Plano da Companhia é renovar contrato de concessão até 2058, expandir as redes de gás canalizado, ganhar mercados e ampliar participação no processo de transição energética
CEO da MSGÁS, Cristiane Schmidt, falou sobre o plano de negócios e investimentos da Companhia no programa Tá na Hora, do SBTMS
Por Agência 24h
A MSGÁS está trabalhando em um planejamento desafiador, que será fundamental para a segurança energética. No futuro, mais lares, comércio, serviços, indústria e setor produtivo vão usar combustível mais limpo. Além do compromisso com a descarbonização, a MSGÁs se estrutura para atender a grande demanda por energia puxada pelo crescimento econômico e obras de infraestrutura e logística, segundo a nova diretora-presidente da empresa, Cristiane Schmidt. “O gás natural é menos poluente que o diesel e o carvão, por exemplo, e nesse âmbito da transição energética está vindo para transformar essa matriz que é muito mais poluente”.
Em entrevista ao programa Tá na Hora, do SBT-MS, Cristiane Schmidt, voltou a falar do plano de negócios da empresa, focado no programa de expansão do gás canalizado, que prevê mais 40 quilômetros de rede de distribuição em Campo Grande, cujo cronograma está com 60% das obras concluídas, e nos incentivos ao uso do GNV, principalmente no transporte de cargas, já que substituir o diesel por GNV significa uma grande redução na emissão de poluentes, sem falar do aspecto econômico e segurança. Ainda sobre o programa de expansão, Cristiane Schmidt destacou a interiorização do gás canalizado – Ribas do Rio Pardo, Sidrolândia, Dourados e Bataguassu. Hoje a rede de gás canalizado tem extensão de 500 km.
Mato Grosso do Sul tem o que muitos estados não têm, que é o gás natural disponível, oferta de energia capaz de dar competividade às indústrias, segundo observa a CEO da MSGÁS. “Existem estados que não têm oportunidade de ter o gás canalizado, faltam dutos. É o caso de Goiás, por exemplo, isso tira a competitividade das indústrias”, comparou Cristiane, que já foi secretária de Fazenda do estado goiano e sabe como suprimento de energia é importante para a expansão econômica.
DEFINIR NOVA CONCESSÃO É VITAL
A nova concessão da Companhia é uma pauta constante porque os prazos são longos no planejamento estratégico, segundo Cristiane Schmidt. O modelo está em discussão na Semadesc e no Escritório de Projetos Estratégicos do Estado. O Governo detém 51% da empresa e os outros 49% são da Commit, holding que tem participação na Compagas e Mitsui. A consultoria do novo modelo de concessão é do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
“Nossa meta de agora, nesse momento, é que a gente consiga junto ao BNDES uma modelagem boa para ter uma concessão até 2058. Se não fizermos isso agora, será um problema. Infraestrutura é diferente, demora de um até quatro anos. Como será uma empresa de infraestrutura chegar em 2028 sem um planejamento, sem apontar investimentos?”
DESAFIO MAIOR
Cristiane Schmidt vê outro desafio que o governo do Estado está “atuando muito bem” – protagonizar o mercado internacional de gás, engajando no projeto de importação do gás argentino, que avançou no âmbito diplomático, nas relações bilaterais do Brasil com a Argentina, e com alternativas projetadas pelos países sob influência da Rota Bioceânica, liderados pelo Paraguai. Ministro paraguaio que se reuniu com o governador Eduardo Riedel nesta terça-feira, 6, também tratou do assunto com o diretora-presidente da MSGÁS. “São planos para alcançar um mercado gigantesco. Esse gás [da reserva argentina conhecida como Vaca Muerta] vindo para cá vai alcançar 200 milhões de pessoas, toda população brasileira”.
GNV
Cristiane Schmidt voltou a destacar os incentivos para o uso do GNV: isenção IPVA, redução de 17% para 12% na alíquota do ICMS, isenção das taxas do Detran e voucher de mil reais para carros de passeio e R$ 5 mil para veículos de carga.