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Avanço da transição energética reforça papel estratégico do Gasbol

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Com 3.150 km de extensão, a construção do gasoduto é uma verdadeira obra-prima da engenharia. Ele atravessa cinco estados brasileiros

Ramificações do Gasbol entre MS e o Sul do Brasil (Foto: Reprodução)
Por Agência 24h*

Ligar dois países com um duto subterrâneo gigantesco que atravessa montanhas, rios e florestas. Parece algo impossível, mas essa é a realidade com o Gasoduto Brasil-Bolívia (Gasbol), um marco de engenharia que redefine os limites do possível.

Veja como a construção do maior gasoduto da América Latina transformou o cenário energético da região, unindo nações e fortalecendo economias.

Nos anos 1990, o Brasil enfrentava um desafio: diversificar sua matriz energética para sustentar o crescimento industrial. Já a Bolívia, com vastas reservas de gás natural, buscava mercados confiáveis. Assim nasceu o projeto Gasoduto Brasil-Bolívia, fruto de intensas negociações diplomáticas e comerciais.

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Com um custo estimado de 2,5 bilhões de dólares, o gasoduto começou a ser construído em 1997, enfrentando desafios como terrenos acidentados e instabilidade política na Bolívia. Em 1999, ele entrou em operação, tornando-se o maior projeto de infraestrutura energética da América Latina.

Engenharia impressionante

O gasoduto começa na cidade de Rio Grande, na Bolívia, e segue por 557 km até a fronteira com o Brasil, em Corumbá, no Mato Grosso do Sul. No Brasil, ele atravessa os estados do Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, terminando em Porto Alegre. Ao todo, passa por cerca de 135 municípios e 5.000 propriedades ao longo de seus 3.150 km de extensão.

Uma das inovações foi o uso da perfuração horizontal, técnica que permite cruzar obstáculos naturais sem grandes escavações, reduzindo impactos ambientais. O projeto inclui 15 estações de compressão que garantem o fluxo contínuo de gás, mesmo em terrenos desafiadores.

Montanhas, rios e florestas são apenas alguns dos obstáculos enfrentados. Cada etapa foi meticulosamente planejada para garantir eficiência e segurança. A profundidade das tubulações varia entre 1 e 3 metros, protegendo o sistema de danos naturais e humanos.

No Brasil, o gasoduto reduziu a dependência de fontes poluentes como petróleo e carvão. Estados como São Paulo e Mato Grosso do Sul se beneficiaram com indústrias mais sustentáveis e criação de empregos.

Para a Bolívia, a construção do projeto trouxe um fluxo constante de receita, permitindo investimentos em infraestrutura, educação e programas sociais. Essa integração econômica fortaleceu os laços bilaterais, promovendo prosperidade para ambas as nações.

Gás argentino pode entrar por Corumbá ou por outra ponta do Gasbnol, no Rio Grande do Sul (Foto: Arquivo – Silvio de Andrade)

Comparação com outros megaprojetos mundiais

Comparado a projetos como o Nordstream (Rússia-Alemanha) e o TAP (Turcomenistão-Índia), o Gasoduto Brasil-Bolívia destaca-se não apenas por sua extensão, mas também por sua eficiência em integrar economias regionais. Ele transporta 30 milhões de metros cúbicos de gás por dia, sendo essencial para a segurança energética do Brasil.

O Gasoduto Brasil-Bolívia não é apenas um duto; é um símbolo de parceria e inovação. Ele mostra como projetos bem planejados podem transformar desafios em oportunidades, promovendo desenvolvimento sustentável e integração regional.

A construção do maior gasoduto da América Latina vai além de transportar gás; ele carrega a esperança de um futuro mais conectado e sustentável. Uma obra monumental que inspira pela sua grandiosidade e importância estratégica. Afinal, não é todo dia que vemos um projeto que literalmente une nações e transforma vidas.

Reportagem: Rafaela Fabris – Click Petróleo e Gás
Imagem do destaque: Construction Time)

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