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Sobram candidatos e faltam propostas ao crescimento sustentado da Capítal

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Capital chega a quase 1 milhão de habitantes enfrentando problemas de infraestrutura, mobilidade urbana, segurança, educação e saúde. População quer mais oportunidades e progresso social, um crescimento sustentado, em marcha persistente, sem interrupções ao sabor das disputas políticas

Assoreamento do Parque das Nações Indígenas expos a falta de infraestrutura no principal cartão postal de Campo Grande (Foto: Chico Ribeiro)

Com a lista de pré-candidatos a prefeito crescendo, a população de Campo Grande começa a se perguntar se as eleições de outubro do ano que vem vão de fato virar a página de estagnação do crescimento e promover o desenvolvimento social.

O próximo prefeito vai administrar a partir de 2025 um orçamento de mais de R$ 6,5 bilhões (valor projetado para 2024 mais correção do período). Mas a pergunta que se repete a cada gestão é se todo dinheiro arrecadado e alocado pelo município será aplicado de modo a atender as necessidades da população, de crescimento e desenvolvimento da cidade.

Os pré-candidatos à sucessão na Prefeitura de Campo Grande

A menos de um ano das eleições a campanha movimenta os bastidores políticos e também já é sentida nas ruas, suscitando reações se dessa vez valerá a pena votar neste ou naquele candidato. Há promessas. Por isso, o que se espera dos candidatos são propostas concretas de solução para cada um dos problemas cruciais da população, questões relacionadas ao alcance das políticas públicas nas áreas de saúde, educação e segurança e voltadas à infraestrutura urbana. 

  • Há, segundo especialistas, tecnologias suficientes para tornar a gestão pública mais eficiente, mas a sua aplicação depende da capacidade política do gestor e da competência da equipe de governo.

A disputa para se servir do cargo e não para servir a população não pode se manter como estratégia de disputa eleitoral, lembrando que a “governança”, princípio que levou à modernização no mundo corporativo, não dá mais qualquer margem para tomadas de decisões “fora da curva”, indiferentes às demandas da população. Por isso, não basta governar, tem que inovar, dar tamanho às questões que realmente mexem com a vida das pessoas, aplicando o dinheiro público em soluções definitivas. 

Os gestores municipais têm quer ter a dimensão da responsabilidade em administrar a cidade e gerenciar crises políticas sem perder de vista a obrigação de fazer as entregas que a população precisa. Governança nada mais é a capacidade administrativa e financeira de um governo implementar as políticas públicas. Lembrando sempre que de uma boa governança se derivam ações essenciais para o êxito das políticas públicas

Fala-se muito em garantir recursos, mas a população quer resposta à altura dos gestores públicos na implementação das políticas públicas, transparência e entregas completas e no prazo necessário. Diante desse quadro, alimenta-se uma expectativa muito forte em relação à nova geração de políticos em que se sobressaiam perspectivas de mudanças e o estabelecimento de um novo ciclo de desenvolvimento.

Nova geração, novo ciclo

Campo Grande clama por lideranças com visão de futuro, preocupadas de fato em atender as necessidades de progresso e melhorar a qualidade de vida das pessoas. Lideranças capazes de enfrentar o caos no sistema de saúde, com unidades sobrecarregadas; a deficiência no transporte coletivo, que impacta a rotina de milhares de trabalhadores; o trânsito desordenado, sem uma engenharia de tráfego satisfatória. Problemas que refletem a falta de planejamento e investimento em infraestrutura.

Ninguém duvida que Campo Grande está diante do maior de todos os desafios. Ter uma candidatura à altura, com propostas e real vontade política de nortear a futura administração a partir da manifestação popular, não pela conveniência partidária, erro que até então vem persistindo e resultando no retalhamento do governo.

Não há como negar a falta de ações para melhorar a segurança pública, reduzir os índices de criminalidade e evitar o avanço do domínio de gangues na periferia da cidade, onde até a cobrança de pedágio foi estabelecida por conta da sensação de impunidade, favorecida por falta de investimentos e melhor estrutura do aparelho de segurança. 

A cidade precisa de líderes comprometidos em transformar esse cenário. Uma grande quantidade de candidatos só será relevante se eles trouxerem propostas e respostas aos desafios do crescimento econômico e do progresso social.

Essa sem dúvida é a expectativa da população, eleger alguém que reúna capacidade política, determinação nas ações e sensibilidade para entender que primeiro deve-se ouvir o clamor popular, buscando dos políticos e aliados contribuições que possam garantir o ingresso de Campo Grande em um novo ciclo de desenvolvimento.

Pré-candidatos 

Pelas movimentações políticas e rearrumação dos partidos com vistas às eleições de 2024, a lista de postulantes ao cargo de prefeito traz nomes conhecidos e noviços, mas sem nenhuma proposta diferente. Os métodos continuam os mesmos da política tradicional.

Aparecem como prováveis candidatos à disputa em Campo Grande o ex-governador André Puccinelli (MDB), ex-vice governadora Rose Modesto (União Brasil), deputado estadual Lucas de Lima (PDT), a prefeita Adriane Lopes (PP), deputado federal Beto Pereira (PSDB), deputada federal Camila Jara (PT), deputado estadual Pedrossian Neto (PSD), advogado Beto Figueiró, deputado federal Marcos Pollon (PL), ex-deputado federal e ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (União), Rodrigo Lins (PRTB), Capitão Contar (PRTB) e vereador André Luis (Rede). 

Todos os nomes até agora colocados têm frações de aceitação, mas também expressivas taxas de rejeição de acordo com as pesquisas já publicadas. Desse bloco de pré-candidatos, por enquanto, apenas Camila Jara, do PT, anunciou a disposição de formar grupos de trabalho para identificar as demandas da população, diagnosticar os obstáculos ao crescimento para então sugerir um plano de governo mais realista.

O sonho possível

Mato Grosso do Sul tem sido pródigo em forjar lideranças no plano nacional e ao longo das últimas décadas assiste uma saudável renovação nos quadros da política local, regional e nacional. As eleições gerais do ano passado deram o start dessa reciclagem política, que agrega lideranças classistas, conservadores, neoliberais, progressistas e ativistas de centro esquerda. O que se espera é que nesse processo de renovação, as velhas práticas fiquem para trás.

É preciso que os próximos gestores municipais tenham a dimensão da responsabilidade em administrar a cidade e gerenciar crises políticas sem perder de vista a obrigação de fazer as entregas que a população precisa. Lembrando sempre que de uma boa governança se derivam ações essenciais para o êxito das políticas públicas, inclusão social e geração de oportunidades de crescimento sustentável e bem-estar da população.

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