Após ter uma base florestal consistente – o dobro dos 300 mil hectares atuais – e demanda, Suzano admite montar segunda linha de produção em Ribas do Rio Pardo
Por Agência 24h
Depois da inauguração oficial da nova fábrica de celulose da Suzano em Ribas do Rio Pardo, executivos da companhia contaram que o projeto Cerrado foi concebido para comportar uma segunda linha de produção. A Suzano trabalha com essa possibilidade, mas a ampliação vai depender da aquisição de novas áreas de eucalipto. É preciso uma base florestal consistente para operar uma nova linha. O consumo anual é de 50 mil hectares de madeira. Hoje a base florestal é de 300 mil hectares. Para dobrar a produção, são necessários mais 300 mil hectares. O ciclo de formação das florestas e ponto de corte vai de cinco a sete anos.
Sabe-se que a demanda global por celulose cresce na proporção de 3 milhões de toneladas por ano. Isso significa que seria necessária uma fábrica por ano para atender ao mercado mundial. A Suzano observa que base florestal e as condições do mercado são os principais pontos para definir os investimentos futuros.
A nova fábrica da Suzano, em operação desde julho deste ano, é a maior planta industrial de celulose de linha única do mundo. Além disso, o projeto foi estruturado para permitir uma expansão futura, dobrando sua capacidade de produção. Aires Galhardo, vice-presidente executivo da Suzano, explica que a planta foi desenhada para abrigar uma segunda linha de produção, embora a expansão dependa da ampliação da base florestal e das condições de mercado.
“Essa planta, o desenho dela e de como a gente posicionou os equipamentos, é um layout para duas plantas. Então, ela foi desenhada para duas plantas. Mas obviamente, quando a gente for fazer uma expansão, temos que fazer uma [ampliação da] base florestal antes, e as condições do mercado tem de estar adequadas para poder fazer isso”, afirmou.
Atualmente, a fábrica opera com uma capacidade de produção de 2,55 milhões de toneladas anuais. Com a expansão, a Suzano poderia atingir 5 milhões de toneladas anuais, o que exigiria cerca de 600 mil hectares de floresta plantada. Galhardo também ressaltou que o foco agora é estabilizar a unidade, sem discussões imediatas sobre a ampliação. “A gente precisa de mais ou menos 300 mil hectares de floresta plantada total para abastecer essa planta, dá uns 50 mil hectares por ano. A gente precisaria dobrar isso para o mesmo volume. [A fábrica] foi desenhada para isso, mas depende de condições de mercado. Mais à frente, se o mercado demandar mais celulose e entendermos que tem as condições para fazer, vamos fazer”, completou.
Impacto social e econômico
O governador Eduardo Riedel destaca o impacto positivo do setor de celulose no estado, que gera empregos e impulsiona o desenvolvimento de infraestrutura. “O setor de papel e celulose, de florestas plantadas, tem uma capacidade de gerar emprego de qualidade. Também tem a capacidade de ajudar no processo de investimento em infraestrutura e todas as consequências de um crescimento dessa ordem, que impõe ao Estado ações importantes, como educação, saúde e segurança pública nos municípios que sofrem esse tipo de impacto positivo”, afirmou.
O presidente da Suzano, Beto Abreu, destacou o impacto da fábrica na geração de empregos: “É uma fábrica que emprega 3 mil pessoas, entre a parte florestal e a parte industrial. Gerou 10 mil empregos durante o tempo que ficou em construção, e esse é um processo dinâmico. Então, com certeza, mensalmente, nós vamos ter vagas sendo abertas nas mais diversas áreas para a população”.
Com um investimento total de R$ 22,2 bilhões, o projeto consolidou o Vale da Celulose, a maior área de plantio de eucalipto do mundo. O valor inclui R$ 15,9 bilhões destinados à construção da fábrica e R$ 6,3 bilhões para a formação da base de plantio e a logística de escoamento.