio Grande do Sul recuando para a 2ª. Além disso, Santa Catarina subiu da 4ª para a 3ª colocação. Amapá exibiu o maior avanço de posição no pilar, com salto de 7 colocações, passando da 27ª para a 20ª posição. O Estado amapaense apresentou melhora relativa nos indicadores de Bolsa de Mestrado e Doutorado (+4 posições) e Empreendimentos Inovadores (+2), além de alcançar a 1ª posição no novo indicador de Empresas de Alto Conhecimento.

 

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